Capítulo 7

—Está bem, podemos conversar. Você precisa entender que antes que algo mais aconteça, eu devo verificar se você é realmente minha filha, a quem eu tenho procurado por dezesseis anos — mencionou.

—Estou disposta a qualquer teste, majestade — respondeu ela, confiante.

—Primeiro, demonstre que você consegue usar a magia do fogo.

Alana assim o fez, deixando sair do seu corpo chamas que a envolveram por completo, sem sofrer nenhum dano, coisa que só os melhores conseguiam fazer.

—Você também precisa ter controle sobre a magia negra, o que prova ser digno de governar Norten.

Alana escureceu o lugar, sem apagar nenhuma das lanternas mágicas que ali estavam, com um simples estalar de dedos ela podia fazer e desfazer a escuridão.

—Por último, isso é o mais difícil de provar, mas cada império tem uma besta mágica como parte da nobreza e cada besta é diferente, nós possuímos dragões, então você precisa ter um, você tem?

O imperador perguntou duvidoso, era quase impossível que ela tivesse um dragão, tendo crescido num lugar que não era seu lar, mas ele precisava verificar para ter certeza, visto que se ela não tivesse sua besta mágica, não importaria mais, ele a reconheceria como filha mesmo que ela não fosse a herdeira.

—Eu tenho minha besta, no entanto, não é apenas um dragão, eu posso mostrar para vocês lá fora, ele é grande e precisa de espaço — informou a mulher.

Os cinco homens concordaram em sair da tenda em que estavam, foram para um lugar espaçoso, seguindo Alana, quando já estavam suficientemente longe do acampamento, ela chamou por Majestic.

—Apareça, minha linda Majestic — pediu ela, e de seu ombro, num clarão, saiu aquela quimera.

Cada ser vivo no local fez uma reverência ao ver um ser tão magnífico, Alana não sabia, mas eles estavam há mais de quinhentos anos sem ver essa besta mágica, o que tornava seu portador no ser mais poderoso do mundo.

—Você foi a escolhida, agradeço por ser minha filha. Peça o que quiser, eu a ajudarei, mesmo que se trate de dar a minha vida, eu farei.

Com os olhos marejados, o imperador falou, ele sempre foi um homem duro, cruel e o melhor em combate, mas acima de tudo, ele amava sua família e ter perdido sua primeira filha o fez se tornar ainda mais frio e ele nunca se cansou de procurá-la, até descobrir quem foram os culpados, por isso sua sede de vingança.

—Me ajude a sequestrar os meus filhos, seus netos — Alana fez seu pedido.

Essa informação surpreendeu o imperador, ele mal estava assimilando a notícia de que sua filha estava viva e lhe dizem que ele também é avô e não de apenas um neto.

Para continuar com a conversa, levaram Alana para a tenda do imperador, lá se sentaram e começaram a conversar.

Alana lhe contou desde o momento em que percebeu que seu suposto pai estava apenas a usando para seu próprio benefício, mas que ao ver o pouco interesse do imperador por seus filhos, ela decidiu abandoná-lo, foi aí que ela começou a pesquisar para ver qual seria o lugar mais propício para se viver, com tanta informação, descobriu que apenas em Norten se usava a magia do fogo e que o imperador havia perdido uma filha há dezesseis anos, fazendo as contas e vendo o que ela podia fazer, começou a juntar as peças. Além disso, ela também falou sobre a princesa, que tinha um dragão em seu ombro direito, se alguém descobrisse, a matariam imediatamente, pois ela não seria aceita dentro de Nala, embora o príncipe fosse o legítimo herdeiro do império.

—Só quero manter meus pequeninos seguros, eu sei que sou poderosa, mas não posso enfrentar o arquiduque e o imperador sozinha, por isso preciso que você sequestre meus filhos, você pode?

Alana não queria demonstrar sua preocupação no rosto, mas sua voz havia enfraquecido e se embargava ao falar de seus filhos.

—Nós faremos isso, apenas nos diga como — respondeu o imperador.

—Agradeço, majestade. — Curvando-se diante do imperador, Alana falou.

—De pé, você não deve fazer isso na frente do seu pai, dezesseis anos são impensáveis de recuperar, mas podemos começar a construir nosso relacionamento a partir de agora, me diga seu plano, nós o seguiremos à risca, minha pequena Ana.

O imperador se aproximou de Alana, deu-lhe um beijo na testa e a abraçou, soltando um suspiro. A primeira vez depois de tanto tempo que ele podia ter sua filha em seus braços.

—Então meu nome era Ana e não Alana? — perguntou ela, curiosa.

—É isso mesmo, foi o nome que sua mãe lhe deu, ela ficará feliz em saber que você está viva, espere só ela saber. — Afastando-se dela, ele comentou feliz.

—Sinto muito, mas eu preferiria que ninguém soubesse sobre mim por enquanto, apenas seus generais e você, mais ninguém, não posso confiar a segurança dos meus filhos e a minha a mais ninguém, por favor. — ela implorou.

—Assim será feito, a propósito, assim que se sentir pronta, me chame de pai, isso me deixaria muito feliz — pediu o homem.

—Será difícil, é uma questão de tempo. Seja paciente, por favor.

—Espero que tenhamos muito tempo juntos, de coração.

No resto da manhã, Alana explicou todo o seu plano e depois disso, ela foi embora. Claro que o imperador não queria deixar sua filha ir embora, mas seu plano não tinha falhas, em breve eles estariam juntos novamente e nada os separaria.

Alana havia se ausentado por doze dias e isso fez com que o imperador de Nala tentasse levar o príncipe, com a desculpa de que não podia permitir que seu herdeiro pudesse ser contagiado pelo que quer que a imperatriz tivesse, ela fez muito bem em deixar uma comitiva de elite cuidando dele.

—Voltei, Sara, está tudo bem? — perguntou Alana, ao entrar por uma das janelas.

—Majestade, você finalmente voltou. Eles quiseram levar o príncipe, mas não deixaram que isso acontecesse, embora não tenham se importado com a princesa. — reclamou Sara.

—Calma, tudo vai ficar bem. Já está tudo resolvido. — acalmava a criada.

Alana saiu de seus aposentos e pediu ao líder da comitiva que avisasse ao arquiduque que eles iriam visitá-lo, para que ele conhecesse seus netos.

O homem, muito feliz, correu e mandou um mensageiro, isso daria poder ao seu senhor para ficar com o herdeiro ou aproveitar e finalmente matar o imperador.

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