Capítulo 14

—Me desculpe—

Pronunciou o homem e se dirigiu para pegar Alana, depois disso uma sombra negra os envolveu e novamente em um instante, já estavam justo onde se encontrava o acampamento do exército Norten.

—Chegamos alteza— disse.

Os olhos do comandante se abriram em surpresa quando Alana saltou de seus braços e feliz, mostrava um sorriso que resplandecia enquanto corria em direção à tenda do imperador.

A notícia de sua chegada se espalhou imediatamente e assim, começaram os preparativos para a retirada, eles não estavam se rendendo, simplesmente o imperador queria aproveitar sua filha e netos por algum tempo, além disso, com tudo planejado, o império Nala estaria em uma guerra interna por alguns anos, se tudo saísse bem.

—¡Ana!, por fim estás aqui, minha pequena— apesar de sua posição o impedir, o imperador não se importou e correu para abraçar sua filha.

—Majestade, obrigada por tudo. Onde estão meus filhos?— retribuindo o abraço, perguntou.

—Eles estão bem, não precisa se preocupar. Estão saudáveis e cada dia mais lindos, vamos vê-los—

Eles se dirigiram para a tenda que haviam designado para Sara, os bebês e duas soldados mulheres, para cuidar deles.

—Meus amores, já estou aqui—

Entrou na tenda e seu rosto se iluminou por completo, aquela necessidade de estar junto aos pequenos e de saber que ela podia protegê-los, a impulsionava a ser feliz, depois de muito tempo. As feridas demorariam a cicatrizar, porém aqueles dois bebês a estavam ajudando sem saber.

—Está vendo filha, eles estão bem— dizia o imperador, dando um afago em sua filha.

—Sara, pai. Agradeço por cuidarem dos meus pequenos por todo este tempo—

Sem perceber, ela havia conseguido que o imperador mais temido e odiado em todo o continente, derramasse algumas lágrimas, pois ele não pensou nem planejou, porém ela o havia chamado de pai.

Por sua vez, Sara ainda estava muito confusa, desde que havia chegado ao acampamento há apenas um dia, com a ajuda de alguns dragões para transportá-los no final, ela pôde perceber como adoravam os bebês, o próprio imperador se empenhou em cuidar deles e também estava preocupado com Alana.

—Minha senhora, não entendo nada, mas fico muito feliz que esteja bem— fazendo uma reverência, falou.

—Tudo ficará muito melhor por enquanto. Poderiam me deixar a sós com eles?—

Eles assentiram, pois entendiam que ela precisava de um tempo com os bebês, depois de terem passado vários dias separados.

—Senti muita falta deles, fazia tempo que não sentia a falta de ninguém, desde que perdi minha família, agora que me lembro—

Dizia, enquanto carregava os pequenos por instantes.

—Ainda não dei nomes a eles… mmm. Como devo chamá-los?, Dante me parece um bom nome, não acha pequeno?— dizia ao príncipe, enquanto roçava seu nariz com o do lindo bebê. —Não fique com ciúmes coisinha linda, com certeza encontraremos um excelente nome para você também, por exemplo minha mãe se chamava Marjorie, sim, acho que esse seria perfeito—

Ela dizia para a pequena princesa, pois ela começava a fazer beicinho, enquanto Alana carregava seu irmão.

—Vejo que já se instalou alteza—

Aquele belo momento havia sido interrompido por Nerón, ao saber que Alana estava naquela tenda, não se preocupou em perguntar mais e correu para vê-la.

A mulher deixou o pequeno príncipe no berço que eles tinham e com um golpe forte, tirou o comandante do lugar.

—Parece que não te ensinaram educação. Você não pode entrar em lugares sem a permissão da pessoa que está lá dentro, ainda mais sabendo que você tem uma patente inferior à minha, não importa se sou imperatriz ou princesa, continuo sendo de status superior ao seu. Entenda de uma vez por todas—

Aquele rosto lindo e angelical de antes, havia desaparecido por completo, agora só era possível ver uma expressão de ódio e fúria.

—Ana o que houve?— o imperador tinha escutado a confusão e saiu para averiguar.

—Minhas desculpas majestade, mas não posso permitir que este homem se intrometa desta maneira na minha vida, ele invadiu a tenda sem minha permissão, arruinou um momento maravilhoso, não posso deixar passar—

Claro que isso ela só estava usando como desculpa, pois o que ela realmente queria era ter o comandante longe porque seu corpo sentia certa sensação ao tê-lo por perto, às vezes era de medo e outras de desejo, por isso ao juntar as peças novamente, ela pôde ter certeza de que pelo menos uma das duas personalidades da Alana real, esteve com ele, embora ela não entendesse o porquê.

—Talvez o comandante Suar tenha se confundido, eu mesmo o incumbencie de cuidar de você. Não fique brava com ele— pedia gentilmente.

—Minhas desculpas alteza, jamais foi minha intenção lhe causar problemas. Não voltará a acontecer— ajoelhado, ele se desculpava.

—Não importa, apenas fique longe de mim e dos meus filhos. Agora, pelos rostos dos soldados, vejo que me veem como a vilã, talvez estejam certos, eu vim tomar um lugar que não pertencia a ninguém, se me permitem, gostaria de aproveitar o tempo com meus filhos, com licença—

Ela fez uma reverência ao imperador, olhou para o comandante e sua expressão era de desagrado, para depois voltar para dentro da tenda com seus filhos.

Sem esperar e sem planejar, lágrimas escorriam por seu rosto ao se virar. Ela não entendia o que estava acontecendo, porém a incomodava muito.

—«Por que as mulheres têm que ser tão sensíveis?, isso vai me dar dor de cabeça»— limpando o rosto, ela dizia para si mesma.

Não demorou muito para que o acampamento estivesse totalmente desmontado, o que abria caminho para sua partida do local.

—Alteza, devemos subir na carruagem onde viajaremos— informou Sara.

—Muito bem. Você leva Mar e eu levo Dante— pediu.

—Finalmente deu nomes aos príncipes, que alegria—

—Tinha que fazer isso, não gosto que continuem sem nome, são meus filhos e mereciam um já. Você gostou?— seu sorriso dizia tudo, e claro que ela não esperava que a resposta de Sara a decepcionasse.

—São maravilhosos majestade, únicos—

Aquilo acabou comprovando que os nomes escolhidos eram lindos, pelo menos o significado era profundo, para a Alana atual.

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