CAPÍTULO 10

— Fique sabendo de uma coisa! Eu e minha irmã não somos filhos de Marcos, e sim de Artur, o grande amor de nossa mãe! Pois saiba que os dois se encontravam numa Cabana perto do rio, há muito tempo e minha mãe ficou grávida de nosso pai e não de Marcos como vocês queriam e planejaram para a nossa mãe. E aquele verme que você enchia a boca pra falar que era nosso pai foi morto pelo nosso pai que se chamava Artur. Portanto sua bruxa, seus planos não deram certo! — Juleide sentiu-se tonta ouvindo aquilo e dissera:

— Não pode ser! Isto é uma mentira! E quem inventou esta história absurda? — Júnior começou a rir sem parar vendo o pânico no rosto de sua tia e respondeu:

— Foi o padre Estevão Polanski que contou para a minha irmã. Revelando um segredo de confissão que a nossa mãe antes de morrer havia revelado ao padre, ela teve que inventar a história de que eu e a minha irmã fossemos filhos do pecado para salvar a vida dela e nossa, das suas crueldades, por isso que minha irmã foi embora daqui. E tem mais! Isabel sempre foi amiga do padre Estevão Polanski, assim como a nossa mãe. Tanto é que ele batizou a minha irmã. Eu que não quis ser batizado e me arrependo muito de não ter aceitado o convite da minha irmã de frequentar a Igreja na qual ela sempre ia às escondidas para ajudar o padre Estevão. Eles dois tinham um laço de amizade. Júnior foi ao quarto arrumar suas malas para ir embora, mas antes de partir entrou no quarto de Juleide e pegou algumas pedras preciosas, ouro e joias, e saiu de madrugada da mansão.

Juleide inconformada com os últimos acontecimentos vendo tudo sair do seu controle sendo desafiada pelos seus sobrinhos de forma debochada, e isso era fatal para o orgulho e vaidade dela, que nunca soubera perder mesmo com seus poderes mágicos se sentiu arrasada, pela primeira vez viu o controle sair de suas mãos, e se sentiu traída por Isabel a sobrinha predileta. Ficou com mais ódio dela, por descobrir que era amiga do padre Estevão Polanski, seu inimigo número um. O homem responsável pelo fim das bruxas na Europa, e veio para o Brasil para dar o fim nelas também. Júnior com as malas prontas olhando para elas satisfeito vendo pânico no rosto dela e sentiu-se vingado e feliz por dizer tudo o que ele sempre quis dizer a ela. E disse mais:

— A deus suas bruxas velhas e encalhadas! — Juleide com mais raiva disse:

— Pode ir, mas terá grandes surpresas pelo caminho! — Júnior sabia do que se tratava, seguiu seu caminho destino à cidade de São Francisco. Juleide por vingança levou as suas irmãs e saiu atrás, Angela transformou - se numa onça pintada, as outras se transformaram em outros animais selvagens como tigre Serpente. Júnior sabia quem era e usou seus poderes que nem ele mesmo sabia que tinha, com um estalar os dedos fez elas desaparecerem num passo de mágica e elas caíram todas juntas num açude que havia na mansão das bruxas. Ele seguiu ignorando a presença delas e continuou o seu caminho, sem olhar para trás seguindo seu destino.

Juleide e suas irmãs inconformadas por serem desafiadas de forma debochada pelos seus dois sobrinhos nem era tanto a sua mágoa com Júnior porque ela sempre a odiou, e sim sua sobrinha a quem ela dedicou sua vida embora por interesse.

Júnior sabia do poder delas, sobre tudo e sobre todos na Ilha das Bruxas, cada habitante que morava na Ilha era dono de sua casa dado por Juleide em troca do trabalho escravo no garimpo, não era só negros que havia na Ilha, mas também havia imigrantes brancos que vinham da Polônia, Alemanha, Itália. Era uma mistura de raças que chegaram à pequena cidade Ilha das Bruxas quando o lugar era inexplorado pelo homem.

As matas eram virgens, não havia estradas e nem moradias, quando Juleide e suas irmãs chegaram, foram abrindo caminho e transformaram a Ilha num vilarejo no começo, e com a chegada dos imigrantes foi se tornando numa pequena cidade de quatro mil habitantes.