O assassinato

Fui caminhando rapidamente até a floricultura, eu realmente estava com muita dor.

Quando cheguei, o Paulo tinha acabado de chegar e estava descendo do carro.

— Paulo?!

Gritei. Eu estava a uns 7 metros de distância, ele me viu e foi me ajudar.

— O que aconteceu? Você está passando mal?

Perguntou, segurando no meu braço.

— Estou com muita dor no peito. Dói muito…

Respondi, tocando no seio.

— Vamos para o hospital.

Falou, me pegando nos braços.

— Paulo, não quero ir para o hospital… Me leva para dentro da floricultura, por favor.

Pedi, chorando.

— Eu poderia insistir, mas já sei como você é, eu poderia te levar a força, mas não seria legal. Então… Se a dor não passar, iremos para o hospital.

Falou. Abriu a porta e me levou para dentro.

— Senta e me diz o que aconteceu para você está assim.

Perguntou, me ajudando a sentar.

— O namorado da Amanda…

Tentei falar, mas estava ofegante…

— Espera… Eu vou pegar água pra você.

Falou, correu e pegou a água… E lá estava eu, mais uma vez, preocupando o Paulo.

— Bebe e respira fundo.

Bebi a água e fiz como ele falou…

— O namorado da Amanda, é o homem que bateu no seu carro naquele dia… É aquele homem… Ele se chama Daniel.

Falei.

— Isso é realmente sério?

Perguntou.

— Sim… Eu me sinto tão estranha e tão mal, quando vejo ele. Mas ao mesmo tempo, eu sinto uma dor, um sentimento estranho, vai ser loucura falar isso… Mas sempre que vejo ele, gostaria de ficar mais perto.

Respondi, chorando.

— Você está apaixonada?

Perguntou Paulo, confuso.

— Não, Paulo. Não é paixão, não é amor, não é nenhum sentimento amoroso. Eu não sei o que é isso, mas não o vejo como homem, definitivamente não.

Respondi.

— Que coisa mais estranha. Talvez seja porque ele tem o mesmo nome que o seu irmão…

Falou.

— E pra piorar, o nome dele é Daniel… A Amanda está envolvida com um bandido e ela nem faz idéia disso… Estou tão confusa, mas ela está tão feliz. Ela só está encantada com a beleza absurda dele, mas ela precisa conhecer ele de verdade.

Falei, brava.

— Se você contar pra ela, eles irão brigar e ele pode te fazer algum mal… Se você não contar e ela descobrir que você já sabia de tudo, ela ficará furiosa.

Falou Paulo. Ele tinha razão, era aquilo que ia acontecer.

— Eu não posso contar… Espero que ela descubra com o passar do tempo e que ele não a machuque.

Falei.

— Tudo ficará bem e você não tem culpa de nada.

Concluiu Paulo, me dando um abraço.

Era quente…

— Paulo, obrigada. Para acabar de completar, o Rodrigo quer me ver hoje a noite…

Falei, nervosa.

— Você vai?

Perguntou, assustado. O Paulo estava mais protetor ainda…

— Eu tenho que ir… Eu tenho que fingir que tudo está bem, tenho que tratar ele como ou melhor do que antes.

Respondi, Paulo levantou-se e eu também.

Paulo me deu as costas, bravo com as minhas atitudes.

Passei em sua frente e o encarei.

— Paulo, eu tenho que proteger os meus pais e você também.

Falei, mas ele continuava bravo.

— Eu quero que você cuide de você… Será que você tem noção do quanto que eu gosto… De você?

Perguntou, um tanto bravo.

— Eu também gosto muito de você, Paulo.

Respondi.

— Você não entende, Melissa.

Falou, me evitando e indo para o corredor…

— Então, me explica.

Pedi. Indo atrás dele…

— Tem cliente, vai lá.

Falou, tomando água.

O que o Paulo queria dizer com aquilo? Que eu não entendia?

Não pude insistir e fui atender o cliente…

Mas confesso que passei a tarde pensando naquilo, porém não tive coragem de perguntar de novo, ele estava muito bravo comigo, mal olhou na minha cara.

— Está na hora de fechar, vamos…

Falei.

— Eu vou jantar com os meus pais, estou com muito sono então se precisar de mim, me liga. Se cuida.

Falou, dando um beijo na minha testa e saindo em seguida.

Eu fiquei sem palavras, então apenas o o esperei sair e fechei a floricultura.

Quando fechei, ele estava entrando no carro.

— Paulo? Pode me dar uma carona?

Pedi.

— Entra.

Respondeu.

Eu queria ficar mais próxima do Paulo, sempre que ele parecia se afastar… Eu sei que eu estava errada.

Entrei e fomos calados até a minha casa.

— Obrigada pela carona.

Falei, dando um beijo no rosto dele e saindo.

Fui correndo para o banho e me arrumei depressa… Quando sair do banheiro, já tinham 3 ligações perdidas do Rodrigo.

— Que homem maluco, porque ele está tão apressado?

Retornei a ligação.

— Olá? Já está pronta?

Perguntou.

— Eu vou apenas pôr uma roupa e te ligo. Quero que me busque na padaria.

Respondi.

— Eu quero que você saia daí agora. O mais rápido possível.

Falou, desligando em seguida.

— Mas o que… Caramba, ele desligou.

Me vestir rapidamente e desci.

— Lara, fala pros meus pais que eu sair, mas não vou demorar.

Pedi.

— Eu falo sim.

Respondeu.

Eu sair apressada e fui direto para a padaria…

Quando cheguei, ele estava parado ao lado do seu carro.

— Olá, Rodrigo. Espero não ter demorado.

Falei.

Ele me olhou de cima a baixo, se aproximou de mim e me olhou sedutor…

— Você está tão linda… E nessa roupa fica melhor.

Falou, tocando no meu queixo e aproximando o seu rosto.

— Aqui não… Tem pessoas.

Falei, me afastando dele.

Ele puxou delicadamente a minha mão e abriu a porta do carro e eu entrei.

Eu estava tão nervosa, ele entrou em seguida…

— Estamos no meu carro, os vidros estão fechados. Então eu posso beijar a minha namorada?

Perguntou.

— Você…

Tentei responder, mas ele foi bem rápido e me beijou antes que eu concluísse.

Eu não gostava do Rodrigo, eu estava com medo dele, mas mesmo assim eu conseguia corresponder os seus beijos tentadores. Parecia que ele era regido pelo fogo…

— Tá bom, Rodrigo. Assim eu vou ficar com vergonha…

Falei, tímida. Eu realmente estava com vergonha.

— Agora somos namorados, então está tudo bem tentarmos algo a mais?

Perguntou, descaradamente.

— Não! De jeito nenhum. Eu não sou assim, eu gosto de tudo no tempo certo. E ainda não é tempo.

Respondi, o encarando.

— Iremos com calma, então… Vamos ao cinema? Tem um filme perfeito esperando por nós.

Perguntou.

— Que filme?

Perguntei.

— É surpresa… Então, vamos?

Perguntou, novamente.

Eu não sabia mesmo o que responder. Eu pensava sobre o que o Paulo havia falado comigo, eu pensava também na minha opinião sobre aquilo tudo.

— Vamos!

Respondi.

Enquanto ele dirigia, eu pensava no que eu estava fazendo da minha vida. Não era normal eu estar ali e com ele…

Assistimos o filme. E pra falar a verdade, eu não gostei nenhum pouco. Era um filme muito explícito, com cenas de nudez e eu não gostava daquilo, então eu me sentir muito desconfortável.

Ele me deixou na padaria novamente.

— Gostou do filme?

Perguntou.

— É um pouco estranho, o casal… O filme mostrou muitas cenas inapropriadas, eu achei isso.

Respondi, com sinceridade.

— Pessoas que amam fazem aquilo.

Falou. A conversa dele simplesmente me dava náuseas.

— OK, eu tenho que ir… Está tarde, boa noite.

Falei, saindo do carro.

— Boa noite!

Gritou, quando eu já havia saído.

Fui caminhando e pensando um pouco… Quando eu estava próxima a rua em que morava, ouvi um barulho de tiro…

— Que barulho foi esse?

Me perguntei, e fui correndo pra casa.

Quando cheguei em casa, da porta dava para ouvir os gritos da Lara… Com muita coragem, entrei…

Os meus olhos não poderiam estar vendo aquilo. A Bianca e o Leonardo estavam no chão ensanguentados…

A minha bolsa caiu de um lado e eu caí em cima deles.

— Nãooooo! Não me deixem, por favor. Não, meu Deus! Não.

Gritei.

— Eu estava no quarto, quando ouvi o barulho dos tiros… Eu vou ligar para a ambulância. Fique tranquila, senhorita.

Falou Lara, chorando e pegando o telefone.

— Eu preciso de vocês, por favor… Não me deixem assim, não vão.

Pedi, tocando no corpo deles.

Peguei o meu telefone e as minhas mãos estavam cobertas de sangue, telefonei para o Paulo.

— Paulo, você estava dormindo? Desculpa te acordar. A mamãe e o papai levaram um tiro.

Falei, desesperada.

— O quê? Como assim? Onde vocês estão?

Perguntou.

— Eu acabei de chegar em casa, a Lara ligou para a ambulância e já devem estar a caminho, vem rápido. Por favor.

Pedi, desligando em seguida.

Não conseguia parar de chorar, eu tremia e deitava em cima do corpo deles.

Paulo chegou antes da ambulância…

— Tios!

Gritou Paulo, caindo no chão desesperado.

Logo, a ambulância chegou e levou os corpos dele.

— Lara, vá descansar um pouco… Eu e o Paulo vamos para o hospital.

Falei, chorando.

Fomos o caminho todo chorando, eu estava desesperada, eu estava me sentindo culpada, eu não sei o que eu estava sentindo naquele momento.

Quando chegamos no hospital, levaram eles e logo retornaram com notícias.

— Como eles estão?

Perguntei, com o Paulo do meu lado.

— Vocês precisam ser fortes… Não conseguimos fazer nada, eles acabaram de falecer.

Respondeu o médico.

No mesmo instante, eu caí no chão e o Paulo tentava me acalmar.

— Não! De novo não! Eu não posso perder eles assim. Não. Porque? Porque, Paulo?

Perguntei, tremendo.

— Eu não sei… Meus tios…

O choro e os gritos tomaram conta daquele lugar…

E eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo de verdade. Eu podia jurar que era um pesadelo e eu ia acordar, e quando acordasse eles estariam ali para dizer que era tudo mentira.

Eu esperei, mas eu não acordava…

E chegou a hora do velório, do enterro… Mas, porque eu ainda estava a dormir? Era um sonho muito longo? Porque eu não acordava? E, porque aquele sonho era tão triste, porque eu dormi tanto? E a floricultura? E os cafés da manhã com os meus pais? E os beijos, e os abraços deles? Eu realmente não ia acordar daquele sonho… Porque não era um sonho, mas sim a realidade mais dolorosa…

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Comments

Lilian De Jesus

Lilian De Jesus

mais é burrinha

2025-03-06

0

Lucia Juhasc

Lucia Juhasc

pode ser coisa da tia dela

2024-10-09

0

Ester

Ester

e ela não ligou um mais um o cara simplesmente ordenou que ela saísse de lá aí ela chega ouve tiros e cadê os bandidos cada vez a história fica mais sem pé nem cabeça

2024-10-04

2

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