#5 - Quando o Passado Ressurge

...> Manuela <...

Harper me leva para conhecer alguns pontos turísticos da cidade. Aproveitamos bastante o dia e até paramos para almoçar. Por fim, voltamos para seu apartamento, exaustas. Não podemos ficar até muito tarde na rua, já que amanhã ela tem um voo para pegar.

Meu telefone toca assim que chegamos. Vejo que é Raphael e pondero um pouco se devo ou não atender. Pior que estou morrendo de saudades dele, já que faz quase duas semanas que não o vejo. Ele é advogado, e seu trabalho toma muito do seu tempo. Quando estava em Sitka, só conseguia vê-lo duas vezes por semana. Estávamos nos esforçando bastante para fazer o relacionamento à distância dar certo. Todas as noites, antes de dormir, ele me ligava—algumas vezes bem tarde, por sinal. Sei que ele está dando o melhor de si para conseguir a promoção que tanto deseja e se tornar sócio da Sevigny Advogados.

Somente por esse motivo tenho sido bastante compreensiva com sua total falta de tempo. Achava que, com a mudança para Seattle, nos veríamos com mais frequência, mas ontem ele me ligou para me informar que teria que viajar por um mês para Yellowstone por conta de um caso urgente e de extrema importância.

Acabei discutindo com ele, pois isso me chateou bastante. Eu estava prestes a chegar, e ele havia prometido me buscar no aeroporto junto com Harper. Após horas de discussão, encerrei a ligação bastante irritada.

Decido atender e fico ainda mais irritada por ele agir como se nada tivesse acontecido.

● Cell 📱

Raphael – Oi, minha vida, como você está?

Manuela – Bem. – Sou bem fria e curta.

Raphael – Vejo que ainda está chateada comigo por conta da viagem. Mas você tem que entender que esse é o meu trabalho. As coisas vão melhorar assim que eu for promovido, eu te prometo.

Manuela – Ok, você tem razão. Só fiquei chateada porque esperava que nos víssemos mais depois que eu me mudasse.

Raphael – Eu sei, meu amor, mas logo as coisas melhoram. Você vai ver.

Manuela – Como você está?

Raphael – Bem, mas bastante atarefado. As coisas estão bem complicadas, mas tenho certeza de que conseguirei ganhar esse caso.

Manuela – Tenho certeza de que vai, você é o melhor no que faz.

Raphael – Obrigado, seu apoio é muito importante. Só liguei para saber se você já está na cidade.

Manuela – Sim, te enviei uma mensagem assim que cheguei. Você não viu?

Raphael – Sinto muito, mal tive tempo de abrir o WhatsApp. Como disse, ando bastante atarefado. Neste momento, estou revisando algumas papeladas que serão de grande ajuda.

Manuela – Estou atrapalhando?

Raphael – Você nunca atrapalha.

Manuela – Não vejo a hora do seu retorno. Estou com tanta saudade… Vou te visitar assim que você pisar os pés em Seattle.

Raphael – Também estou com muitas saudades. Prometo te compensar assim que retornar. Vou te levar para jantar no melhor restaurante da cidade.

Manuela – Não é necessário.

Raphael – Claro que é, você merece o melhor. Sinto muito, mas tenho que desligar agora. Amanhã conversamos melhor. Te amo muito.

Manuela – Eu também.

...☆☆☆☆☆☆☆☆...

Não sei como, mas Harper consegue me convencer a beber. Segundo ela, precisamos comemorar nossas conquistas. Concordo em tomar apenas um copo, mas ela é tão insistente que acabo bebendo mais.

Ficamos conversando por horas, e não faço a menor ideia de como fui parar no quarto quando acordo.

Minha cabeça parece que vai explodir, e meu estômago… nem se fala. Assim que abro os olhos, sinto uma onda de náusea me invadir, e corro para o banheiro a fim de vomitar. Agora eu sei por que odeio beber.

Com muito esforço, tomo um analgésico e volto para a cama. O simples ato de me mexer faz minha cabeça latejar ainda mais.

Acordo com Harper me chamando suavemente, sua voz parecendo distante. Ela se senta ao pé da cama e fala algumas coisas que não consigo compreender direito. Apenas concordo com um murmúrio, sem realmente processar suas palavras. Minha dor de cabeça ainda não passou.

Assim que ela sai do quarto, viro para o lado e, com bastante dificuldade, olho as horas no relógio. Meu corpo pesa como se estivesse grudado ao colchão.

Fecho os olhos novamente, mas sou despertada pouco tempo depois pelo toque insistente do meu celular. Me esforço bastante para levantar, lembrando que prometi acompanhá-la até o aeroporto. Pelo menos a dor de cabeça diminuiu um pouco, o Que torna a tarefa menos impossível.

Ao sair do quarto, encontro Harper finalizando os últimos retoques da maquiagem.

Manuela – Pronta? – pergunto, observando-a ajeitar o delineado com concentração.

Harper – Sim, mas você não precisava me levar.

Manuela – Para com isso, quero acompanhar minha melhor amiga e me despedir. E é bom que aproveito para conhecer melhor a cidade… Além disso, preciso ir ao mercado. Você não mentiu quando falou dos congelados. – Brinco, tentando aliviar o peso da despedida.

Harper – Nem um pouco. – Ela ri, e seu sorriso me conforta um pouco.

...☆☆☆☆☆☆☆☆☆...

No aeroporto, me despeço de Harper e decido dar uma volta para conhecer melhor a cidade. Abro o Google no telefone e dou uma olhada nas principais atrações que ainda não visitei, já que ontem Harper me levou a alguns lugares.

Depois de um longo passeio, minha última parada é no supermercado. Faço minhas compras com calma, escolhendo tudo o que preciso para me manter nos próximos dias. Assim que termino, volto para o apartamento, carregando as sacolas com um pouco de esforço.

Coloco todas na cozinha e começo a guardar os itens. Quando finalmente termino, estou a caminho do meu quarto, mas paro ao escutar um som vindo do banheiro.

Água caindo.

Minha respiração vacila por um instante. Meu coração acelera.

Fico ponderando sobre o que fazer. O apartamento deveria estar vazio.

Tento manter a calma e racionalizar.

"Calma, Manuela, não é nada demais. Talvez só tenhamos esquecido o chuveiro aberto." – repito para mim mesma, tentando afastar o nervosismo.

Mas algo dentro de mim não se convence.

O som da água continua, e meu corpo se tenciona com a incerteza.

Olho ao redor e pego a primeira coisa que encontro para me defender—um vaso pequeno que estava sobre a mesa ao lado. Não é a melhor arma do mundo, mas no momento é o que tenho.

Com passos hesitantes, caminho em direção ao banheiro.

Assim que minha mão toca a maçaneta, o som da água para de repente.

Meu estômago se revira.

Empurro a porta cautelosamente e dou um passo para dentro. O vapor quente ainda toma conta do ambiente, deixando o espelho embaçado. Meu coração parece querer saltar do peito.

Então, o box se abre.

E um homem extremamente lindo Sai completamente nu dele.

Minhas palavras morrem na garganta.

Meus olhos se arregalam, e, por mais que eu tente, não consigo desviar o olhar. Meu cérebro entra em pane, incapaz de processar o que está acontecendo.

Cada músculo definido, cada gota escorrendo por sua pele, cada detalhe de seu corpo escultural me deixa completamente paralisada. Meu rosto começa a esquentar.

Mas algo além do choque me incomoda.

Ele me parece familiar. Muito familiar.

"Não pode ser..." – penso, sentindo o pânico e a confusão se misturarem dentro de mim.

Minha respiração falha.

Meus olhos encontram os dele.

E então, a certeza me atinge como um soco no estômago.

Minha voz sai em um sussurro, carregada de incredulidade.

Manuela – Max? – pergunto, bastante confusa, sentindo meu coração martelar dentro do peito.

...☆☆☆☆☆☆☆☆☆...

Personagens:

...Raphael Prado...

...26 anos...

...(Namorado de Manuela)...

...☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆...

...🔴Autora:...

...Olá Leitores! 👋🏽😊...

Devo confessar que pensei em parar por aqui, gosto de um certo ar de expectativa. Mas como hoje estou com bastante tempo, continuarei a escrever.

Nos proximos capítulos, conheceremos um pouco mais da história de Max.

Espero que estejam gostando desenvolvimento da história. 🙃

Ah, não esqueçam de deixar aquele Like ao final de cada capítulo. 👍🏽

Comentem o que está achando, como já disse antes. Adoro a interação de vocês.

Até daqui a pouco.. 👋🏽

Beijos.. 😘

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