Capítulo 13

A noite havia chegado e propuseram a Alana acampar em um lugar não muito longe de uma vila, para que ela pudesse descansar em uma pousada, mas ela se recusou terminantemente.

—Ser a princesa não me dá nenhum direito de descansar em um lugar melhor que vocês. Ficarei na carruagem e vocês podem dormir como preferirem, apenas peço que me acordem quando for hora de partir — disse isso e se fechou na carruagem onde ia, pois no início quis cavalgar, mas isso não foi possível, já que os ferimentos do dia anterior e os daquele dia a impediam até de tentar subir em um cavalo.

Como tudo, o comandante e os soldados faziam a guarda em turnos, para cuidar da segurança de Alana, mas isso não garantia que estariam a salvo e bem no meio da noite, vários monstros chegaram onde estavam, atacaram os que estavam de guarda e com seus gritos o restante acordou.

—Alteza, por favor, não desça da carruagem, são monstros que atacam — pediu o comandante, agitado, pois já havia começado a lutar contra aqueles monstros.

Os rugidos, espadas e alguns tipos de magia, eram o que se podia ouvir e conseguir ver através da carruagem. Alana não queria intervir porque ainda se sentia fraca, porém isso mudou quando ouviu que já haviam reduzido à metade sua comitiva e os monstros ainda eram muitos.

Decidiu descer da carruagem e pôde ver que o único que podia usar magia era o comandante, o restante se defendia com espadas, mas os monstros com os quais lutavam eram grandes demais e por isso demoravam mais.

—Majestic, faça-se presente — disse Alana e em um segundo, a quimera já estava lá.

—«Ordene, minha senhora»—

—Acabe com meus inimigos, estou muito cansada e eu não poderia—

A quimera entendeu, se elevou no ar e deixou cair bolas de fogo, especificamente sobre os monstros que atacavam os humanos, fazendo-os desaparecer. Em questão de minutos não restava nenhum monstro e os curandeiros começaram a curar os que estavam feridos, que felizmente eram mais do que os que haviam perdido a vida.

—Alteza, não devia ter feito isso. Agradeço muito — fazendo uma reverência, dizia o capitão.

—Eu…. Só fiz… o melhor… para…— não pôde continuar falando porque as forças que tinha haviam se esvanecido.

Naquele momento sua tatuagem brilhou e Majestic retornou a ela. O comandante rapidamente salvou Alana de cair no chão e a recostou na carruagem. Depois daquela pequena batalha, as pessoas que se encontravam bem, foram as que fizeram a guarda, enquanto o restante se recuperava e descansava o que restava da noite.

Ao amanhecer, partiram novamente rumo à fronteira, estava programado que chegariam em três dias, se bem que o comandante podia utilizar o teletransporte, só podia fazê-lo a cada certo tempo e não devia haver muita diferença de espaço entre um lugar e outro, por essa razão ainda não havia tentado.

Os dias passaram muito rápido, felizmente para todos, sem nenhum contratempo. Nesse tempo, o comandante sempre viajou ao lado de Alana, porém a ela a incomodava, pois podia sentir por instinto que ele não a via como súdita, mas sim buscava a maneira de se aproximar dela de uma forma como ele, (agora ela), se aproximava das mulheres com as quais manteve encontros em sua vida passada.

—Alteza, se precisar de mais alguma coisa, não hesite em me pedir o que for, sempre estarei à sua disposição — disse ele malicioso.

—Comandante…—

—Pode me chamar só de Nero — propôs sorrindo.

—Comandante Suar, não preciso de nada e se precisasse eu mesma faria, além do mais, assim que chegarmos com Sua Majestade, pedirei que o envie para muito longe de mim, não suporto sua presença, não me passa confiança. Entendeu? — disse isso muito alto para que o restante pudesse ouvir e as risadas não se fizeram esperar.

Desiludido, decidiu ir melhor para a retaguarda, na realidade o que menos queria era causar inconvenientes a Alana, também pensava que sua irritação continuava muito grande porque seguramente ela tinha descoberto a verdade e podia ter passado mal com seu esposo, o imperador.

—Alteza, lamento informá-la que embora não lhe pareça, será o comandante quem a transportará para o outro lado da fronteira — dizia o capitão.

—Se não há outra maneira, está bem. «Tudo para finalmente ver meus pequeninos»— sorria sem perceber, algo que claramente o comandante conseguiu ver e suas esperanças surgiram. A mulher que queria e por quem estava interessado, sorria por ir com ele.

Chegado o momento e no local exato, pediu-se a presença de Alana e do comandante.

—Alteza, o comandante deverá carregá-la em seus braços para poder transportá-la — disse um dos presentes.

—De acordo — a expressão que mostrava era séria, isso fez com que o comandante se incomodasse.

—Se Sua Alteza não está de acordo com isso, poderíamos buscar outra maneira — ele havia levado muito para o lado pessoal.

—Ao que parece, além de ser desobediente, também é surdo. Comandante, não se ache importante demais, porque não é, se você era o mais poderoso do império, agora cheguei eu, se não quer fazer isso, não deve me colocar como desculpa, apenas diga e pronto. Não sou uma pobre mulher que precisa ser salva e você pode renunciar à sua missão quando eu desejar, mas de algo devem estar certos todos; não me deixarei manipular por ninguém, espero que tenham entendido —

As expressões em seu rosto não mudaram apesar de suas palavras e ela tinha razão, naquele momento estava imersa em seus pensamentos pela necessidade de ter os dois pequenos seres que devia proteger, nada mais lhe importava, isso fazia com que seu rosto se mostrasse sério para cada situação.

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Comments

Ruby

Ruby

iludido 😂😂😂

2025-01-27

3

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