Cap. 3

Gabi recebeu Elis com um abraço e beijo carinhoso.

_ Que bom ter você para almoçar comigo hoje.

_ É sempre bom estar com você. O Enrico está ali, você viu?

_ Sim, ele veio almoçar também.

_Pelo visto o seu problema é com ele, não é? Aconteceu alguma coisa? Perguntou Elis ao ver que a irmã estava um pouco abatida.

_ Ah, Elis… Eu e Enrico terminamos… bem, não tínhamos nada oficialmente. Falou revelando o motivo do seu desânimo.

_O que? Sério, Gabi? Me conte o que aconteceu. Elis ficou surpresa com a notícia.

_O Luiz, o amigo que está na mesa com ele, flagrou nós beijando na sala do Enrico. Eu fiquei tão constrangida na hora, saí da sala, mas voltei para pegar a minha bolsa que havia esquecido lá. E então... escutei o Enrico dizer que a vida dele não mudou desde que começamos a ficar juntos. Foi como um balde de água fria, Elis. Gabi contava chateada.

_Nossa, Gabi... sinto muito que tenha passado por isso. Deve ter sido muito difícil, se quiser posso xingar o Enrico por você...

_ Não precisa… Foi difícil, mas estou tentando lidar com isso da melhor forma possível. Acho que é o melhor para nós dois acabar agora, porque eu não quero continuar nessa situação. Pensei que havia algo maior acontecendo entre nós, mas parece que eu estava enganada.

_Entendo, Gabi. É importante priorizar o que é melhor para você. Se precisar conversar mais sobre isso, estou aqui para te ouvir, a noite posso dormir no seu quarto, para te fazer companhia.

_ Obrigada pelo apoio.

_ Não precisa agradecer.  Às vezes, é preciso tomar decisões difíceis para seguir em frente. Mas você não precisa passar por isso sozinha... Tive uma ideia! Nada de dormir hoje, que tal sairmos à noite para nos divertirmos um pouco? Propôs tentando animar a irmã.

_Você acha que é uma boa ideia? Não sei se tenho ânimo.

_Claro que sim! Vamos nos distrair, dar um tempo para você esquecer os problemas. E sabe o que mais? Podemos postar algumas fotos juntas nas redes sociais. Assim, Enrico vai ver que você está seguindo em frente e se divertindo. Quem sabe isso não o faça repensar as coisas? Ele parecia tão apaixonado por você, talvez precise de um choque de realidade.

_Hmm, não sei se quero jogar esse jogo.

_Não é jogar, é apenas mostrar que você está bem e seguindo em frente. Além disso, vamos nos divertir muito juntas!

_ Podemos deixar isso para outro dia, ainda estamos no meio da semana.

_ Está bem, mas eu não vou deixar você ficar triste.

Elis dirigiu seu olhar em direção à mesa de Enrico e com a intenção de fuzilar ele como o olhar, mas para sua surpresa, deu de cara com Luiz, que estava sentado em frente a ela . Ele parecia descontraído e, ao notar o olhar de Elis em sua direção, acenou para ela com um sorriso amigável deixando ela tímida e sem graça, fazendo ela olhar para o outro lado.

Durante o almoço, Elis continuava a olhar para Luiz com curiosidade, queria saber um pouco mais sobre homem que a deixou tímida apenas com a troca de olhares.

_Então, irmãzinha, e o Luiz? Ele é um cara legal? Perguntou  Elis, querendo saber mais sobre o amigo de Enrico.

_ Ah, Luiz é ótimo! Ele é um excelente profissional, e Está sempre de  bom humor e tem um jeito descontraído que torna o ambiente de trabalho mais leve. Ele e Enrico são amigos há anos, fizeram faculdade juntos, e depois começaram a trabalhar no escritório. Explicou Gabi, lembrando-se das interações amigáveis entre Luiz e Enrico.

Elis assentiu, absorvendo as informações sobre Luiz.

_ Humm, interessante.

_ Você se interessou por ele? Perguntou Gabi que já tinha percebido que a irmã estava olhando para a mesa em que Enrico e Luiz estavam sentados.

_ Claro que eu não, eu não me interessei por ele. Depois de namorar mais cinco anos com o Felipe, e ainda terminar com mais de um par de chifres na cabeça, não quero me interessar por outra pessoa tão cedo. Falou Elis lembrando do final conturbado do relacionamento que viveu com o ex namorado com quem pensava que ia chegar a se casar. _ Aff, para que eu fui lembrar desse cara.

_ Verdade, ele só te fez sofrer. Esqueça ele, e vamos falar de outro assunto.

_ É melhor mesmo, não quero perder o meu apetite lembrando daquele cara.

_ Então... por que perguntou sobre o Luiz?

_ Po po po... por que? Curiosidade, quero conhecer um pouco as pessoas com quem você trabalha. Gaguejou Elis encontrando uma resposta. _ É sempre bom ter colegas assim no trabalho. No último emprego o clima era horrível, muita competição, conversas paralelas, um falando mal do outro, por isso resolvi sair da agência de publicidade.

_ Eu lembro que chegava estressada em casa por causa disso. Esse tipo de ambiente de trabalho é horrível, ainda mais para você que é muito livre e criativa.

_ Sim... Agora que estou finalizando a minha pós em fotografia, e já estou planejando a abertura do meu estúdio. Assim que finalizar a pós graduação, quero trabalhar apenas com isso. Descobri que gosto mais de trabalhar com fotografia do que com publicidade de propaganda.  E se não der certo, vou fazer outra coisa.

_ Eu acredito muito no seu potencial, Elis. Você sabe o que quer, e está trabalhando para que tudo dê certo, por isso, logo alcançará os seus objetivos. Gabi disse em apoio à irmã.

O almoço fez bem para Gabi e para Elis que conseguiram se distrair um pouco.

Na saída do restaurante, Elis aproveitou para voltar a uma loja onde tinha visto alguns itens que haviam chamando sua atenção, e quando saia da loja em questão, ela e Luiz, acabaram se esbarrando.

_ Desculpa… Pediu Elis olhando para Luiz.

O encontro casual de Luiz e Elis foi breve, mas deixou uma marca sutil em ambos. Enquanto passavam um pelo outro, seus olhares se voltaram a se encontrar, criando uma faísca de curiosidade mútua.

Elis sentiu um calor subir pelo seu rosto quando os olhos de Luiz encontraram os seus. Ela não pôde deixar de notar como ele parecia charmoso e confiante, e uma sensação agradável se espalhou dentro dela.

Por outro lado, Luiz ficou momentaneamente hipnotizado pela beleza de Elis, e ele não pôde deixar de se sentir atraído por ela.

Enquanto se afastavam um do outro, tanto Luiz quanto Elis se viram pensando sobre aquele breve encontro, curiosos para saber mais um do outro.

_ Luiz, Luiz... Chamou Enrico vendo o amigo parado no meio da calçada como se ele estivesse paralisado. _ Vamos...

_ Vamos. Falou com um sorriso nos lábios.

Luiz, aos 32 anos, era um homem com um senso de humor cativante, sempre pronto para fazer uma piada ou uma brincadeira para alegrar o ambiente ao seu redor. Seu sorriso era contagiante, e a sua personalidade brincalhona o tornava querido por todos que o conheciam. Como arquiteto, Luiz demonstrava uma paixão genuína por sua profissão, dedicando-se com entusiasmo a cada projeto que assumia.

Amigo leal de Enrico, e vice versa, com seu senso de humor, Luiz sempre encontrava uma forma de irritar o amigo. Juntos, Luiz e Enrico formam uma parceria dinâmica, onde a amizade é a base sólida que sustenta não apenas suas carreiras, mas também suas vidas.

Apesar de sua natureza leve e descontraída, Luiz tinha uma faceta séria quando se tratava de questões de justiça. Ele detestava ver injustiças acontecendo e sempre estava disposto a defender o que considerava certo e justo. Sua integridade e senso de ética eram admiráveis, e ele não hesitava em levantar a voz quando via algo errado acontecendo.

Apesar da vida animada e bem-sucedida, Luiz havia se apaixonado apenas uma vez, o que o tornava um tanto reservado quando se tratava de relacionamentos românticos. No entanto, uma vez que se apaixonasse, ele se entregaria de corpo e alma, capaz de tudo para fazer a pessoa amada feliz.

Luiz, 32 anos.

Elis, 23 anos.

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