A resposta é Sim

No dia seguinte, Oliver estava finalizando a única reunião do dia quando Elisa o informou que havia uma pessoa ao telefone. Ele já ia recusar, mas perguntou quem era e só de ouvir o nome, nem deu a resposta a ela. Apertou o botão aceitando a chamada. Elisa sorriu, o senhor Lancaster estava tão diferente.

_Oi Holly, algum problema?

_ Oi Oliver. Estou atrapalhando?

_ Não. Só fiquei preocupado.

_ Eu sou a soma de muitos problemas, Oliver. Mas eu quero te convidar para jantar hoje à noite.

_ Mas você já pode sair a noite?

_Não. O jantar será aqui na sua casa. Jane foi um amor ao se oferecer para preparar.

_Aceito sim Holly. Mas da próxima vez só aceitarei se for você que preparou _ e deu uma risadinha _ brincadeira.

_ Se não se importar de comer macarrão cozido demais, ovo frito.

_O que importa é a companhia.

_ Oliver, eu sei que hoje é sexta-feira. Talvez você já marcou de ir para a balada.

_ Não marquei nada. Mas mesmo se tivesse marcado, eu não recusaria um convite de uma mulher tão linda.

_ Obrigada pelo "linda". Estou me sentindo uma baleia.

_ Não seja dura assim. Acabou de ter bebê. Vou ser seu personal se é o que deseja.

_ Espero você aqui às 19 joias. Vê se não erra o endereço. Rsrsrsrs.

_ Tenho um ótimo GPS.

Oliver não conseguiu concentrar- se novamente. Ela se achava uma baleia. Não tem noção da beleza avassaladora que estava acabando com a sua vontade de ir para baladas.

Holly ficou trêmula. Hope no colo, mamando e os olhinhos abertos fixos nela.

_ A sua mamãe é muito boba. Ficar derretida só porque foi chamada de linda. Mas, minha Hope, você não pode culpar a mamãe. Linda naquela voz é de matar.

Anne estava passando no corredor e ouviu as palavras de Holly. Deixou as lágrimas caírem e pediu a Deus que o plano de todos desse certo. Essa menina sofreu muito e era hora dela conhecer o outro lado.

Oliver chegou bem antes da hora marcada. Mas queria estar perfumado e foi se arrumar.

Holly amamentou Hope, tirou leite e deixou de reserva. Foi se arrumar. Não queria seduzir Oliver. Então escolheu um vestido simples, passou imã maquiagem leve.

Holly

Ela desceu e foi conferir se estava tudo certo. Quando estava descendo as escadas, Oliver a esperava com um buquê de rosas amarelas.

Oliver

Ela desceu sorrindo.

_ Obrigada. São lindas. Vou colocar na água.

_ Você está linda Holly.

_ Obrigada.

Eles foram até uma sala que Anne mandou preparar uma mesa muito aconchegante. Anne sabia que muito luxo ia constranger Holly.

Jane trouxe a jarra com as flores e colocou no centro da mesa.

_ Vamos tirar uma foto?

_ Eu não sabia que você gostava de tirar fotos.

_ Depende da ocasião e da companhia.

Tiraram várias selfies. E Jane serviu o jantar.

_ Oliver ser um CEO significa muito para você?

_ Sim. Eu gosto muito do meu trabalho. Liderar e ver ótimos resultados é gratificante.

_ E que tipo de CEO é você?

_ Tenho a fama de ser temido, duro, exigente.

_ E você concorda com essa fama?

_ Sim. Ser um CEO exige que eu seja assim. Mas não sou injusto, não tolero nenhum tipo de perseguição na empresa. E se o funcionário achar que me bajular é a escada para um cargo melhor, cai dessa escada na hora. Para mim, o funcionário merece ser promovido se for competente e honesto.

_ E como é o Oliver?

_ Oi_ arqueou uma sobrancelha divertido _ não entendi.

_ Eu vejo duas pessoas num homem só. O CEO durão e o homem gentil, capaz de deixar a mão ser quebrada por uma estranha. Que morre de medo de bebê, mas vai escondido no quarto e pega Hope cantando para ela.

Ele a olhou com um sorriso e um brilho nos olhos.

_ Achei que você não via. E também Nonna manipula Hope que só assim a gente consegue carregá-la.

_Qual Oliver está fazendo a proposta?

_ Bem, Holly. Eu tenho que me casar. Para que eu continue a ser o CEO. Exigências do Nonno. E foi bem antes de conhecer você que ele veio com essa exigência. Eu estava enrolando.

_ E por que agora aceitou ?

_ Porque é com você. Eu a conheço, a admiro pela força, pela coragem.

_ E se eu não aceitar me casar, você se casará com outra para continuar a ser CEO?

_ Bem, eu não tenho essa opção de poder recusar, Holly. Adam já se empenhou por muito tempo na empresa, e acabou de sair de um casamento trágico. Se eu não me casar, o meu pai terá que assumir novamente a presidência. E eu sei que ele não quer mais essa responsabilidade. Ele agora quer curtir a família.

_ Então você se casa?

_ Por honrar a família, tenho que casar.

_ Se Adam resolver ser CEO, você não precisará se casar. Ser CEO é a sua vida, então?

_ Não. Eu disse que gosto muito do meu trabalho. Mas se Adam reclamar o direito de ser CEO, eu não vou brigar, mas ainda assim pediria que se casasse comigo.

_ Por que?

_ Eu simplesmente gostei da ideia de ser seu marido e pai de Hope.

Ouvir isso mexeu com Holly e ela cedeu, pois já tinha tomado a sua decisão.

_ Está bem, Oliver. Eu aceito. Mas eu tenho que falar umas coisas.

_ Você tem o direito de incluir qualquer regra no contrato.

_ Por favor, não chame de contrato. Eu não quero incluir regras. Quero te apresentar a Holly.

_ Pode falar, sou todo ouvidos.

_ Eu tive uma época feliz. Do meu nascimento até os meus oito anos. Foi quando a doença começou a tirar o meu pai de mim. O único ser que me amava. Quando ele morreu o meu martírio começou. A minha mãe me culpava pois o meu pai gastou muito dinheiro para a minha festa de dez anos. E aí ele morreu logo depois. O dinheiro talvez pudesse aumentar o tempo de vida dele. Eu me culpava também e aceitava as surras que ela me dava por qualquer motivo. Virou alcóolatra. Eu aprendi a cozinhar macarrão _ eles riram_ e só piorou, pois ela começou a trazer homens para casa e eu tinha que ficar sentada na escada, no frio, na chuva. Carl foi o meu calvário. Ele antes de... de...

_Shhh!_ Se não quiser falar mais.

_ Antes ele jogava a minha mãe contra mim. E era surra. Castigo de ficar sem comer. Sem escola. Quando eu vi que eles se casaram, comecei a juntar dinheiro. Eu nunca roubei deles. Qualquer moeda que achasse, eu colocava em cima da mesa. Fazia pequenas tarefas e fui juntando. Mas antes que conseguisse uma quantia básica, ele me violentou. Eu ainda não tinha completado quatorze anos. No aniversário dele, eu fui o presente. Foram inúmeras vezes. Quando eu fiz quinze anos , ganhei uma certa liberdade de ir mais longe de casa. Aí eu cortava grama, fazia de tudo, de forma honesta, e a minha caixinha estava crescendo. Perto de completar dezessete anos, eu recebi de presente uma boa quantia e fui explodindo de felicidade. No outro dia estaria livre. Mas cheguei em casa, ele estava com a minha caixa, e furioso me agarrou, me jogando na mesa. Dessa vez foi a pior. Ele ...ele me violentou atrás, com tanta fúria, que eu desmaiei de dor, e ele continuou. A minha mãe entrou e ao ver aquela cena, ele até chorou se dizendo inocente. Que eu dava em cima dele. Ela me deu uma surra e me colocou para fora, confiscou o meu dinheiro, pois o maldito disse que me viu roubar da caixa dela. Busquei ajuda na minha tia, que não podia fazer nada pois o filho criminoso ia chegar no dia seguinte. Me deu o endereço de um abrigo. Fiquei nesse abrigo por um mês. Fiz uma amizade, mas numa noite, que fomos comemorar pois tínhamos conseguido um emprego, nós fomos atacados. O alvo era eu. Um só queria dinheiro. Mas o outro era o maldito e de novo me violentou. Acordei no convento.

_Meu Deus! Fala que esse maldito morreu.

_Sim. Quando a minha memória voltou, a polícia prendeu e a minha mãe também. As últimas notícias que tive foi que o maldito não suportou ser estuprado várias vezes e suicidou-se. A minha mãe ficou demente está num hospital psiquiátrico.

_ Holly, sinto muito por tudo que você passou. Eu queria ter te conhecido antes desse monstro.

_ Eu te falei tudo para você entender que eu sou um poço de traumas, e aceito o casamento. Mas eu não posso te dizer se vou conseguir um dia aceitar ser tocada novamente. E como você fará com uma esposa inútil?

_ Nunca mais repita isso!_ falou bravo_ você é a mulher mais forte que já conheci. Eu já sei que é um longo processo. E nós vamos vencê-lo juntos. Teremos ajuda profissional e o mais importante, você tem a mim.

De repente, a família inteira apareceu.

_ E tem a nós, minha querida. Você nunca mais passará por isso. De agora em diante você é uma Lancaster.

_ Aí, Nonno. Eu ainda não casei.

_E nem vai_ todos olharam assustados para Nonno_ se não quiser casar, minha neta, não precisa. Eu adoto você e Hope.

_ Ah, Nonno para com isso. Primeiro me obriga a casar. Agora quer obrigar Holly a desistir de mim.

_ Mas eu não vou desistir de você. Oliver_ aí todos olharam para Holly_ eu quero Nonno, ser uma Lancaster. A senhora Oliver Lancaster.

Todos aplaudiram e Holly se viu abraçada por tantas pessoas.

_ Com licença, tem uma pessoinha aqui querendo participar desse abraço _ fala Emma com Hope no colo.

Oliver pega Hope e ela dá um sorriso, com os olhinhos fechados.

_ Ela está sorrindo para mim_ diz Oliver emocionado e ganha um tapa na cabeça _ai Nonna, por que está me dando tapa?

_ Ela está sorrindo para os anjinhos que estão brincando com ela. E o tapa é para não perder o costume. Agora você me deu um motivo de orgulho, Oli. E deu um beijo na bochecha dele.

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