Planos

Oliver não conseguia tirar aqueles olhos verdes da cabeça. Havia uma intensidade neles que encantavam. Aquele rosto angelical, não denotava nenhum traço que sofreu.

Ele pensou que ela devia ser muito traumatizada e a beleza dela não valia a pena. E ainda havia aquela criança. Tentou se concentrar no trabalho. Resolveu ir embora, viu uma flores lindas numa floricultura. E sem pensar muito as comprou e foi até o convento.

A madre riu ao vê -lo.

_ Que surpresa, oli.

_ Bem tia, resolvi vir ver vomo está a moça e o seu bebê.

_ Elas estão bem. Venha ver por si mesmo.

Ela o levou até onde Holly estava. Pela primeira vez na vida, Oliver ficou sem palavras.

_ Oi. Está tudo bem agora?

_ Sim. E obrigada novamente.

Ele estendeu as flores para ela.

_ Bem, eu não sei quais são as suas flores preferidas. Parabéns pelo bebê

_ São lindas. É Hope.

_ O quê?

_ O nome do bebê, da minha filha é Hope.

_ Ah. Lindo nome. Significa...

_ Esperança. A mulher que deve ser a sua mãe disse. Ela é muito bonita.

_ Obrigado. Bem eu só queria ver se estava melhor, sabe. Eu nunca tinha visto uma mulher tendo um bebê. E não sei se quero ver de novo.

_ Ah, a dor é grande. Mas a minha filha ali dormindo é uma recompensa.

Ele olhou para o berço e viu bracinhos querendo mexer. Ouviu murmúrios.

_ Você quer pegá-la no volo?

_ Não sei se dou conta. Eu carreguei os meus sobrinhos mas Emma me obrigou a ficar sentado.

_ Tem sobrinho?

_ Sim. E sobrinha. São gêmeos. Eles têm 6 meses .

_ Devem ser bonitos como...a sua mãe_ corrigiu em tempo_ ela pegou Hope e colocou nos braços dele. Oliver não soube explicar o que sentiu. Olhou o rostinho enrugado, as mãozinhas chegando na boca e ela começou a chupar um dedinho. Ele sorriu abobado

_ Ela é linda. Tem certeza que não tem medo que eu a machuque?

_ Você me ajudou. Por falar nisso, machuquei a sua mão?

_ Quase fiquei sem, fez o drama e ela riu. Oliver perdeu a respiração. Ficou mais linda ainda. _ estou brincando. Doeu na hora. Depôs nem lembrei. E comparando com a sua dor, não foi nada mesmo.

Eles ficaram ali até que Hope se cansou das mãozinhas e queria outra coisa. Ele olhou sem entender o choro.

_ Eu a machuquei?

_ Não. Ela quer mamar.

Ele entregou Hope a ela e sentou-se. Depois deu tapa na testa.

_ Desculpe. Holly. Agora que entendi. Estou de saída. Tchau

_ Obrigada pelas flores e pela visita.

Depois que ele se foi, Holly ficou pensando o que o levara ali. Um homem lindo, jovem . Certamente teria inúmeras outras coisas nais agradáveis. Mas ela não pôde disfarçar um sorriso, um suspiro e ficou aspirando o cheio seu perfume.

A madre ficou o tempo todo do lado de fora, ouvindo. Só saiu quando escutou Oliver se dirigindo até a porta. Ela também sorriu. Estava na hora de Holly encontrar uma pessoa que a fizesse feliz. E ela sabia do coração de Oliver. A família toda era generosa.

Oliver chegou em casa e foi surpreendido com as empregadas carregando sacolas de compra, os seguranças carregando caixa de berço.

_ Mamãe a senhora já conversou com o papa?

_ Sim. E ele está ansioso.

_ E a senhora já conversou com a dona da criança?

Anne parou na hora.

_ Ainda não. Mas eu sei que ela vai aceitar. Ela já provou que é capaz de tudo pela filha.

_ Eu fui lá.

Anne deu uma topada com o dedão e depois de xingar um palavrão, olhou para Oliver.

_ Você o quê?

_ Fui lá ver a Holly e a Hope.

_ Por que?

_ Senti vontade de ver se ela estava bem depois de ver o sofrimento dela ontem.

_ Sei_ nonna deu um tapa na cabeça dele_ tá aprontando alguma coisa. Nunca se preocupou com a Emma e olhe que foram dois.

_Ai Nonna. Emma estava cercada de tecnologia e a família inteira. Bem diferente de Holly.

Anne só olhou para Nonna e sorriu. Sentiu que Holly traria um novo sentido para aquela família.

No outro dia, Anne e a Nonna foram ao convento.

Levaram uma roupinha linda para Hope sair do hospital. Holly agradeceu.

_ Holly, você não me conhece bem ainda, por isso aceito o agradecimento. Não precisa agradecer querida. A madre, que é minha tia me contou a sua história.

_ Eu não sei o que seria de mim se não fosse essa madre.

_ Ela não quis se intrometer na sua vida. Está preocupada demais com você e essa belezinha aqui.

_ Eu posso pegar_ nonna pergunta já pegando _é linda demais essa bambina.

_ A minha sogra é italiana e não se desapega de algumas palavras. Bambina é criança.

_ Ela é sim. Acho que é o filho da senhora que veio ontem.

_Sim querida. O Oliver. Mas não me chame de senhora. Ele me disse e confesso fiquei surpresa.

_ Ele até carregou Hope no colo.

_ Você devia ter tirado uma foto.

_ Eu também queria ter tirado.

_ Minha querida. A madre me falou da sua história e eu vim te estender a mão. Ficaria muito honrada se aceitasse vir morar com a minha família.

_ Eu agradeço muito. Mas isso não está certo. Você nem me conhece.

_ O tanto que a madre me falou parece que a conheço há anos. Por favor eu sei que pode parecer estranho e assustador. Mas a minha família é do bem. Todos um pouco louquinhos. Mas não comemos bebês, mesmo sendo fofos assim.

_ Menina, você sabe das suas opções?_ Nonna pergunta ninando Hope _ sabemos do seu amor pela Hope. Está disposta a deixá-la no orfanato à mercê da adoção? Garanto que a sua filha será a bebê mais disputada do orfanato. Ou pretende morar na rua com Hope?

_ Nonna, está sendo dura.

_ Estou sendo realista, porque às vezes só quem já sofreu na pele sabe que a realidade dói, não é Holly?

Holly deixou as lágrimas descerem. Ela sabia que não tinha alternativa. Por Hope faria tudo. E levá-la para morar na rua em Nova York, no frio de dezembro, era desumano.

_ Está bem. Eu aceito. Mas depois que sair do repouso eu ficarei se for como uma funcionária.

_ Feito.

E voltaram felizes para a casa, com um pacotinho rosa. Anne queria ver a reação de Oliver. Seus pensamentos fervilhavam.

Hope

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