Júnior com as passagens em mão pegou um Ônibus e embarcou para a capital em busca de novos horizontes. E novos ares, o que ele mais queria era esquecer tudo o que aconteceu em sua vida desde a sua infância e adolescência. Começando pela pequena cidade de Ilha das Bruxas e São Francisco, tendo esperança de que na cidade grande fosse um recomeço. E de que tudo daria certo para ele, acreditando que conseguiria esquecer o seu triste passado. Em sua mala levou algumas roupas, diamantes, joias de suas tias e pedras preciosas, pensava ele. Era a sua herança por direito, por ter sofrido tantas humilhações de suas tias. Mas o peso maior estava em sua mente, era a promessa de um dia voltar para a cidade da Ilha das Bruxas e São Francisco para vingar-se de todos que o rejeitaram, suas tias e as moças do baile.
Enquanto Júnior viajava com todo o seu ódio dentro dele. Isabel no convento rezava pedindo proteção ao seu irmão que viajou até chegar à cidade de Porto Alegre. Um dia de viagem mais ou menos e quando chegou na cidade grande ficou espantado com tanta gente caminhando de um lado para outro apressada indo e outras voltando do trabalho e assustado como nunca ele imaginou que fosse, pessoas estranhas que olhavam com desconfiança, deixando ele perdido sem rumo, ele também estava desconfiado de tudo e todos como um bicho do mato, na verdade, ele era um bicho do mato como se diz na gíria popular. Então para dar início a sua nova vida e foi em busca de um espaço para recomeçar a sua vida do zero, como não tinha muito conhecimento de uma cidade grande. Parecia mais um caipira confuso com tantas novidades, embora no início do século a cidade não fosse tão grande assim. E para começar sem dinheiro no bolso sempre procurava se informar com os policiais que ele encontrava e se sentia mais seguro pedindo informações a eles. Alguma coisa dizia que não podia confiar em ninguém. Era o que ele tinha em mente. Caminhando aí e ali buscando informações ele foi conquistando seu espaço, o maior desafio de júnior era lidar com o conflito interno dentro dele mesmo, ainda mais que era ainda um adolescente recém completado 15 anos de idade. Às misteriosas visões que ele tinha seguidamente e seus pesadelos durante a noite. A sua revolta por ser rejeitado pelas suas tias. O que júnior não sabia que em espírito seu pai Artur e sua mãe Maria estavam do seu lado orientando para ele seguir o caminho do bem, e assim ele se acalmava um pouco, era uma luta constante contra as forças do mal que estavam sobre ele. Era muito jovem para ele entender que o seu destino estava traçado, enquanto esse dia não chegasse ele teria que lutar bravamente pela sua sobrevivência. Havia algo que deixava ele confuso por uma força misteriosa que indicava ele ir a determinado lugar. Ir há uma loja e joalheiro quando precisava, como se alguém estivesse falando em seus ouvidos.
— Vamos lá vender essa jóia!
— Como assim vender uma jóia? E quando ele se dava conta que não havia ninguém à sua volta falando com ele ficava envergonhado.
Chegando lá ele conseguiu encontrar um joalheiro que comprava ouro e pedras preciosas, e conseguiu vender.
Às vezes o dono da loja que comprava ouro jóias ficava confuso e perguntava.
— De onde você conseguiu essas pedras preciosas?
— Eu vim de longe e minha tia é rica, ela garimpa ouro e jóias e diamantes.
— Dá pra ver que foi garimpada porque ela não está totalmente lapidada.
— Como? — Perguntou júnior ao ouvir a palavra lapidada.
— É quando a pedra ainda está crua ou dizendo melhor recém saiu da terra.
— Há! Entendi. — Era muito dinheiro, embora o joalheiro era um vigarista que pagava a metade do que valia. E dava um alerta.
— Não diga a ninguém que você me vendeu essas pedras!
— E porque não?
— Nós dois podemos ir preso por contra bando de jóias, ou garimpo ilegal.
Júnior misteriosamente estava entendendo o que o joalheiro queria dizer. Ele saiu com o envelope de couro cheio de dinheiro e foi embora. Guardou embaixo do colchão no dia seguinte saiu com uma quantia razoável e comprou roupas e alugou um quarto de pensão para morar. Júnior viu que a sorte estava ajudando, sentiu aquela sensação de que as coisas estavam mudando para ele.
E uma delas foi encontrar uma senhora que alugava quartos para quem chegava de fora. A dona da pensão chamava-se Neuza, uma senhora de 60 anos de idade, viúva e muito simpática que gostava de ajudar as pessoas que vinham do interior. Como era o caso de Júnior que mesmo com o seu jeito encabulado conquistou a simpatia de dona Neuza por ter experiência de vida, conhecia bem às pessoas do interior porque também quando jovem chegou à cidade grande e sabia o quê significava as dificuldades há um recém-chegado em busca de oportunidade? Então, ela ofereceu-se para ajudar o jovem a lavar a roupa e a cozinhar, desde que Júnior procurasse uma ocupação, um emprego, por exemplo. Júnior fez todos os documentos necessários, e saiu à procura de emprego, como ajudante numa padaria. Com o seu jeito caipira conquistou a confiança do patrão que lhe pediu para fazer um teste. E já nos primeiros dias foi se desempenhando positivamente, juntando a fome com a vontade de trabalhar ficava mais fácil aprender. Estava gostando do que fazia. E com empenho, iniciativa e rapidez no trabalho era o que Carlos Alberto precisava de alguém, com disposição ao trabalho. Carlos Alberto sempre teve dificuldade para contratar funcionários da cidade grande. Uns eram preguiçosos que faltavam ao serviço, e pediam demissão. Outros se via obrigado a demitir por falta de comprometimento no trabalho. E viu em Júnior todas as qualidades de um funcionário que ele precisava para a sua padaria e deu uma chance, assim como a vida, que estava dando uma oportunidade. E Júnior soube muito bem agarrar com as duas mãos porque sabia que nada caía Céu. E teve sorte por ser indicado por dona Neuza, que era amiga de seu Carlos Alberto. Quem estava orgulhoso disso tudo era Arthur e Maria que estavam do lado dele orientando a fazer as coisas certas, embora (sendo) em espírito, júnior tinha aquela sensação de que não estava sozinho, mas acreditar seria outra história.
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Atualizado até capítulo 63
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Amando 🩵🩵🩵
2024-07-01
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