Cap. 18 CARA A CARA COM O PATRÃO

Preciso conversar com a Tânia, mas ela ainda não chegou, vou até a minha sala e deixo a minha bolsa, e corro para a recepção da presidência, pois estou ouvindo gritos de lá. Uma mulher muito elegante está gritando em francês com a Sabrina que não está entendendo nada. E que vocabulário! Fala tanto palavrão que me fez lembrar a irmã Mary Clarence. Que quando ficava irritada esquecia que era freira.

Eu abaixo o meu tom de voz, para ver se ela me acompanha e para de gritar, e explico a ela que a secretária foi almoçar e ele também e que não temos autorização para deixá-la esperar na sala, mas se ela quiser pode esperar aqui que eu mesma vou fazer um café para ela.

Ela não se acalma e ainda tenta me humilhar.

Quando o vejo, gloriosamente lindo, todo vestido de preto hoje. Tomei um susto quando ele entrou. Ele fala com ela em inglês, que ela entende perfeitamente, só queria falar em francês para causar confusão e conseguir entrar na sala do chefe. 

Ele me chama pelo nome e pede um café dizendo que não é minha função, fazer café para eles. Ué se não é a função da assistente de secretaria fazer o café, vai ser de quem?

Sabrina me mostra onde estão as coisas para o café, em uma pequena copa.

Faço o café e levo, quando bato a porta e entro com o café a francesa me olha com ódio. Sinto que interrompi algo. 

Ele me olha com carinho, é tão estranho que conheço muita coisa dele e não o conheço propriamente. Saio dali rapidamente, esse homem me desconcerta.

Vou para a minha sala e não sei o que fazer. Fico por ali aguardando que a Tânia chegue para conversarmos. 

O telefone toca e eu pulo.

Vick _ Pois não?

Sabrina _ O Sr.Campbell quer ver você na sala dele.

Vick _ Estou indo!

Ai Meu Deus, isso não vai dar certo. Esse medo constante de ser descoberta, essa coisa que me dá no estômago, cada vez que eu chego perto desse homem, eu não sei o que é. Se é porque ele é muito lindo, ou porque eu estou escondendo algo dele. Fico inteiramente desestabilizada. Acho que não vai dar certo trabalhar aqui.

Respiro fundo enquanto vou até a sua sala. Tento controlar a minha respiração, os meus batimentos cardíacos. Ergo a mão sem coragem de bater à porta. 

Ele abre a porta antes que eu reúna coragem e abre um sorriso e finalmente a minha ficha cai e eu me lembro da onde já o vi antes.

Ele é o Adônis. O empresário que o Sr.Malloney queria fazer negócios. Será que ele me reconheceu? Se ele me reconhecer vai pensar que sou uma prostituta. Que vergonha. Ele não parece se lembrar, acredita que a primeira vez que me viu foi ontem na praia. Não deve nem ter me notado  naquele vestido de prostituta. Espero que nunca se lembre. Eu morreria de vergonha. 

Eu me ofereço para ir na reunião com ele, como intérprete e quando ele toca na base da minha coluna para me fazer entrar na sala, me arrepio inteira, o cheiro dele me enlouquece, a voz dele também e agora o toque? 

Como vou conseguir trabalhar com esse homem? Ainda mais com a consciência tão pesada. 

Procuro me concentrar na reunião e traduzir corretamente o que foi dito, mas está difícil, estou muito consciente daquele homem perto de mim. Cada vez que ele fala, respira ou se mexe, me dá aquela coisa no estômago. Ou seja, o tempo todo. 

A reunião termina e eles assinam o contrato.  O empresário italiano não tirou os olhos de mim, mas nem prestei muita atenção nele. Estava ocupada demais, tentando ficar calma. 

Ele vem para o meu lado e me cumprimenta dando a mão, eu estendo a minha e ele beija.

Fico desconfortável com os olhos de cobiça do homem. Max percebe e se aproxima mais de mim e puxa-me pela cintura deixando os nossos corpos encostados um no outro. 

Max_ Querida, podemos ir? Temos mais uma reunião. 

Italiano _ A presto signorina, spero di rivedervi. 

Vick_ Arriverdeci. 

Max _ O que ele disse?

Vick _ Até logo senhorita espero vê-la novamente. 

Max _ E você disse adeus, certo?

Vick _ Sim senhor. 

Max _ Por favor, me chame de Max.

Vick _ Comecei trabalhar aqui na empresa hoje, não acho que seja conveniente te chamar de Max.

Max _ Vamos fazer assim, quando estivermos sozinhos, você me chama de Max. Como agora todos saíram e estamos a sós. 

Vick _ Max eu preciso ir, a Tânia está me esperando, estou em treinamento. Com licença. 

Ele ainda tenta segurar a minha mão,  mas eu consigo me esquivar e sair.

Estou até de pernas bambas. Eu não vou conseguir trabalhar com esse homem. Falo com a Tânia e ela me dá os parabéns pela reunião e me dá algumas pastas e contratos para digitar e imprimir para o chefe assinar. 

Trabalho com afinco para não ficar pensando besteira. Quando termino tudo e levo para ela, descubro que são mais de quatro e meia, já passou do horário do meu expediente. Preciso ir, minha garotinha deve sentir a minha falta. Depois que nos mudamos para cá, tenho passado mais tempo com ela.

Tânia _ Terminou tudo? Não precisava terminar hoje, poderia ter saído no seu horário.

Vick _ Nem vi o tempo passar. 

Tânia _ Gostou do seu primeiro dia? Sabrina me disse que você encontrou uma das mulheres do chefe.

Vick _ Eu não sei quem era, mas estava falando em francês para confundir a Sabrina.  Eu estava tentando fazer ela parar de gritar quando o Sr Campbell apareceu. 

Tânia _ Essas mulheres que ele arruma são todas iguais, uma pior que a outra. São tão frias como ele. Coitada da mulher que se envolver com ele. Não caia de amores por ele. Ele não suporta mulheres pegajosas. As funcionárias têm que manter distância. 

Vick _ Com isso nem precisa se preocupar. Prefiro manter distância mesmo.Quero paz  na minha vida!

Vou para casa ver a minha filha, só ela pode me dar o amor que preciso.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***