7 CAPÍTULO

Carolina Belyk

Nada que me faça perder o meu tempo mais, não temos nada em comum, não fazemos sexos, não é nenhuma escapatória mais. Todo o dia ele chega estressado, me bate e eu estou cansada, preciso de uma fuga, já pensei em tantas alternativas.

Ele sempre diz, que ele manda em mim, e que eu fui uma moeda de troca e nunca mais posso sair daqui, ou seja, só posso sair morta ou matando ele, ou numa tentativa de fuga eu seja morta. Bom, apanhar diariamente é a pior coisa, e não é uma coisa do qual eu gostaria, então, prefiro morrer do que me sujeitar a isso por mais alguns anos.

A morte nem sempre é um único refúgio, com uma (casa) cheio de seguranças (capangas), como eu fugiria? Como eu conseguiria sair daqui?

Ou melhor, tive uma ótima ideia. Na troca do turno da noite, eles sempre demoram 10min, e sim, eu contei e sempre conto, desde que comecei a apanhar muito, aprendi que tenho que fugir e para isso e preciso estudar os seus inimigos, sim os capangas, e o meu "marido".

Na troca de turno, eles sempre se trocam e demoraram 10min para se arrumar e se vestir e essa é uma ótima alternativa, eu acho muitíssimo boa e será essa que irei testar, ou seja, vou preparar-me mentalmente para minha fuga de 10min, se algo der ruim, pode acontecer de, eles darem-me um tiro na perna, ou em qualquer outro lugar, apanhar novamente ou morrer.

Eu prefiro acreditar que vai dar tudo certo e jamais vou cogitar na possibilidade de dar tudo errado, então sim! Eu tentarei novamente.

No começo, ele dava-me muito dinheiro para comprar qualquer coisa quando não era tão mau, monstro assim, ainda conseguia sair um pouco e passear no‘shopping’g, agora não consigo mais, por ele ser tão louco, possessivo.

Com bastante dinheiro que ele me deu, conseguir juntar, basicamente, 35mil euros. Ou seja, dar para viver um pouco com essa economia na Itália, até arrumar um trabalho ou me aliar com alguma máfia em troca de proteção para ele não me achar mais.

Estudei basicamente um pouco sobre máfias e sei bem como funciona, e sei bem também, que se eu estiver provas das traições, ele pode simplesmente perder a máfia e exatamente por esse motivo, ele tirou meu celular, meu meio de comunicação com a minha única amiga que hoje não sei mais onde ela se encontra.

Estou no meu quarto agora, eu sempre janto antes dele e da Júlia chegarem, e sim, ela está aqui quase diariamente, agora, eu nem olho para ela, simplesmente acordo 7h da manhã, como algumas coisas, o almoço eles não estão e chegam na janta, já briguei e apanhei, já bati neles, e apanhei dos dois.

Parece aquele caso, de pai e madastra, e eu me sinto como se fosse assim. Inclusive, hoje me solicitaram para comparecer na janta, Ilário o como são incovenientes, e se eu for, a surra se retorna e a melhor forma de não apanhar é indo, e lá se vai, eu mais uma vez.

SALA DE JANTAR.

Ilário, eu chego e eles estão se beijando, quase se comendo, o quanto são horríveis e ridículos não está escrito.

Carolina: Boa noite. Me solicitaram e estão se comendo na minha frente, que falta de educação, digam o que quer, e eu irei subir.

Marcos: Carolina, sente-se e coma com a gente. E diremos o que vai acontecer.

Júlia: Sim, sente-se.

Carolina: Falam o que quer, estou sem tempo para ladainha de vocês.

Sento-me para eles falarem logo, isso é uma tortura psicológica.

Marcos: Fala direito sua vagabunda, eu que te sustento.

Júlia: Sim, fala direito connosco, você não manda em nada daqui.

Carolina: Senhores e senhoras, vocês não mandam em mim também, então, me sustenta por que quer, sabe que por mim eu nunca estaria aqui. Agora falem.

Júlia: A sua vadia, eu só não vou bater-te por quê...

Carolina: Porque se me bater, saiba que dessa vez irei devolver, diga logo, MERDA.