Naquele mesmo dia, a noite eu iria encontrar-me com a Amanda, como já estava marcado.
Esperando em frente de casa, quando ela chegou toda sorridente.
— Eu estava com saudades, Amanda!
Falei, lhe abraçando em seguida.
— Eu também estava com saudades.
Falou, me olhando e sorrindo.
— Vamos comer como comíamos no início do ensino médio.
Falei, animada.
— Porque não beber como bebemos naquele final de semana?
Perguntou Amanda, sorrindo.
— Ah! não... Aquele fim de semana que passamos na casa de praia da sua tia-avó?
Perguntei, recordando-me.
— Sim. Exatamente! Você lembra-se? Você chamava o meu nome a noite inteira e vomitou mais de 10 vezes.
Falou, gargalhando.
— Não foram tantas...
Falei, brava.
— Foram sim! Vamos beber um pouco?
Perguntou, com um olhar malicioso.
— Vamos comer costelas de porco e beber chopp?
Perguntei.
— Vamos!
Respondia Amanda toda animada.
Nós fomos a um lugar que costumávamos ir para comer e beber...
— Olha, eu só vou tomar 3 copos. Amanhã eu preciso trabalhar.
Falei.
— Eu sei perfeitamente. Nós não viemos para ficarmos bêbadas, só para conversarmos mesmo.
Falou, Amanda virando o copo.
— É... E você? Já está a namorar com alguém?
Perguntei, testando a Amanda.
— Eu estou quase namorando um cara bem bonitão. Sério, você precisa conhecer ele, quando estivermos a namorar oficialmente.
Falou, sorrindo.
— Mas o Paulo? Vocês não estavam a ficar?
Perguntei.
— Não deu certo com o Paulo, amiga. Não sei, quando eu beijei ele, eu estava um pouco confusa e estava a gostar do garoto que eu estou a ficar agora.
Respondeu.
— Porque você beijou o Paulo, se estava a gostar desse cara?
Perguntei, séria.
— Por o Paulo ser bonito, eu queria saber se o beijo dele era bom. Eu sempre quis beijar o Paulo, sabe?
Falou, descaradamente. Como ela podia fazer aquilo? Era o Paulo.
— Tá!.. Você é livre para beijar a boca que quiser e tiver vontade. Mas você sabia que o Paulo gostava de você, ele já confessara os sentimentos, se você não gostava dele, apenas fosse sincera e o deixasse ir.
Falei, brava.
— Que drama, amiga! Foi só um beijo. Isso porque ele não queria mais que isso, ele é muito reservado e falou querer ir com calma, ele já queria conhecer a minha mãe e…
Enquanto ela falava, eu achava um absurdo e a interrompi antes que ela terminasse tudo que tinha para falar.
— Como assim porque ele não quis mais que isso? Que história é essa?
Perguntei, assustada.
— Ah, Melissa! Nem todo o mundo quer virar santo igual você, ver o Paulo assim na minha frente enchia-me de muitos sentimentos, de…
Antes que ela terminasse, eu sentia necessidade novamente de interromper toda aquela bobagem que ela falava.
— Amanda, chega! Esses sentimentos que você tinha por ele, não eram puros, nenhum era puro. E você sabia que os sentimentos do Paulo eram bons, ele queria conhecer a sua mãe porque ele estava a levar isso a sério. Sabe no dia do acidente? Eu ia entregar flores para um cliente, e antes de sairmos, ele pegou flores e disse ir deixar na sua casa, na hora que o maluco bateu no carro dele, ele estava com as flores no colo. Ele só queria cuidar de você. E não, eu não estou brava por você não ter correspondido os sentimentos, estou brava porque brincou com ele dessa forma.
Falei. Em seguida, fiquei de pé e ela encarava-me feio. Após olhar-me durante uns 5 segundos, também ficou de pé.
— Sim, Melissa. Eu queria ver até onde os sentimentos dele iriam. E quer saber? Ele é muito burro. Vocês não têm o mesmo sangue, mas parecem ter. São iguais.
Foi inevitável... Quando eu ouvir tudo isso, dei-lhe uma tapa na cara.
— Eu não sei se eu não te conhecia, ou se você mudou. Mas seja lá o que for... Eu não quero saber o que aconteceu, eu penso que eu nunca lhe conheci.
Falei, triste. Enquanto ela tocava no rosto.
— Eu não tenho culpa se eu virei mulher, enquanto você quer ser menina para sempre. Como o Paulo não quis se divertir corretamente comigo, eu pulei para alguém que faz isso.
Falou. Pensei em dá-lhe outra tapa, mas segurei-me. O primeiro tapa foi no impulso e eu não queria machucar a Amanda, apesar de tudo eu gostava dela.
— Muito bem! Quando estiver com a cabeça no lugar, liga-me... Ainda somos amigas.
Falei, lhe dando as costas.
— Nós não somos mais amigas!
Gritou. Virei-me de frente para ela sorri discretamente.
— Eu acredito na mudança do ser humano, então eu acredito na sua também. Nós somos amigas, eu não vou deixar você.
Falei, com o coração doendo. Eu amava aquela garota que eu olhava…
Ela não me respondeu uma só palavra e eu voltei a caminhar para casa…
Quando estava a caminhar e pensando, vi uma mulher e logo assustei-me. Ela estava parada, sentada numa árvore.
— Não pode ser... Ma... Mamãe?
Aquela mulher na árvore, era idêntica a minha mãe. Era um pouco mais velha, mas se a minha mãe fosse viva, estaria exatamente daquele jeito.
Perdi as minhas forças e as minhas pernas não queriam caminhar, comecei a tremer e só tinha vontade de chorar…
Aproximei-me da mulher e comecei a chorar, ela ficou assustada…
— O que aconteceu, mocinha?
Perguntou.
— Permita-me tocar no seu rosto, só para eu ter certeza que eu não estou a sonhar, ou que a senhora é uma miragem.
Pedi, me tremendo.
— Pode tocar no meu rosto.
Permitiu. E assim, eu toquei... Era real, aquela mulher estava realmente ali. E era tão gentil, quanto a minha mãe.
— A senhora…. A senhora é igual a minha mãe... Eu perdi a minha mãe quando eu tinha 6 anos... A senhora... Como pode ser igual ela?
A minha cabeça estava ainda mais confusa, sentei-me no chão e desabei em lágrimas, comecei gritar e chorar... Naquela rua vazia... Vazia como o meu coração.
Logo, aquela mulher levantou-me e olhou nos meus olhos... Foi quando ela começou a chorar e tocar no meu rosto.
— É você, Melissa? A minha sobrinha linda... Você cresceu tanto.
Perguntou, assustada e chorando.
Como podia ser? Ela era irmã gêmea da minha mãe? A minha mãe nunca falava sobre nenhum parente, então como ela tinha uma irmã gêmea? Ela não mudara muito... Era nitidamente o rosto da minha mãe, ela sempre teve uma pele ótima.
— Como assim sobrinha? Quem é a senhora?
Perguntei, enxugando as minhas lágrimas.
— Eu sou irmã gêmea da sua mãe Sara. Eu sou a Sabrina, sua tia.
Falou, tocando no meu rosto, em seguida abraçou-me... Eu fiquei totalmente sem reação, eu não sabia como abraçar aquela mulher…
— Como assim minha tia?
Perguntei, assustada.
— É... O meu rosto pode provar-te isso, eu sou irmã gêmea da sua mãe…
Falou, chorando.
— Mas, porque a minha mãe nunca comentava sobre familiar nenhum?
Perguntei, sem entender nada que estava a acontecer.
— Porque a Sara resolveu se afastar de todos... Quando ela começou o relacionamento com o seu pai, ninguém a apoiava, ninguém gostava do André e não queriam aceitar ele. Então ela saiu da cidade de onde morávamos, e casou-se com ele. O ódio que eles tinham do André era tão sério, que eu não podia envolver-me com a minha irmã... Uma vez no mês, conseguíamos comunicar-nos, por carta. Tínhamos uma amiga muito especial, nossa amiga de infância... E essa amiga que entregava as nossas cartas, para podermos manter contato.
Falou, chorando... Ela parecia muito mal.
— Eu sentir-me perdida a vida inteira, eu nunca soube de ninguém da família da minha mãe, nem do meu pai…
Falei.
— Eu sentir muita falta da minha irmã, ela chegou enviar-me uma fotografia sua com o Daniel... A propósito, como o Daniel está?
Perguntou. Aquela pergunta era como uma facada no peito.
— Eu não sei onde o Daniel está... Porque a senhora não voltou antes? Soube da morte da minha mãe só agora?
Perguntei.
— Não... Eu soube assim que ela morreu. Eu tive tanto medo de vir, eu sou muito covarde. perdoa-me por aparecer só agora, você deve está confusa.
Respondeu.
— Eu sempre estive confusa... As coisas nunca estiveram claras para mim. Eu e o Daniel fomos levados para um orfanato e fomos adotados por casais diferentes... Eu procurei ele o tempo inteiro, mas eu nunca achei. Tive que conviver com a dor da morte dos meus pais, e com a incerteza da vida do Daniel. Porque eu não sei como ele está, se ele está vivo...
Falei, e deixei as lágrimas rolarem... Então, aquela mulher abraçou-me e doía tanto.
— Mas como a senhora veio parar aqui?
Perguntei, curiosa.
— Essa amiga que eu mencionei... Ela buscou informações sobre você. E eu fui ao orfanato e informaram-me o bairro que você estava... Só não me deram número de telefone, nem o endereço certo. Parece que o destino quis nos unir... Eu cheguei aqui ontem e fiquei nessa árvore, esperando você passar... E hoje, sentir que eu deveria vir e ficar mais tempo, e então você realmente passou.
Falou, contente.
— Confesso que fiquei assustada. Mas estou feliz por saber que tem alguém que tem o mesmo sangue que eu, na minha frente.
Falei.
— O seu olhar reflete tanta tristeza... Está nítido que você não viveu em paz.
Falou, tocando no meu ombro.
— Eu estou bem, senhora.
Falei.
— Será que eu posso ter o seu número? Eu sei que fui uma pessoa ausente, mas eu quero mudar isso. Eu quero ajudar-te a achar o Daniel.
Falou.
— Sim, claro.
Dei o meu número para ela. Era tudo muito confuso, mas ela era minha tia...
— Obrigada, querida. Mandei uma mensagem, salva o meu número, para se precisar de algo.
Falou, docemente.
Ela sorria da mesma forma que a minha mãe... A minha mãe já estava a sumir das minhas memórias, eu só continuava a lembrar dela porque olhava para as fotos diariamente. Mas quando eu vi aquela mulher, parecia que as memórias que eu estive com a minha mãe, ficaram mais nítidas…
— Eu tenho que ir para casa agora... Podemos marcar para conversamos melhor.
Falei, sorrindo discretamente.
— Tá bom, sobrinha. Se cuida!
Falou, sorrindo a mostrar os dentes.
Aquele sorriso era tão especial...
Nos despedimos e seguir a caminhar até em casa... Todos estavam no quarto, então livrei-me das perguntas... Apenas entrei no meu quarto, fui para o banheiro, liguei o chuveiro e chorei muito...
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Valentina Valente
Acho esse português de Portugal muito chato de ler.
2025-01-29
0
Lucia Juhasc
o Rodrigo pode ser o mesmo que está com a amiga dela
2024-10-09
0
Cecilia geralda Geralda ramos
e pelo menos um parente .este Rodrigo é se for inimigo do Daniel.
2024-09-10
1