O silêncio foi o que reinou agora. Não se ouvia absolutamente nada.
—«Por que sinto tanta dor?»— dizia Sebastián em sua mente, tentando abrir os olhos.
—Majestade, majestade acorde— uma voz soluçante se escutava, ao que parece era uma voz feminina.
—Ai, está tudo doendo…— Sebastián finalmente pôde falar e ao fazê-lo percebeu algo —«Minha voz parece com a de uma mulher, karma agora você soube jogar suas cartas. Ha, ha, ha, ha»— só podia pensar o homem.
Efetivamente, Sebastián estava ocupando agora, o corpo de uma mulher, mas não de qualquer mulher, senão que era nada mais nada menos que o da imperatriz Alana Sumier, a grande soberana do império Nala. Um lugar cheio de magia, espadas e sobretudo bestas e criaturas mágicas.
—Majestade, a senhora se encontra bem?. A verdade fizemos tudo o que pudemos com o que tínhamos, mas o imperador não deixou que trouxessem um mago curador para que a atendesse, lamento muito. Quase a perdemos— ainda soluçando, aquela mulher junto à cama, perguntava.
—Estou bem, o que foi que me aconteceu?— perguntou Alana, aturdida, pois a dor que sentia sim era considerável.
—Seu parto correu bem majestade, deu à luz a dois belos bebês, uma linda princesa e um lindo príncipe— com os olhos brilhando de felicidade, informou aquela mulher.
—«Já entendo como será minha redenção. Obrigado karma, farei muito bem pode ter certeza» E os príncipes onde estão?— com pouca força, perguntou Alana.
—Os levaram para limpá-los e para alimentá-los, não deve se preocupar, eles estão muito saudáveis majestade— tomando a mão da imperatriz, aquela moça informou.
—Perfeito, então vou descansar um pouco, quando os trouxerem de volta quero que me acordem, é uma ordem— disse Alana e fechou os olhos para descansar.
Na realidade, só fecharia os olhos para analisar mais a fundo sua situação.
—«Bem, sou uma imperatriz, pelo visto algo respeitada por alguns e odiada por seu marido. Tenho dois filhos recém-nascidos, isto é algo que dá a volta na situação por completo, jamais imaginei formar uma família de nenhum tipo e agora sou mãe de dois pequenos seres. Também posso perceber que este lugar é antigo, ao que parece é um império. Felizmente tenho vários pontos a meu favor, várias vezes em meu trabalho, me fantasiei de tantos personagens que é fácil para mim atuar, além disso meu único objetivo é cuidar destes pequenos, fazê-los felizes e conseguir que cresçam saudáveis e fortes. Eles são os herdeiros deste império e me encarregarei de que ninguém nem nada se interponha em seu caminho»— pensava tão meticulosamente Alana, quando de repente seus pensamentos foram interrompidos pelo choro de um bebê.
—Majestade, majestade— aquela mulher que cuidava da imperatriz, estava movendo esta para que despertasse, pois os bebês haviam regressado.
—Já estou acordada, o que houve?— parecendo sonolenta, Alana falou.
—Os príncipes voltaram, gostaria de carregá-los?— perguntou amável, a mulher.
—Sim, deixe-os aqui na cama comigo e nos deixe sozinhos— pediu a imperatriz e assim foi feito.
Colocaram os pequenos na cama ao lado de Alana e depois as mulheres que haviam levado os bebês saíram junto à mulher que cuidava da imperatriz.
—Vejam só, vejam só. Que coisinhas mais bonitas, prometo que cuidarei de vocês tanto ou mais do que cuidei de Dante minha única família nos últimos anos. Sabem pequenos, jamais imaginei ser pai e claramente muito menos mãe, mas por vocês tentarei ser a melhor— dizia Alana, tocando suavemente as pequenas bochechas dos bebês.
Na realidade Sebastián em sua vida passada jamais se interessou em formar uma família, mas se relacionou com pessoas que tinham bebês e talvez por essa razão agora sendo Alana, não seria complicado para ele levar a cabo o papel de mãe, levando em conta que o pai daqueles bebês, não parecia se importar com a existência deles.
Alana, carregou primeiro a pequena bebê, um lindo ser de cabelo ruivo e olhos prateados resplandecentes, a aconchegou por uns instantes e depois pegou o pequeno, este tinha o cabelo de cor negra como azeviche e uns olhos cor azul escuro, ambos os bebês refletiam luz e paz, algo que Sebastián, agora Alana, necessitava com muita urgência, já que seu coração e mente haviam se danificado pelo que lhe havia acontecido em sua anterior vida.
—Cometi muitos erros não vou negar, mas com vocês serei a melhor versão de mim, prometo a vocês— deixando um beijo na testa dos pequenos, Alana falou.
Os bebês só faziam pequenas caretas em seus rostos, claramente podia-se observar que estavam tranquilos ao lado de sua mãe.
—«Dona deste corpo, não sei realmente como você era, enfim você já não está e sou eu quem viverá sua vida de agora em diante. De antemão quero que saiba algo sobre mim, não me deixo levar por ninguém e muito menos permito insultos, então se você vivia em um papel de vítima ou de ingenuidade, lamento informar que não a reconhecerão de agora em diante, mas de algo deve estar segura, cuidarei dos meus filhos seja de quem for. Descanse em paz»— olhando para o teto, Alana falou.
Em seguida sentiu uma forte dor de cabeça e milhares de imagens chegaram à sua mente, como pôde, pôs os bebês sobre a cama, pois os tinha nos braços ainda. Apertou fortemente sua cabeça tocando suas têmporas.
—O que é tudo isso?— queixava-se, ainda apertando sua cabeça.
Então entendeu tudo. A verdadeira Alana havia se casado por ambição, mas depois do casamento percebeu que sua beleza não era suficiente para ter o imperador do seu lado e este preferia a companhia de suas duas concubinas, de fato o imperador havia afastado Alana do palácio principal para não ter que vê-la seguido, só pedia que se apresentasse uma vez ao mês para seus deveres conjugais e buscar descendência aceitável como ele sempre dizia, já que o filho de qualquer concubina, não poderia nascer sem antes a imperatriz ter dado à luz um herdeiro. Alana em seu confinamento se afastou de todas as pessoas que conhecia, não falava com ninguém e nem sequer buscava fazer a vida impossível às concubinas do imperador, posto que apesar de tudo o que fez para se casar com o imperador, ela realmente não era muito segura de si mesma e muito menos era tão inteligente. No final ficou grávida depois de passar seis meses casada com o imperador, assim o homem deixou de vê-la, não se interessou pela imperatriz grávida e muito menos quando esta daria à luz, assim Alana se deixou morrer.
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Atualizado até capítulo 48
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Luzia
Gosto de ler histórias de reencarnação
2025-02-13
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