Capítulo 16

— Comandante Suar, você mora aqui? — perguntou de maneira séria e fria, depois de ter saído de onde se encontrava a família real.

— Sim, alteza. —

— Preciso de um lugar para ficar e onde não me deem ordens. Podemos ficar com você por algum tempo enquanto decido o que fazer? — com certa vergonha, voltou a perguntar.

Alana não queria se ver humilhada frente à sua mãe e irmãos falsos, por essa razão buscaria apoio onde menos devia. Bem no fundo sabia que era incorreto, ainda assim, seu coração de alguma maneira se encontrava tranquilo e feliz.

— Para mim seria uma honra. —

A felicidade não lhe cabia no corpo ao pobre homem, estava que emitia faíscas pelos olhos e teve que se conter para não gritar. Os generais que ainda estavam ali, só riram em silêncio, não podiam acreditar na despudorada atitude do comandante ao se fixar na princesa recém-chegada, mas no final não deram muita importância, pois Alana já havia sido maculada segundo eles, era mãe solteira, esposa de um inimigo e também estavam seguros de que o comandante a havia utilizado para seus planos, já que conheciam sua maneira de trabalhar, inclusive Alana sendo uma princesa mulher, havia coisas que nem mesmo ela poderia ignorar.

— Então vamos no mesmo carro que viemos. — propôs.

— Primeiro devemos pedir permissão a Sua Majestade, embora você seja a princesa, ele continua sendo o imperador. — com certa preocupação pela reação da mulher, falou.

— Está bem, comandante, confio em seu bom senso, além do mais, presumo que vocês já se conheciam. — saiu apenas para ajudar Alana, pois ainda tinha que seguir falando com sua família.

O que foi dito pelo imperador esclareceu tudo para Alana, se é que ainda existia alguma dúvida, ela não podia negar mais.

Saíram do palácio e se dirigiram ao norte, que era onde o comandante tinha sua humilde casa. Passaram em torno de duas horas e finalmente chegaram a uma gigantesca mansão, era um lugar lindo.

— Bem-vinda, alteza. —

Estendeu sua mão para que Alana pudesse descer da carruagem, o mesmo fez com Sara e no final se dirigiram à entrada principal.

— Bem-vindo, meu senhor, não sabíamos que chegaria hoje, mas me alegro em poder estar aqui para recebê-lo. —

Uma mulher de cabelos verdes, olhos negros e uma pele linda, os recebia na entrada. Isso surpreendeu Alana e bem no fundo do seu coração, sentiu uma leve dor. Aquela moça não pôde reconhecê-la, pois usava novamente seu capuz.

— Senhorita Martha, o que faz em minha casa? — confuso, perguntou.

— Minhas desculpas, meu senhor, a senhorita Solt veio desde que o imperador anunciou seu compromisso. — informava o mordomo.

— Não sei do que estão falando, entretanto, esclarecerei com Sua Majestade assim que o vir, agora vou lhe pedir que vá embora e não volte sem um convite prévio. —

Suas palavras foram claras e a moça se sentiu muito mal a ponto de querer chorar.

— Gael, preparem dois quartos para minhas convidadas, foi o próprio imperador quem pediu que ficassem aqui. —

Sem dar mais importância a Martha, Nerón deixou que Alana e Sara entrassem na casa, deixando a terceira mulher para fora do local.

— Meu senhor, ao menos permita que eu fique esta noite, corro perigo andando sozinha a estas horas e logo serei sua esposa. — reclamava com a voz estridente.

— Senhorita Solt, você não foi convidada para minha casa, é sua responsabilidade como retornará, além do mais, eu não estava ciente de nada, conversarei sobre este assunto com Sua Majestade, levando em conta as atribuições que a senhorita tomou para si. —

E com isso fechou a porta, deixando aquela mulher sozinha. Claro, o mesmo cocheiro que a havia trazido iria buscá-la, pois era malvisto passar uma noite fora da casa de seus pais sem estar casada.

— “Quem serão aquelas malditas mulheres? Seja como for, meu pai poderá se encarregar delas.” — em sua tola cabeça, estava criando um plano para poder se livrar de pessoas que nem sequer conhecia.

Os quartos logo estiveram prontos e Alana finalmente pôde descansar. Entre ela e Sara se encarregariam dos bebês, sua desconfiança chegava a este ponto.

— Sara, logo buscarei alguém que seja digno da minha confiança para que nos ajude com os cuidados destes pequenos, por enquanto, sinto muito, você terá que continuar trabalhando além da conta. —

O rosto da moça se mostrou choroso, jamais haviam se desculpado com ela e muito menos lhe haviam dito que não trabalharia tanto.

— Majestade, estou a seu serviço e isso me faz muito feliz, além do mais, o fato de confiar em mim me torna a pessoa mais feliz do mundo. Pelo contrário, devo agradecê-la por ter pensado em mim e me trazer consigo. —

Algo que Alana pensava com muita frequência era na possibilidade de que aquela pequena de vinte anos tivesse família, e ela assim, sem mais, a separou deles, levando-a para outro lugar, um império diferente, com pessoas que não conhece.

— Para mim você é alguém importante, a pessoa em quem mais confio. — dizia, enquanto acariciava o cabelo da pequena.

A primeira guarda seria feita por Alana, então ela ficou ao lado do berço dos bebês, só podia contemplá-los dormir, aquela simples imagem lhe dava paz à alma, enchia de felicidade seu coração.

O comandante, enquanto isso, estava informando a todo o pessoal que Alana era uma pessoa muito importante para a família real, mas antes de apresentá-la formalmente, tinham que esclarecer algumas coisas, então exigiu que tratassem suas convidadas com todo o respeito que mereciam.

As horas passaram e logo deram em torno das duas da manhã, para Sara e Alana só haviam dado um lanche e depois lhes ocorreu dizer que não estavam com fome, foi por isso que, quando Sara acordou para cuidar dos bebês, Alana aproveitou para ir à cozinha e procurar algo para comer, não pensava em se aguentar até o amanhecer.

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