Capítulo 03

> Isadora Miller.

Só poderia ser apenas uma maldita brincadeira, eu e James Becker trabalhando juntos em dupla? Onde diabos estavam as câmeras? Deve ter sido uma pegadinha sem graça, tenho certeza disso.

Agora, estar no mesmo ambiente que ele estava me irritando de forma insuportável. Abri as janelas do carro para respirar um ar fresco. James dirigia com toda sua elegância e sex appeal. O maldito conseguia ser bonito mesmo sendo o próprio diabo em pessoa.

Queria gritar, me debater, queria matar o James por cruzar meu caminho novamente. Já se passaram sete anos desde que fizemos o treinamento para entrar no FBI e, infelizmente, fizemos juntos.

Nos odiamos logo no primeiro dia e a competição para superar um ao outro era intensa. Foram meses tendo que nos suportar, e nos treinamentos do FBI é ganhar ou morrer, são treinos bem intensos.

Ele não ousou falar mais nenhuma palavra porque sabia que iríamos brigar dentro desse carro. Assim que chegamos ao endereço, eu tentei abrir a porta do carro mas estava trancado.

— O que...

— Calma aí, ruivinha. Temos que fazer alguns tratos. – ele diz olhando para mim.  – Sabemos que não terá outro jeito a não ser trabalharmos juntos, e acredite eu não estou nem um pouco afim.

Ele me olha com um "ódio controlado."

— Mas essa cidade precisa de nós. – ele continua. – Precisamos de um acordo.

— Eu me recuso a fazer acordo com você. – falo.

— Chata do caralho. – ele lamenta  com raiva. – Será que você consegue ser compreensível uma vez na vida ou você não sabe fazer isso?

Sinto ódio, e não é pouco.

Isso não vai dar certo! Já tentamos fazer esse "acordo" uma vez e quase nos matamos. Eu e ele não fomos feitos para estar no mesmo ambiente.

— Você é tão insuportável.

— Então estamos quites por quê você passa de insuportável. – falo.

— Isadora, é sério, porra! Temos que resolver isso o quanto antes e estamos brigando como dois idiotas aqui dentro.

Ok. Ele estava certo, a gente estava perdendo muito tempo.

— Ok. Então temos um trato; não cruza a linha e não haverá mortes. – digo tomada pela raiva.

— Tá me ameaçando, ruivinha? – ele sorri de lado mostrando suas covinhas.

— Se você se sentiu ameaçado, então sim, isso foi uma ameaça!

Destranquei as portas da Mercedes e desci com pressa. Ele saiu logo em seguida e travou o carro. Eu toquei a  campainha da casa e ficamos aguardando ali fora.

Depois de uns cinco minutos um homem resolveu abrir a porta, eu e o James erguemos os nossos distintivos.

— FBI.

— Aí meu Deus! – o homem fala incrédulo. – Entrem.

Entramos na casa estilo bem americana, o homem parecia bem desconfiado pro meu gosto. A primeira coisa que eu notei ao adentrar na casa foi uma silhueta de uma garota nos olhando da escada.

Se essa garota for realmente culpada pelo homicídio daquele homem ela está muito encravada, normalmente, Estados americanos tratam réus menores de 18 anos como adultos.

Conversamos com o pai dela e levamos ela para o departamento, ela seria interrogada e quando falasse tudo o que tinha iríamos dar o ultimato.

Eu ainda estava odiando o fato de trabalhar com o James então a gente procurou não ter muitos diálogos, eu ainda queria matar ele e ele também parecia querer me matar.

...

Eu venci o primeiro dia de trabalho sem matar James, isso é um motivo para se comemorar e muito. O caso 13, ainda não foi desvendado, todas as pistas nos levam para outras coisas e Dalana não quer abrir a boca.

Uma coisa eu descobri hoje, James é um excelente profissional, apesar de ser uma péssima pessoa. E eu me odeio por estar confessando isso.

Mas, sim! O desgraçado levava jeito para essas coisas. Infelizmente.

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