Capítulo 4

Diana...

Antes de sair de casa, Eliza passou um grande sermão. Pediu para eu tomar cuidado, não aceitar bebidas de estranhos e nem falar com estranhos.

Me acompanhou até o carro de Peter.

— Juízo, maninha! Cuida da minha menina, Pity! — recomendou, com um semblante preocupado.

— Pode deixar, gata! — afirma, seguido de uma piscadela.

— Se o meu Don Juan aparecer por aí hoje a noite, diz para me esperar! — digo divertida.

Ela revira os olhos.

— Esquece esse mulherengo, florzinha! Merece um homem de verdade, não um playboyzinho, que cada dia está com uma mulher disferente desfilando por aí, como se fossem um prêmio!

— Já disse, que quando ele me conhecer, nunca mais será o mesmo! — digo divertida. — Estou brincando, Liza, sei muito bem, que um homem daqueles, jamais olharia uma mera mortal como eu!

Acabamos rindo da situação.

— Mera mortal, mas com a beleza de uma deusa! — murmura um dos rapazes da banda.

— Tira os olhos! A minha irmãzinha, não é para o seu bico não! — afirma ela.

O rapaz fingi mágoa e gargalhamos.

Nos despedimos e seguimos para o local da cerimônia.

Logo que entramos naquele condomínio, fico estática com o luxo e beleza do lugar. Somos direcionados para a mansão, onde seria o casamento.

Após organizarmos todos os equipamentos e testar o som, começam a cerimônia.

Paralisei, assim que vi meu Don Juan, atravessar aquelas portas de braços dados, com uma linda e elegante mulher. Meu coração acelerou, minha boca ficou seca, minhas mãos trêmulas suando frio e um constante friozinho na barriga. Me controlei ao máximo, para não estragar o momento dos noivos, cantando algo errado.

Foi um casamento emocionante, fiquei emocionada com os votos e todo o restante.

Em determinado momento, estava com muita sede e fui pegar água e me surpreendo com Benjamin, aqui falando comigo. Fui salva por Peter, me chamando para cantar.

Não sabia nem o que dizer perante esse homem, com toda essa beleza e charme. Seu perfume maravilhoso, me deixou completamente embriagada, além de lindo, tem um cheiro magnífico.

Ele estava diferente do que já vi nas outras noites, estava espontâneo, rindo, realmente se divertindo com seus familiares. Alguns rapazes da banda, mostraram os pais de Benjamim, já os vi em capas de revista, falando sobre as suas empresas.

Pensei em me afastar, mas estava aqui, com Benjamin me observando constantemente e não poderia perder a oportunidade, do meu pedido de aniversário se realizar.

Fui até o toalete, respirei fundo e decidi agir como uma mulher de verdade e deixar as coisas acontecerem.

Na saída, esbarro numa garota na porta do banheiro e acabo fazendo ela derrubar a sua bebida.

..."...Pronto! Agora minha noite acabou! Essa garota vai fazer um escândalo aqui!"......

Me desculpei milhares de vezes e a garota sorri.

— Calma! Não foi nada, foi só uma mancha bem pequena na barra, nem dá para notar! Está muito tensa, algum problema?

— Não! — sorrio fraco.

— Sou Anelive! — diz estendendo a mão.

— Diana!

Nos cumprimentamos e ela faz eu a esperar usar o toalete. Saímos juntas e fomos para o bar, ela bebia gin e eu uma água. Insistia para que bebesse alguma coisa, foi quando vi Benjamin vindo na nossa direção.

— Aceito uma taça de champanhe! — disparo.

Pego da mão do garçon e bebo de uma vez, para ver se a coragem surge.

— Uou! — diz Anelive divertida. — Vai com calma aí, ainda quero te ouvir cantar um pouco mais! Aliás, sua voz é lindíssima!

— Concordo com você! — diz Benjamin, parado ao nosso lado, com seu olhar fixo ao meu.

Quando o olho, dá um sorriso sexy, deixando as minhas pernas bambas.

— Lá vem, com as suas cantadas baratas! — diz Anelive e revira os olhos.

— Foi um elógio! — diz o rapaz.

— Obrigada! — sorrio sem jeito.

— Já vi que estou sobrando aqui! — diz Anelive se colocando de pé. — Cuidado, Diana, esse daí não presta!

— Acho que já bebeu demais, Ane!

Ela estreita o olhar e mostra a língua para ele.

— Não leve em conta, as palavras da minha irmã! Sou Benjamin!

Faz sinal, pedindo permissão para sentar-se e assinto com a cabeça, permitindo.

— Diana!

— "A deusa da caça" ou "aquela que ilumina"?

— O que acha? — indago o rapaz.

— Com certeza, as duas! Sua beleza reflete muito nas duas colocações!

Sorrio sem jeito.

— Cantada ruim, não é?

— Um pouquinho! — digo sorrindo.

Ele não desvia o olhar do meu, acredito que seja isso, que deixa as mulheres aos seus pés.

— Mas o seu sorriso, com toda a certeza ilumina por onde passa! — afirma.

— Já voce é o "filho da felicidade" ou "o bem amado"?

— Me pegou! — gesticula com o dedo indicador.

Sorrimos.

— É daqui mesmo, Diana?

— Sim e você?

— Nasci aqui, mas moro atualmente no Reino Unido, minha vida está toda lá, menos a minha família!

— Legal!

— Me fale um pouco sobre você!

— Vou ingressar na faculdade de administração, ano que vem! — respondo sem pensar. — Me diz, como é morar em outro país, longe da sua família?

— No começo não foi fácil, mas lá eu teria mais recursos e um primeiro investidor que gostou do meu trabalho! Por mais que sinta falta de casa, não vou deixar de viver o meu sonho por nada e nem ninguém nessa vida! Estou lutando muito, para conquistar os meus objetivos!

— Também quero conquistar os meus sonhos! Quero dar uma vida melhor para a minha irmã, fazer com que sinta orgulho de mim!

— Se persistir e ser constante, pode conquistar tudo que sonha!... Mas me diz, qual deles é o seu namorado? — pergunta olhando em direção a banda.

— Ah não! Nenhum deles, somos apenas amigos e Peter, o que está cantando agora, namora a minha irmã!

— Fico feliz! — diz sem nenhum pudor, com um sorriso malicioso nos lábios, deixando-me sem jeito.

Infelizmente, tive que voltar a cantar.

No final da festa, guardavamos os nossos equipamentos, quando Benjamin, perguntou se podia me levar em casa e de imediato aceitei. Disse para o Peter, que iria embora com uma amiga, que reencontrei do colégio e ele acreditou.

Assim que vão embora, vou até o carro de Benjamin.

Não sei nem explicar o nervosismo que estou sentindo, apenas de imaginar que ficaremos sozinhos.

..." Aí que frio na barriga!"...

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