Um novo sentimento

Na manhã do outro dia, acordei bem cedo e o Paulo ainda estava dormindo. 

Fui tomar um banho e depois o acordei, ele precisava tomar o remédio…

— Paulo, acorda. Toma o seu remédio.

Falei, com o remédio na mão. 

Ele acordou e se sentou na cama. Pegou o remédio e tomou. 

— Você se sente melhor?

Perguntei. 

— Sim. Obrigado por cuidar de mim, Melissa.

Respondeu.

— Obrigada por me ajudar e não deixar aquele maluco abusar de mim.

Falei, triste.

Ele levou sua mão até os meus lábios…

— Sua boca ficou machucada… Dói?

Perguntou. 

— Não dói, está melhor… 

Respondi.

— Melissa, vou ter que ligar para o André.

Falou. 

— Porque? 

Perguntei, assustada.

— Lembra que eu falei que a minha perna doía? Então… Não consigo mexer direito e está doendo demais… Como vou fazer pra tomar banho? Você é mulher, não pode me ajudar com isso.

Respondeu. 

Nisso o Paulo tinha razão… Mas eu não podia deixar ele ligar para o André. Não depois de descobrir tudo. Mesmo o Paulo estando naquele estado, eu teria que contar tudo.

— Paulo, vou trazer uma fruta pra você comer e preciso te contar uma coisa muito séria, porque você não pode ligar para o André. 

Falei, saí e fui buscar sua fruta. 

— Toma.

Entreguei.

— Obrigado. O que aconteceu, Melissa?

Perguntou. 

— Lembra do namorado da Amanda, certo?

Perguntei.

— Lembro.

Respondeu.

— Então… Aquele homem, é o meu irmão… Eu descobri hoje mais cedo, quando a Amanda me contou que era o aniversário dele, então eu juntei todas as peças que eu tinha e descobri tudo. E eu conversei com ele… Ele me contou um pouco sobre o que aconteceu com ele, e como eu já sabia, ele trabalha para uma facção… Eu sei que você está mal e que isso irá doer agora, mas você precisa ser forte.

Falei.

— Que confusão… Você encontrou o seu irmão, mas eu nem sei se posso te dar os parabéns. De qualquer forma, ele é o irmão que você tanto procurou, então eu fico feliz por você ter encontrado. Mas onde o André entra nisso?

Perguntou, confuso.

— Vocês são amigos a muito tempo, tenta não se abalar muito… O pai do André é o chefe de tudo e o André também trabalha nessa facção. O Daniel me contou tudo.

Respondi e o Paulo ficou completamente assustado. 

— Você está falando que o meu amigo… Aquele cara que eu confiei o tempo todo, é um bandido? 

Perguntou, olhando nos meus olhos.

— Sim. Eu sei que vocês são melhores amigos, mas eles estão envolvidos no assassinato da Bianca e do Leonardo. 

Respondi, triste. 

Logo, o Paulo começou a chorar… Eu o abracei tentando consolar.

— Não é possível que seja verdade… 

Falou. Soltei o seu abraço e toquei no seu rosto.

— Paulo, não fica assim… Eu sei que dói, mas eu não podia deixar você ligar pra um bandido. Me desculpa.

Falei.

— Você não tem culpa de nada, Melissa… Muito obrigada por me avisar tudo isso. 

Falou, enxugando as lágrimas.

— Aconteceu muita coisa… Mas acho que devemos manter a calma e depois pensar no que fazer. Precisamos esquecer isso um pouco. 

Falei.

— Você tem razão. Eu não posso chorar por causa daquele cara.

Falou. 

— Você era bom demais pra ele.

Falei, sorrindo discretamente.

— Como vou tomar um banho?

Perguntou.

— Eu sei que é complicado, e que o André é homem e bem forte e eu não sou nada forte, mas a gente vai dá um jeito… Começando… Toma um banho na banheira que se torna bem mais fácil. Vamos tentar levantar?

Perguntei.

— Tá. O que eu faço?

Perguntou.

— Se segura em mim. 

Respondi. 

Ele levantou e se apoiou em mim, como eu pedi. E conseguimos com muito esforço, chegar até a porta do banheiro. 

— Eu vou me segurar nas paredes daqui, pode me esperar aí, eu te chamo quando eu acabar. 

Falou. 

Abriu a porta do banheiro e entrou. Mas ele gemia de dor e aquilo me dava muita tristeza. Eu não podia mais ajudar…

Me sentei na cama e o esperei. 

— Melissa? 

Chamou. 

Eu fui para a porta do banheiro.

— Estou aqui. 

Falei. 

Em seguida, ele abriu a porta e seu ferimento estava sangrando muito.

— Meu Deus! 

Falei, assustada. 

— Fica tranquila, eu preciso me vestir primeiro, me ajuda a chegar até a cama…

Pediu. 

Ele apoiou-se em mim e eu ajudei ele a sentar… 

— Melissa, pode procurar um shorts pra mim no meu Armário? A calça é muito apertada e a minha perna fica pior. 

Pediu. 

— Claro.

Abri o seu armário e achei um shorts e o entreguei. Eu não conseguia parar de observar seu ferimento.

— Obrigado. Agora saia do quarto e eu te chamo quando eu me vestir.

Pediu. 

Eu saí e esperei. Ele não demorou muito pra se vestir e me chamou.

— Pode entrar, Melissa.

Falou e assim eu fiz.

— Deixa eu cuidar do seu ferimento.

Falei, me aproximei e comecei a cuidar… 

De repente, meu coração começou a acelerar e eu fiquei muito tímida. 

— Melissa, você pensa em se casar?

Perguntou.

— Que pergunta é essa? 

Perguntei, sorrindo.

— Não sei… Não tem nenhum pretendente? Não pensa em conhecer outras pessoas? Não apresento nenhum dos meus amigos, porque eles moram em outras cidades.

Respondeu.

— Eu não penso… Agora estou traumatizada e não quero conhecer um homem…

Falei, enxugando o sangue. 

— Você é tão cuidadosa com as coisas, você merece conhecer o amor, vindo de uma pessoa boa. Você merece ser amada a cada segundo da sua vida, e merece um homem que te mostre o amor de verdade. 

Falou. 

— Porque está me falando isso? Você sabe que não tem um homem que goste de mim de verdade.

Falei. 

— Você tem certeza que não tem um cara que gosta de você?

Perguntou.

— Quem iria gostar?

Perguntei. 

— Com um tempo você deve descobrir… 

Respondeu.

— O seu rosto também tem um pequeno arranhão. Vou cuidar disso também.

Falei. 

Nossos olhares se encontraram e eu via o Paulo com outros olhos… Eu estava tão perto como nunca havia ficado antes. Meu coração acelerava, mas eu fingia que não era nada. Eu não podia sentir nada pelo Paulo, porque aquilo estragaria o nosso bom relacionamento de primos. 

Disfarcei e cuidei do arranhão no rosto.

— Pronto. Depois vamos ter que lavar novamente. 

Falei.

— Melissa, não é hora e nem lugar pra falar isso. Mas… Eu quero confessar algo pra você, mas não quero que se assuste ou fuja. 

Falou.

— O que aconteceu?

Perguntei. 

— Olha nos meus olhos… Melissa, eu tenho sentimentos por você. Eu gosto de você como mulher.

Respondeu. 

Quando ele começou a gostar de mim? O que tinha acontecido com nós dois?

— Como assim? Quando começou a gostar de mim dessa forma?

Perguntei.

— Foi antes dos meus tios morrerem… Eu percebia que eu tinha ciúmes de você, que eu queria proteger você cada vez mais e sempre que eu estava perto de você, eu estava mais feliz que nunca. E o meu coração começou a acelerar quando você estava por perto, e teve um dia que eu quis te beijar. 

Respondeu.

— Paulo… Eu gosto muito de você, mas como eu nunca me apaixonei por ninguém, eu estou confusa… Eu não tenho certeza se gosto de você da mesma forma que você gosta de mim. É que passamos por muitas coisas juntos. Você sempre fez de tudo pra me defender e me proteger, pra me ajudar… E eu sempre quis te proteger também. Mas e se isso não for amor?

Perguntei.

— Da minha parte, não restam dúvidas. Mas eu não quero que você fique nervosa, eu quero que haja normalmente. Se eu não tiver espaço no seu coração, vamos continuar sendo as pessoas que sempre fomos um para o outro. Eu te amo, Melissa.

Respondeu. 

O Paulo era tão diferente, eu tinha certeza absoluta de que ele me amaria, que ele sim me daria valor e jamais me machucaria. Mas eu queria ter certeza, pois eu não queria machucar o Paulo.

— Eu preciso de um tempo pra pensar sobre isso… Tudo bem? 

Perguntei.

— Leve o tempo que precisar, eu não vou te pressionar. 

Respondeu.

Ele era como eu sempre sonhei… Mas eu nunca me imaginava com o Paulo, era vergonhoso pensar nisso, já que tínhamos passado tanto tempo juntos e nos conhecíamos tão bem. 

— Descansa um pouco. Eu vou preparar o almoço. Tem frango? Eu vou fazer Strogonoff.

Perguntei, me levantando.

— Tem sim. Obrigado.

Respondeu.

— Se precisar de alguma coisa, me grite. Aqui o controle, assiste a um filme.

Falei, saindo em seguida. 

Fui pra cozinha e respirei fundo. Eu estava tão nervosa, mas eu disfarçava na frente dele. 

Fui fazer o almoço e continuei pensando sobre o que o Paulo tinha falado pra mim… Era muito vergonhoso, porque era o Paulo. Eu cresci com ele, passava boa parte do tempo com ele, dividimos nossas coisas, éramos como se fôssemos da família mesmo. Mas ele também era muito lindo… Por fora e por dentro. E isso me deixava tímida.

Quando fiz a comida, fui para o quarto comer com ele. 

— Aqui. Espero que goste.

Falei, entregando o prato e me sentando em seguida.

Ele estava assistindo um filme romântico, e estava bem na hora do beijo. 

Então, eu evitei olhar pra ele. 

Mas o casal do filme estava passando do beijo, então o Paulo tirou do filme. Ele percebia que eu estava desconfortável.

— Esses filmes…

Falou, rindo.

— É… 

Concordei, sorrindo. 

— Sua comida está muito boa. 

Falou. 

— Obrigada. Bom apetite.

Falei.

O Paulo havia me pedido pras coisas não ficarem estranhas, mas não tinha jeito. Eu não conseguia agir naturalmente…

Após o almoço, eu evitei ficar perto dele e fui arrumar a casa, era uma ótima desculpa pra fugir daquela situação… 

E passei o dia todo a pensar…

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Comments

Maria DA Gloria

Maria DA Gloria

não entendi porque o Paulo não foi para o hospital,se está ferido e com dor na perna

2024-12-17

1

Ester

Ester

mas tomara que ele seja o mocinho da história porque se não for ela vai ficar destruída

2024-10-04

2

Ester

Ester

até ontem chorava pela melhor amiga dela

2024-10-04

0

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