CAPÍTULO 20

Então ele comprou um buquê de flores e uma garrafa de vinho para pedir ela em casamento. Era o dia mais feliz da sua vida pelo sucesso profissional, e quis dividir a felicidade com Cláudia que não esperava por Júnior naquela noite. Era uma quarta feira dia em que Júnior nunca ia a casa dela para namorar só aos domingos. E neste dia de quarta-feira os pais de Cláudia frequentavam a igreja e deixavam Cláudia sozinha, porque confiavam na filha, e não se preocupavam caso Júnior viesse à casa deles, que era sempre bem vindo. E lá foi Júnior feliz da vida com um buquê de rosas vermelhas na cor da sua paixão por ela. E uma garrafa de vinho na mão para enfim pedir ela em casamento. Naquela época não havia luz elétrica, e a maioria das pessoas usavam velas de cera, ou um lampião, quando ele entrou tudo estava escuro e em silêncio achou muito estranho.

— Porque este silêncio? — Pensava ele. Será que Cláudia foi à Igreja junto com seus pais? Vou à sala sentar no sofá esperando por ela? — Júnior estava ansioso para contar a boa nova a sua amada, na opinião dele ela era pura imaculada perfeita para ser sua futura esposa e dividir os bons momentos ao seu lado. O seu coração batia forte em seu peito parecendo sair pela boca sem saber se era ansiedade. Tinha planos de construir uma casa com jardins em frente, fazer de Cláudia uma rainha, nervoso Júnior acendeu uma vela e foi até a sala esperar por Cláudia. Depois de passar pela cozinha, e ao entrar na sala, flagrou ela nos braços de outro jovem que se chamava Cristiano. Um playboy arrogante e sedutor loiro alto olhos verdes cabelos cacheados conquistador de primeira. Ele conheceu Cláudia numa noite dessas, numa festa. E ele se encaixava no perfil de Cláudia pelo fato dele ser aventureiro e ousado, o que faltava em Júnior, sobrava em Cristiano. Os dois tinham um caso clandestino sem o conhecimento dos pais de Cláudia que não aprovariam o namoro dela com aquele playboy pelas diferenças sociais. Cristiano era filho único de uma família rica. Tinha mulher que ele quisesse. E com Cláudia era apenas uma aventura, ao contrário dela que estava apaixonada por ele, acreditando numa vida de Cinderela como sempre sonhou. Júnior ao ver aquela cena da sua amada se entregando de corpo e alma para outro homem que não fosse, ele sentiu um nó na garganta. Seus olhos foram escurecendo, seu corpo estava tremendo quase sem voz dissera:

— O que significa isto?

— Com o choque, Júnior caiu em cima de Cláudia, deixando ela em pânico. Cristiano fugiu covardemente deixando ela sozinha. Desesperada ao ver seu noivo em cima dela, gritou:

— Cristiano me ajude a levantar ele, acho que ele morreu pelo choque? — Cristiano foi saindo e tom Irônico dissera:

— Vire-se, o namorado é seu e eu não tenho nada haver com isso? — Cristiano pegou o seu carro e saiu, deixando Cláudia em pânico com medo que seus pais chegassem a qualquer momento. Caminhava de um lado pro outro sem saber o que fazer achando que matou seu noivo de desgosto, não sabia se chorava ou gritava. O seu desespero tomou conta. Júnior foi acordando aos poucos. E Cláudia alegrou-se, por um instante ela pensou.

— Acho que ele não vai lembrar do que viu aqui! Certamente vai achar que foi um pesadelo. — Júnior foi se recuperando. Tonto ainda, a memória foi voltando aos poucos e sentiu que o que ele viu não era um simples pesadelo, e sim a mais dura realidade, e perguntou a Cláudia.

— Por quê? Diga-me que isso é apenas um pesadelo?

— Ela que nunca teve coragem de terminar o noivado com Junior porque seus pais gostavam muito dele, mas naquela noite criou coragem de dizer tudo o que estava engasgado em sua garganta. Então soltou o verbo.

— Júnior, eu acho melhor a gente terminar o nosso noivado porque eu não gosto mais de você. —Júnior espantado perguntou.

— Mas por quê?

— Cláudia soltou a bomba

— Eu não sou mais virgem! Faz bastante tempo que eu me entreguei ao Cristiano. Que é um rapaz bonito e rico que me dá prazer. Eu gosto dele, e depois ele é atrevido, inteligente e gosta de aventuras, e olha bem pra mim! Sou bonita, e Cristiano está me fazendo muito feliz. Eu estava cansada da monotonia, não aguentava mais aquela vida miserável, que você estava me proporcionando. E olha bem pra você! Um pobre diabo que nem sabe se vestir direito, usa essas roupas ridículas e coloridas de mau gosto, não tem ousadia pra nada, na verdade, você é um tremendo idiota que só pensa em trabalho, eu mereço coisa bem melhor do que você? E, é por isso que eu nunca tive coragem de falar, mas agora que você já sabe da verdade então é melhor ir embora e esquecer o que houve entre a gente. Eu gosto de Cristiano, é com ele que eu quero ficar!

Júnior depois de ver a pior cena da sua vida e ainda sofrer toda aquela humilhação ouvida por parte de Cláudia. A linda morena de cabelos longos, pretos lisos, lábios finos e sensuais e curvas bem definidas e de forte personalidade. A bela que ele mais amava em que ele estava disposto a passar o resto de sua vida ao lado dela, e sofre aquela brutal traição em que ele jurava que ela era ainda virgem. Ele ficou calado sem abrir a boca pra nada. Cláudia continuou soltando o seu veneno, e ele olhando a sua boca se abrindo e seus olhos acompanhando os movimentos dos lindos lábios que ele tanto desejava descarregando todo o desprezo em relação a ele.

— Eu só estava contigo por pena e porque meus pais gostam muito de você.

— Júnior sentiu que sua alma estava sendo apunhalada pelas costas de forma cruel. Quando acreditava que ela era só dele e que amava, acreditava que ela também o amava, mas que tudo não passava de um sonho, e sua vida naquele momento se tornou num grande pesadelo. Vendo a casa andando como se estivesse dentro de um carro, seus olhos escurecem a pele do seu rosto ficou branca como neve. Ele ali gelado como uma estátua. E Cláudia gritava provocando.

— Fala alguma coisa seu idiota? Reaja seja homem pelo menos uma vez na vida seu imbecil? Diga qualquer coisa? Me xingue, mas não fique assim me olhando panaca! — Júnior ficou cego e mudo, perdeu o sentido das coisas! Não sabia quem era e começou a vir em sua mente à cena dos abraços e beijos dela e Cristiano, quando surgiu uma fúria incontrolável despertando o diabo dentro dele.

Dominado pelo ódio de Claudia, atacou-a pegando no pescoço dela, apertando com toda a sua fúria. E batia a cabeça ao chão da casa a fazendo sangrar. Não tinha mais nada a perder, e dizia:

— Morra desgraçada! — E continuava sufocando pelo pescoço, não deixando ela respirar. Sentia prazer em ver a sua amada que em outrora era a mulher dos seus sonhos e de poucos minutos, ao ver ela nos braços do outro, se tornou uma das piores mulheres da face da terra. E agora via ela morrer em suas próprias mãos, lavando a honra com sangue. A honra de um homem traído. A sua mente parou por um instante fazendo despertar o diabo dentro dele, de acordo com as profecias do padre Estêvão Polanski. Era preciso que Júnior fizesse algo de muito ruim? E foi o que aconteceu. Júnior falhou como ser humano qualquer. Dando a chance de fazer com que o diabo renascesse de novo com força total. E Júnior seria mais uma vítima da conspiração diabólica para prosseguir os planos do diabo que perdeu a sua sucessora Juleide. Que morreu afogada dentro do castelo.

Após o ato criminoso, Júnior saiu dali assustado com o buquê de flores e a garrafa de vinho para não deixar vestígios do crime cometido por ele mesmo. Quando os pais de Claudia chegaram em casa, se chocaram ao ver o cadáver da filha morta no chão da sala sem entenderem nada o que havia acontecido com a vossa filha. Jamais poderiam imaginar naquela noite de quarta-feira que Júnior viesse à casa deles para pedir Claudia em casamento. Para eles, ela foi morta por algum assaltante. Júnior chegou à pensão de dona Neuza. E deitou-se na cama dominado pelo ódio, e desgosto.

Virava-se de um lado pro outro, não conseguindo dormir. Começou a vir à sua memória tudo o que aconteceu, ao relembrar quando conheceu Cláudia ou quanto achava estar feliz ao lado dela. Lembrava daquele sorriso alegre em seu rosto, e alegria de viver. Lembrou dos lugares lindos assim como parques, festas, baladas e bares. Passeios pelos pontos turísticos da cidade. Aquele jeito descontraído e fazendo rir parecendo ser só dele para sempre. E chegou a conclusão! Que não podia mais viver sem ela. Em seguida veio a pior parte, ai o desespero, angústia e decepção, começou vir em sua mente os flashes da cena que Junior presenciou ao mesmo tempo. Ouvindo as humilhações de Cláudia dizendo tudo aquilo, foi demais para o pobre rapaz no dia mais feliz da sua vida, sendo promovido a diretor geral de dois supermercados por merecimento. Que ele mesmo ajudou a crescer com suas ideias ousadas e inteligentes de uma padaria se transformou em um minimercado. E mais tarde num dos maiores supermercados da capital. Criando empregos e desenvolvimento. Transformando Carlos Alberto num homem rico. E ao ser promovido como diretor geral ganhou de presente um punhal de prata do seu patrão pelos serviços prestados, e sua dedicação que ele tinha como filho. Feliz por ter dado a oportunidade que ele precisava quando tinha quinze anos e recém chegado do interior. Júnior começou a lembrar-se do seu passado, das rejeições de suas tias, e das moças do baile. Aquela triste e dolorosa lembrança voltou a perturbá-lo quando tinha esquecido. Na cama, não conseguindo dormir, virava-se de um lado pro outro. Estava muito abalado e angustiado, sua alma foi envenenada pelas circunstâncias do destino.

No convento na cidade de São Francisco Isabel acordou assustada com seu corpo todo suado estava confusa sem saber se teve uma visão ou tivera um pesadelo sonhando no pior momento do seu irmão. Em seus sonhos ele estava sendo engolido pela lama do rio que cruzava a cidade de São Francisco. E sentia que seu irmão estava sofrendo muito, mas sem poder fazer nada para ajudá-lo, Júnior desta vez teria que passar por um momento decisivo na sua vida. Nádia também sonhou com a mesma cena, acordou chorando com o seu coração apertado em seu peito sem entender por que passou a noite chorando amargamente e arrependida por ter convidado ele para sua festa de quinze anos. Ou se desse mais atenção a ele e não deixasse ele ser humilhado pelas suas amigas debochadas.

Júnior deitou sobre a cama sem conseguir dormir depois de ter assassinado a sua noiva. E falava consigo mesmo.

— Droga de vida! Nada dá certo pra mim, tudo dá errado? — Se sentindo mais uma vez um inútil entre todos os seres humanos sobre a face da terra. E com a sua alma despedaçada e envenenada ao mesmo tempo. Tomou uma decisão drástica. Ele levantou e ficou frente ao espelho do seu quarto do tamanho dele. Passava a mão sobre seu cabelo. Analisando as suas roupas, àquelas palavras não saindo da sua cabeça, o que Cláudia falou a respeito. "Olha bem pra mim, sou bonita! E você um pobre diabo, essas roupas ridículas, idiota". E tentava descobrir o que havia de errado com ele, se achou muito feio, se achando a pior criatura da face da terra sentia ódio dele mesmo. E sendo assim resolveu acabar com o sofrimento de uma vez por todas. E então pegou o punhal que ganhou do seu patrão e resolveu tirar a própria vida. Quando de repente surgiu no espelho a mulher misteriosa! Aquela mesma que a seguiu até a montanha de São Francisco. Por uma triste coincidência ela se parecia muito com a noiva assassinada por ele. O quarto que estava escuro por não ter luz elétrica naquela época, mas que num passo de mágica o quadro ficou claro como a luz do dia ela sentou perto dele com aquela mesma roupa que usava quando apareceu para ele a primeira vez após ele ter sido rejeitado pelas moças do baile, e aquele sorriso lindo que ele nunca esqueceu e sentindo aquele delicioso perfume que deixou ele embriagado e a ali dizendo:

— Não faça isso, meu jovem? Porque estragar a sua vida! — Ele surpreso com aquela visão aí na sua frente perguntou:

— Afinal quem é você?

— A mulher respondeu:

— Eu sou a solução dos seus problemas!

— Como assim? Perguntou: Júnior?

— A mulher continuou:

— Eu posso dar uma reviravolta na sua vida!

— Eu não estou entendendo nada o que está acontecendo aqui, e quem é você, afinal? Esclareça-me, por favor? Perguntou: Júnior, espantado com seus olhos arregalados.

— Pois não! — Dissera a mulher. Eu posso tirar você dessa enrascada em que você se meteu se aceitar a minha proposta!

— Proposta! Mas que proposta? — A mulher dissera:

— Aqui na terra eu tenho todo o poder e posso dar a quem eu quiser! — Júnior replicou:

— Mas, como? Porque eu não sei de onde você vem? — A mulher falou:

— Vamos deixar de perder tempo, aceita a minha proposta, sim ou não?

— O que eu devo fazer? — A mulher continuou:

— Eu preciso do seu corpo e da sua alma para me libertar, porque eu estou presa dentro de você, e preciso sair, e depois disso eu te darei poder, riqueza e beleza. Será o homem mais lindo que já se viu, e assim poderá se vingar de todas as mulheres que te humilharam. Você não acha que deve dar uma lição nelas? — Júnior ficou olhando para ela e balançou a cabeça num sinal positivo, mas não abriu a boca.

— Você terá a oportunidade de voltar para sua terra pacata e vingar-se daquela gente que te fez gato e sapato! Lembra-se da promessa que você fez de que um dia voltaria para se vingar de todos? Júnior balançou a cabeça concordando.

— É a sua grande chance, ou vai viver nesta vida miserável sendo traído e humilhado pelas mulheres? Está na hora de você virar este jogo, eu posso te ajudar em tudo que você quiser! — Tentado pela proposta, e também confuso porque achou muito estranho receber uma proposta tão tentadora e diabólica. O sangue que corria nas veias era de seu pai e sua mãe, pessoas de bem. Embora sendo ambicioso e o fato dele não ser batizado e não ter qualquer religião. Júnior não acreditava em Deus, e seria uma presa fácil para cair na armadilha preparada pelo diabo. Júnior tentado pela proposta dissera:

— Venha sexta-feira aqui neste mesmo horário que eu te darei a resposta?

Na verdade, ele queria ganhar tempo para fugir da tentação. Júnior estava confuso com que estava acontecendo, vendo aquela visão estranha depois de tanta angústia, e o mais estranho foi que depois que a mulher apareceu a sua dor passou como num passo de mágica, mas naquele momento não tinha cabeça para analisar o que estava acontecendo e por ironia conseguiu dormir. O diabo para ter Júnior nas suas mãos foi preparando a armadilha. Fez com que um policial descobrisse quem era o verdadeiro assassino de Cláudia. Porque a polícia não tinha pistas do assassino, o diabo fez surgir uma falsa testemunha. Era uma jovem de vinte anos amiga e cúmplice do namoro clandestino de Cláudia com Cristiano. A jovem chamava-se Marlene. E aconteceu da seguinte forma: ela sonhou que viu Júnior entrar na casa de Cláudia naquela noite em que ela foi assassinada, pensando que tudo não passava de um sonho. No dia seguinte Júnior foi trabalhar, como se nada tivesse acontecido, sabia o que fizera com a sua noiva. Estava triste pensando em voltar para cidade de São Francisco, o seu patrão preocupado com a tristeza dele observando nos olhos de Júnior, mas não quis perguntar. Marlene era muito amiga de Cláudia depois daquele sonho estranho com a sua amiga Cláudia por não ter visto Júnior chegar à casa de Cláudia na noite do crime. Se tivesse visto avisaria a tempo a sua amiga. No dia seguinte souberam do acontecido com a sua amiga e pensou que foi Cristiano o assassino, acreditou na hipótese de que Cláudia estivesse grávida e estivesse pressionando a assumir o filho. Ela conhecia bem o tipo, sendo rico e arrogante e não queria assumir a criança e matou com as suas próprias mãos. Ela não conseguia acreditar que fosse Júnior, e ao tirar satisfação com Cristiano ele afirmou o que havia acontecido de verdade, então constatou que não era um sonho e sim foi real, e foi à delegacia denunciar o crime. Por obra do Diabo que fez com que ela fosse à testemunha principal do crime contando todos os detalhes de como Júnior entrou na casa de Cláudia no dia do assassinato. E Júnior tornou-se o principal suspeito.

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