Uma semana depois
???: e agora o que você pretende fazer?
Luna: em primeiro lugar eu preciso de um novo trabalho.
???: Você não deveria ter saído de lá desse jeito... Agora mais do que nunca você precisa estar bem financeiramente.
Pego a almofada laranja chamativa do sofá e enterro meu rosto nela.
Gaby é minha melhor amiga desde sempre, fizermos faculdade e estudamos juntas então apesar de ter um gosto bem peculiar para decoração ( a exemplo da almofada laranja com glitter que tenho em mãos) é uma das melhores pessoas que conheço... Uma amiga de verdade.
Luna: É eu sei... Eu não teria saído da empresa se soubesse como as coisas acabariam.
Faz uma semana desde o dia em que expulsei o Fernando de casa, não tem sido fácil pois apesar de tudo eu ainda sinto a sua falta, mas até que estou lidando bem com a situação.
Ele não me ligou até o momento, ao mesmo tempo em que alimento um pouco de esperança estou convicta de que fiz a coisa certo.
Só me arrependo de não ter lhe contado antes, talvez assim eu não tivesse tomado a decisão que tomei.
Eu pedi demissão quando confirmei a gravidez , agora vejo que foi uma decisão muito precipitada, mas era o que eu sempre pensei em fazer.
Anos antes quando conversei com Fernando sobre o assunto disse a ele que quando ficasse grávida tinha o desejo de parar de trabalhar e me dedicar totalmente a gravidez , não é que eu não fosse capaz de trabalhar era só um desejo meu mesmo.
Na época ele concordou comigo, disse que quando acontecesse eu poderia parar de trabalhar sem problema algum, que ele seguraria as pontas... Não é como se ele fosse me sustentar sozinho, eu sempre fui muito bem organizada com questões de dinheiro e mantenho uma reserva considerável guardada.
Seria o suficiente para eu ficar ao menos um ano inteiro sem me preocupar... E com a possível ajuda de Fernando eu não precisaria me preocupar em voltar a trabalhar por pelo menos uns dois anos. Essa era a ideia inicial, e só agora eu percebo em como fui burra em planejar uma coisa dessas, confiei totalmente nele.
Esperei duas semanas para lhe contar e durante todo esse tempo fiquei resolvendo questões que envolviam a minha saída da empresa.
Agora estou sem o meu trabalho, e aparentemente serei mãe solteira.
Gaby: Talvez o seu antigo chefe te aceite de volta... Não tem tanto tempo assim que você sai Lu.
Luna: Dúvido e muito... Eu mesma deixei uma pessoa em meu lugar.
Ela me olha e vejo a preocupação em seu rosto.
Gaby: O dinheiro que você tem guardado é o suficiente para te manter por algum tempo?
Luna: Por um ano inteiro talvez... Isso se eu parar de ajudar os meus pais.
Meus pais são aposentados, eles já não eram mais tão jovens quando tiveram eu e minhas duas irmãs mais velhas
Eles vão ao médico com uma frequência considerável e por isso o gasto com remédios e consultas é um pouco acima do que eles podem manter sem ficarem endividados.
Faço questão de enviar um valor todos os meses, afinal eles não mediram esforços para que suas filhas se formassem... Todas nós ajudamos de acordo com as nossas condições.
Quando planejei que pararia de trabalhar a ideia era continuar ajudando os dois, talvez eu diminuísse um pouco o valor, mas ainda assim continuaria mandando um dinheiro todo os meses até que eu voltasse a trabalhar.
Só que agora estou sozinha, e não tenho a segurança que de certa forma o Fernando me traria... Não quero parar de ajudar as pessoas que tanto fizeram por mim, mas talvez eu deva se não encontrar um emprego em pouco tempo.
Gaby: Você deveria conversar com seus pais, eles vão super te compreender Lu.
Luna: Eu ainda não contei para eles sobre a gravidez... E agora não sei se quero contar.
Gaby: E que motivo você teria para não dizer nada?
Luna: O fato de eu ter deixado o meu emprego e ter confiado em um homem que não pensou duas vezes em dizer que não queria esse filho é motivo mais que suficiente.
Gaby: Não há vergonha alguma em ser mãe solteira, você...
Luna: Sei disso, só não quero preocupar eles agora... Também não quero virar motivo de pena pra toda a família.
Todas as mulheres de minha família são bem casadas e com seus respectivos filhos, elas se orgulham de terem um marido que de certa forma são uma rede de apoio, inclusive as minhas irmãs.
Sou a jovem mais bem sucedida da família, como eles gostam dizer, ou ao menos costumava ser.
Eu tinha um bom trabalho, carro e apartamento próprios, estabilidade financeira e um excelente namorado que tinha uma boa posição... para eles eu deveria me orgulhar por possuir tudo isso e ter apenas vinte e cinco anos.
Não foi fácil, eu tive que me esforçar muito, economizar e planejar muito bem tudo o que pretendia fazer desde muito nova enquanto dívida o meu tem entre os estudos e alguns trabalhos de meio período.
Gaby: E vai fazer o quê? Esconder a gravidez até o momento de dar a luz?
Luna: Não seria uma má ideia.
E seria bem possível já que moro um pouco distante de meus pais, geralmente sou eu que dirijo até a antiga cidade em que morei para vê-los.
Gaby: Você não pode estar falando sério.
Luna: Ao menos não vou contar até conseguir um novo emprego... Vai ser uma coisa a menos para eles se preocuparem.
Gaby: Não acho que vá ser difícil, você tem um bom currículo.
Luna: Sim, mas não adianta de nada ter um bom currículo se não houver um lugar precisando de alguém com as minhas qualificações.
Gaby: Sei disso...vou ver se consigo te ajudar.
Minha amiga vai até a cozinha e busca uns biscoitos de chocolate para nós duas.
Gaby: Aqui experimenta, são os seus favoritos... E dessa vez fui eu que fiz.
Antes de levar os biscoitos a boca olho meio desconfiada para ela.
Gaby: Esses estão bons, não estão duros de quebrar os dentes como os que fiz da primeira vez... O meu pai me ensinou o ponto certo de tirar eles do forno.
Com um pouco mais de confiança dou a primeira mordida e sinto o biscoito desmanchar em minha boca.
Luna: Muito bom. Falo enquanto mastigo com calma.
Gaby: Você quer um copo de suco? Em hipótese alguma voltarei a te oferecer café enquanto essa criança não vier ao mundo.
Luna: Obrigada, vou ficar só com os biscoitos mesmo.
Fico um tempo sem dizer nada e então ela se dá conta.
Gaby: Você sente a falta dele não é?
Confirmo com a cabeça.
Gaby: Aquele canalh@ não te merece Lu, não merece vocês dois. Diz olhando para a minha barriga. Você fez bem em expulsar aquele imbecil.
Repito isso para mim mesma a todo o momento.
Gaby: Vou estar sempre ao seu lado e sua família também estará quando você decidir contar, tenho certeza disso. Ela segura a minha mão para me trazer algum conforto.
Luna: Até o momento estou lidando bem com as coisas sozinha, mas faz apenas uma semana... E também não sei como vou me sentir se o encontrar em alguma loja ou se começarem a perguntar muito por ele.
Gaby: Espero não ter que me encontrar com aquele verme na rua... do contrário ele precisará de uma medida protetiva.
Conheço a Gabryela Monteiro o suficiente para saber que essa mulher, mesmo não tendo mais que um e cinquenta e sete de altura é capaz de qualquer coisa para proteger as pessoas que ama. Eu a amo muito por isso, é praticamente uma terceira irmã para mim.
Luna: Não quero que faça nada de que possa se arrepender.
Gaby: Qualquer coisa que eu fizer por você já vale e muito a pena.
De repente me sinto um pouco emotiva.
Gaby: Ah vem cá. Sentada ao meu lado ela me abraça. De agora diante só quero lágrimas de felicidade vindas de você.
Luna: Vai ser difícil. Falo fungando um pouco.
Gaby: Mal posso esperar para ser madrinha... Eu vou ser a madrinha não é?
Luna: Com toda a Certeza.
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Anita Alves
homem correndo sãs responsabilidades sem covardes /Chuckle//Chuckle//Chuckle//Chuckle//Chuckle//Chuckle//Chuckle/
2025-01-14
0
Anonyamor
Eu bebia café sem problemas tanto pra mim como para as duas gestações que eu tive
2024-11-24
0
Aurisia Ivo da Silva
tomei nojo desse Fernando 😡😡😡😡
2024-10-23
0