Capítulo 17

Estando lá, ela observou que havia carne e decidiu assar um pouco, o que seria suficiente para saciar sua fome.

—Vejo que estava com fome, deveria ter dito antes, alteza, eu poderia ter preparado algo com minhas próprias mãos.—

Ela quase se engasgou depois do susto provocado pelo comandante, apesar de tudo não ter percebido sua chegada.

—Calma, é por isso que me chamam de fantasma. Quando chego a algum lugar, ninguém percebe até que seja tarde demais.—

—Então, você gostaria de me ver morta?— perguntou ela, de boca cheia e esquecendo toda a educação.

Ao ouvir isso, o comandante correu para perto dela e sussurrou em seu ouvido, segurando-a pela cintura. —Eu quero vê-la morta de vontade depois de torná-la minha.— E a puxou ainda mais para perto de seu corpo, fazendo com que Alana pudesse sentir o volume considerável que o homem já possuía.

As bochechas da mulher coraram, mas ao se lembrar de que era apenas uma mulher em corpo, ela se afastou bruscamente.

—Comandante, eu realmente agradeço por me dar abrigo, no entanto, esse tipo de comportamento me dá vontade de matá-lo com minhas próprias mãos.— disse ela com desgosto, deixando o pedaço de carne que ainda lhe restava de lado.

—Não vai terminar de comer?—

—O senhor fez com que a pouca vontade que eu tinha desaparecesse.— Suas próprias palavras a fizeram corar novamente, vindo do mundo moderno, ela claramente poderia dar um duplo sentido a algumas coisas. —"Não posso agir dessa forma, não com ele, ele é um homem, mas eu sou uma mulher. Droga, será que é a minha falta de atividade que me faz sentir assim?"— ela se perguntou, dando-se tapas no peito. —No final, ainda estou com fome.— lamentou-se ao chegar em seu quarto.

—Sua boca diz uma coisa, mas seu corpo diz outra. Eu teria me afastado se você não tivesse agido de forma tão fofa e se não fosse tão linda... Ana.— O comandante se perdeu em seus pensamentos e não conseguia parar de se lembrar dos seus melhores momentos com a Alana que ele se lembrava.

Um novo dia chegou e Alana estava com olheiras profundas, evidência de que não havia descansado bem.

—Bom dia, milady.— cumprimentou o mordomo, que foi buscá-las para o café da manhã.

—Bom dia, posso perguntar o que tem para o café da manhã?— perguntou ela, ansiosa pela fome que sentia.

—A senhora vai se surpreender, meu senhor preparou o café da manhã com suas próprias mãos.— contou ele, orgulhoso de seu senhor.

Uma ação simples fez o coração de Alana ressoar, pois ela não pôde deixar de se lembrar de como sua mãe preparava o café da manhã todos os dias enquanto viviam felizes, o que a fez derramar uma lágrima sem perceber.

—Bem-vindas, por favor, sentem-se, já lhes sirvo o café da manhã, está tudo pronto.— pediu ele gentilmente, com um sorriso no rosto.

—Aproveitem, porque o poderoso arquiduque e melhor comandante do império nunca fez isso por ninguém.— expressou o mordomo, brincalhão.

—Fiquem à vontade e sente-se também, Gael.— ordenou ele.

Sem outra opção, o pobre homem teve que obedecer.

—Eu não sabia que ele era um proeminente arquiduque, pensei que ele fosse apenas um soldado sob o comando do imperador.— Alana tentou iniciar uma conversa.

O comandante interpretou isso como algo que Alana se lembraria, pois quando se conheceram, ele lhe disse que era apenas um soldado, nada mais. Agora que ela sabe, ele espera que ela não o odeie, já que ela havia lhe dito que odiava ser da realeza e estava feliz que aquele homem fosse alguém comum.

—Sim, embora eu tenha conquistado o posto de comandante com esforço, é por isso que gosto de me gabar disso, enquanto ser um arquiduque é algo que herdei por sucessão, é algo de que não me orgulho.—

Ele parecia se desculpar enquanto servia o café da manhã aos presentes.

—Isso diz muito sobre você, comandante, espero ter a oportunidade de conhecer mais algumas coisas sobre o senhor.— disse Alana, experimentando a comida com um sorriso malicioso.

—Senhora, mas a senhora disse que não poderíamos ficar aqui, já decidiu se estabelecer aqui?— Ao dizer isso, ele fez com que o ambiente se tornasse sombrio.

—Como assim se acabaram de chegar, por favor, reservem um tempo para conhecer Norten, é um lugar lindo, eu poderia ser o seu guia.— Gael interveio, tentando ajudar.

—Ainda não decidi, ainda estou pensando, mas do jeito que as coisas estão, parece que não seria tão ruim viver neste lugar.— expressou ela com um sorriso falso.

—Será um prazer ajudá-la no que for preciso.— disse ele, um pouco mais tranquilo.

—Prefiro que outra pessoa me ajude, designada por Sua Majestade, pois não quero causar problemas com a sua prometida, comandante.— Relutante em ceder, ela teve que se lembrar da sua prometida.

—Eu não estava ciente disso, vou resolver isso hoje mesmo com o imperador, não se preocupe.—

—Não me preocupo com coisas desnecessárias, além disso, sou uma mãe solteira, é mais do que claro o que as pessoas vão pensar de mim.— disse ela, bebendo seu chá.

Alana estava ciente de que mesmo que quisesse ter algo com o comandante, sua vida seria cheia de obstáculos, eles não poderiam simplesmente dizer que se amavam. As pessoas os julgariam da mesma forma e, embora ela não se importasse com o que diriam sobre ela, contanto que não se metessem com seus filhos, não haveria problema, mas ela não sabia o que o comandante pensava.

—Para ser honesto, eu me importaria pouco com o que as pessoas dizem, no entanto, eu estaria disposto a enfrentar qualquer besta ou demônio com o único propósito de ver a mulher que amo feliz.—

De fato, naquele exato momento, o comandante confessou estar apaixonado por Alana, algo que só ela conseguiu entender, tanto que quase se engasgou com um gole de água, por razões óbvias o comandante não hesitou em ajudá-la.

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