No palácio de Norten, chegaram os rumores da repentina retirada de seu exército. Ao saber disso, a imperatriz se preocupou. Seu marido liderava aquele exército e por isso sua mente se encheu de maus pensamentos.
—Preparem tudo para a chegada do exército, os melhores curandeiros devem estar presentes, também o magistério de nobres, assim como os ministros. Preciso que todos estejam presentes caso ocorra uma situação que necessite de sua intervenção.
—Tranquila, Majestade, não houve más notícias. Verá que Sua Majestade estará bem — o secretário geral tentava apaziguar as coisas.
—Mãe, não seja pessimista. Pai sabe se cuidar, além do mais, perto daquele lugar estava o comandante Suar, também o comando “Elite Negra”, não tem como ter acontecido algo ruim — o filho mais velho era quem tranquilizava sua mãe.
A viagem que fariam duraria um mês. Tudo ia muito bem, pois já estavam no território Norten, onde seu povo reconhecia os emblemas reais.
Alana viajou junto com seus bebês e não os descuidava por coisas sem importância. O comandante, por sua vez, não voltou a se aproximar de Alana, ele entendia que ela estava brava e, sabendo que ela era a primogênita do imperador, se preocupava com ela. Por essa razão, ele tinha certeza de que o colocariam como seu escolta, por ser o melhor. Por outro lado, o imperador deixou sombras para que investigassem sobre a evolução da guerra no império Nala, ele devia estar preparado para qualquer coisa.
Os dias se passaram, as semanas chegaram e uma foi deixando a outra para trás, até que finalmente entraram na capital e se dirigiram ao palácio. É claro que os soldados puderam ir para suas casas, mas foram advertidos a não dizer nada, a notícia da princesa seria dada em um baile de apresentação.
Em frente ao palácio, nos portões principais, esperavam a imperatriz, o ministério, os nobres e uma quantidade irracional de curandeiros, algo que deixou perplexos os generais e o próprio imperador.
—O que significa tudo isso? — perguntou ele, com voz forte.
—Majestade, eu estava tão preocupada com o senhor, que decidi prevenir qualquer coisa, me desculpe se cometi um erro — desculpou-se ela, envergonhada.
—Como podem ver, estamos bem. Voltem todos para suas casas, em breve enviarei um convite para celebrar um acontecimento importante, além de informar em breve o motivo da minha retirada — pediu ele, já um pouco mais calmo.
Esperaram que todos tivessem ido para poderem finalmente deixar Alana descer da carruagem em que ia. Antes de chegar, ela havia colocado uma capa nela e em Sara, cada uma carregando um bebê nos braços.
Ao ver duas mulheres que vinham com seu marido, entrando no palácio sem nenhum tipo de intervenção, a imperatriz quase desabou de nervosismo.
—Majestade, quem são essas mulheres?
No império Norten, as mulheres eram muito respeitadas, mesmo assim o imperador tinha a possibilidade de ter concubinas, embora até aquele momento não o tivesse feito, por isso a imperatriz pensou o pior.
—Vamos entrar e você saberá — pediu ele, e começou a avançar.
Já estando todos lá dentro, a família real entrou em um salão e o restante ficou do lado de fora, aguardando novas ordens. Claro que Sara ficou com os pequenos para o caso de as coisas se alterarem e Alana não queria que eles se assustassem.
—Fale, Majestade — pediu a imperatriz.
—Alana, você poderia tirar a capa, querida?
Aquilo dito pelo imperador deixou sua esposa e filhos perplexos.
—Claro, Majestade.
Ela havia percebido que eles queriam devorá-la com os olhos e estava dando um pouco de drama ao assunto. É claro que o imperador ajudou muito com a palavra “querida”.
Ao ver a mulher que estava diante deles, a imperatriz perdeu o equilíbrio e quase desmaiou. Os príncipes, que no total eram três, dois homens e uma mulher, ficaram impactados.
—Muito prazer, meu nome é Alana, eu era a única pessoa em Nala capaz de usar magia de fogo, também sou compatível com a magia das trevas e minha besta é uma quimera — ela se apresentou como se estivesse falando do clima.
Aquelas pobres almas não conseguiam assimilar o que tinham visto com seus próprios olhos, quando receberam outra notícia, o que os fez entrar em colapso. Suas mentes pareciam girar, a imperatriz e a princesa mais nova decidiram se sentar, pois tudo aquilo era como uma bomba para elas.
—Então, você é a Ana, nossa irmã? — questionou o mais velho.
—Sua Majestade disse que esse era o meu nome antes de ser sequestrada, então suponho que sim, sou eu — respondeu ela, sem muita certeza.
—Para tirar qualquer dúvida, por que não fazemos um teste de paternidade? — interveio o filho mais novo.
—Estou disposta, só me avisem o dia e a hora, por enquanto gostaria de ficar com meus filhos e descansar, foi uma viagem muito longa — respondeu ela, aceitando com toda a tranquilidade.
—Você tem filhos? Como eles se chamam? São meninos ou meninas, ou ambos? Posso conhecê-los? — a imperatriz disparava uma pergunta atrás da outra, algo que Alana não gostou.
—Majestade, se tenho filhos, são uma menina e um menino. Por enquanto, gostaria de cuidar deles eu mesma e prefiro que não convivam com mais ninguém — respondeu ela, séria e impaciente.
—Isso não vai ser possível, as criadas têm que cuidar deles, você terá outros deveres, você é da realeza, eu não vou permitir — informou ela friamente.
—Majestade, com todo o respeito que acabei de perder, a senhora não é ninguém para me dar ordens, o único a quem eu poderia obedecer é ao meu pai, além do mais, não vi nenhuma emoção em seus olhos ao saber que eu poderia ser sua filha, isso só significa que a senhora já me dava como perdida, não queira bancar a mãe benevolente e boa só por saber que tem netos. E mais uma coisa, se a senhora quer tanto que eu me separe dos meus filhos, terá que me matar. Com licença.
Ela se despediu apenas reverenciando o imperador e deixando o restante sem palavras. Ninguém jamais havia ousado falar com a imperatriz daquela maneira, todos sabiam que sua palavra era a última a ser dita em muitas ocasiões, ainda mais se tratando de seus filhos. O simples fato de ver como alguém a deixou sem palavras foi algo incomparável para os outros três príncipes.
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Atualizado até capítulo 48
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