Capítulo 18

— Você está bem? — perguntou, preocupado, sem perceber que havia pegado a mão de Alana, que mesmo depois do ocorrido, parecia queimar, pois seu rosto estava completamente vermelho.

— Estou bem, comandante, na verdade já devemos voltar para os pequenos, vamos Sara — ela se levantou do assento e saiu muito nervosa.

Nero percebeu o quão acelerado estava o coração de Alana, isso o fez sorrir, assustando seus funcionários, pois não era normal vê-lo assim.

— Vejo que finalmente encontrou a pessoa certa, meu Lorde — comentou Gael, zombeteiro.

— Só se ela me aceitar, ela é alguém muito importante para Sua Majestade, mas antes disso ela viveu em Nala como imperatriz e eu tive como missão fazê-la se apaixonar por mim para obter informações, embora quem tenha acabado se apaixonando fui eu — ele contou isso ao seu servo mais fiel.

— Então tudo foi um jogo para você — ela começou a rir — como somos estúpidas, nós mulheres, que acreditamos na palavra de um homem só porque em um dado momento nos sentimos sozinhas e os vemos como uma saída — ela continuou rindo embora sua risada se transformasse em choro. — Voltei para agradecer o café da manhã, nunca imaginei que ouviria sua confissão, por mim você pode continuar fazendo o que quiser, mas não me peça mais do que eu já lhe dei, com licença — ela saiu do local às pressas, correu para o quarto e lá foi direto se lavar.

— «Calma Alana, sua prioridade são duas crianças lindas, ninguém deve interferir nisso, você já saiu de um problema, você tem que resolver o resto» — secando o rosto e colocando suas prioridades em ordem, ela saiu do banheiro e foi ficar com os filhos.

— Eles ainda não acordaram, certo? — ela perguntou em um sussurro.

— Eles continuam descansando, Majestade, são maravilhosos, só acordam para comer e choram quando precisam ser trocados — orgulhosa dos pequenos, Sara informou satisfeita.

— Fico feliz. A propósito, Sara, pare de me chamar de Majestade, me chame de Alteza ou simplesmente Alana, você pode até me chamar de Senhora, não me importo, mas não quero mais ser Majestade, porque deixei de ser no momento em que saímos de Nala — expressando tranquilidade, ela pediu.

— Sim, minha Senhora, como quiser — pegando as mãos de Alana, a menina respondeu com um gesto de gentileza.

Por parte do comandante, ele imediatamente saiu para falar com o imperador, pois não concordava com seu compromisso, pois estava apaixonado por outra pessoa.

— Majestade, minhas desculpas por esta ousadia, mas preciso esclarecer a questão do meu compromisso com a Srta. Solt, não concordo — irresponsavelmente, ele reclamou.

— Comandante, embora você seja poderoso, minha filha mais velha e eu temos ainda mais poder do que você. Eu decidi o noivado assim que conheci Alana, quer saber por quê? — a raiva irradiava, podia ser sentida em sua aura, — porque você conheceu Alana muito antes de nós, você também conheceu a imperatriz e nem por isso, você relatou a grande semelhança entre as duas, tenho certeza que você se aproveitou da minha filha, por minha vez estou disposto a assumir minha responsabilidade se ela me odiar, posso viver com isso apenas sabendo que ela está viva. Seu compromisso é irrevogável, você tem que assumir as consequências de suas ações, você não fez nada, sabendo que havia uma possibilidade de ser a filha que tanto procurávamos, todo o império sabia da história, você não fez, agora não venha implorar por cancelamentos — ele se expressou firmemente.

— Majestade, sinto muito. Eu nunca pensei sobre isso, é verdade que vi semelhanças com a imperatriz, mas decidi não dar muita importância, porque… — suas desculpas tinham acabado.

— Porque você simplesmente me via como mais uma, uma que você poderia ter sob seu poder, para se sentir mais homem, para se sentir poderoso, para cumprir sua missão perfeitamente e posso continuar com as desculpas, você simplesmente não o fez porque não queria, porque você decidiu assim.

Alana havia chegado, seu pai mandou chamá-la, justamente quando o comandante saía de sua mansão, por isso não sabia de nada e ouviu o que os homens estavam falando.

— Princesa Alana, deixe-me explicar — ele implorou.

— Não há nada para explicar, deixei sua casa agora. Você será pago pelo inconveniente, no entanto, prefiro não vê-lo novamente pelo resto da minha vida. Se você realmente quer ajudar, vá e acabe com o arquiduque de Nala, ele tornou minha vida impossível e é quem eu mais gostaria de ver morto. Agora me deixe sozinha com meu pai — ela exigiu, mas seu rosto estava calmo.

Ele não teve escolha a não ser deixar o local, ele sabia dizer quando uma batalha estava perdida, ele mesmo havia provocado o ódio e a rejeição de Alana, pois, em seu tempo, priorizava outras coisas e não o que mais lhe convinha em um futuro.

— Filha, sinto muito. Se eu soubesse, eu… — ele lamentou sinceramente, mostrando um rosto triste.

— Estou bem, pai, só preciso que não queiram me impor normas e regras como em Nala, vivi tanto tempo sob o jugo de outra pessoa que por enquanto gostaria de ser livre — ela pediu.

— Eu entendo, com isso em mente, conversei com sua mãe e irmãos, todos concordam que você deve morar conosco e aproveitar tudo o que é para você. Antes de te ver hoje, eu tinha uma proposta para fazer, mas acho que é melhor não considerá-la — ele continuou lamentando.

— Fale, pai, tudo pode ser resolvido — ela queria saber do que se tratava.

— O império Nala quer atacar o império Sonors, é o quarto da lista, pois suas feras mágicas não são tão poderosas e além disso só usam magia curativa e branca, seu imperador pediu uma aliança, pois apesar de termos magias opostas , somos muito compatíveis. Sua proposta é casar um de seus filhos com uma de minhas filhas, eu estava pensando em propor um casamento com você. Mas mudei de ideia — ele disse sem expectativas.

— Aceite, eu aceito. Claro, contanto que o príncipe não tenha problemas em ser marido de uma princesa com dois filhos — ela propôs.

Esta decisão chocou o imperador, ele estava resignado a não fazer aquela aliança, já que o império Norten não corria nenhum perigo sem aquela aliança, mas o desaparecimento daqueles seres lhe custaria caro no equilíbrio do continente.

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