Cap 06: Será que foi real ou apenas um sonho?

Alguns dias após a morte de Benjamín Bennett, Alexander está sentado na mesa do escritório, olhando para o nada, perdido em pensamentos. Ele está pensativo. De repente, ele tem um flash de memória, lembrando-se de Lara saindo do escritório. Ele olha ao redor, incerto se foi apenas um sonho ou se realmente aconteceu. Pois ele não lembra de quase nada do que aconteceu naquele dia.

ALEXANDER: (sussurrando para si) Será que foi real ou apenas um sonho?

Alexander levanta-se da cadeira e caminha em direção ao cofre localizado na parede oposta. Ele está prestes a abrir o cofre para ver a caixa que seu avô guardou ali, quando Ava entra no escritório sem bater na porta.

AVA: Alexander! Você precisa sair um pouco, espairecer. Não é saudável ficar trancado aqui o tempo todo.

ALEXANDER: (com um tom cansado) Ava, não estou no clima para sair agora. Preciso resolver algumas coisas aqui.

AVA: (insistente) Eu entendo que você está passando por um momento difícil, mas ficar isolado não vai ajudar. O seu avô gostaria que você cuidasse de si mesmo.

ALEXANDER: (levantando a voz, irritado) Ava, por favor, respeite minha decisão. Eu sei o que é melhor para mim agora.

Ava parece um pouco surpresa com a reação de Alexander, mas se mantém calma.

AVA: Desculpe se estou sendo insistente, mas você não pode se fechar para o mundo. Todos estamos aqui para apoiá-lo.

Alexander respira fundo, tentando controlar sua frustração.

ALEXANDER: Eu aprecio sua preocupação, Ava, mas realmente preciso de um tempo sozinho. Prometo que sairei quando estiver pronto.

Ava olha para Alexander com uma expressão insatisfeita, mas percebe que ele está determinado em sua decisão.

AVA: Está bem, Alexander. Se precisar de alguma coisa, estarei aqui. Cuide-se.

Alexander acena com a cabeça em agradecimento enquanto Ava sai do escritório. Ele olha para o cofre, mas sua mente está distraída com a interrupção. Ele acaba esquecendo temporariamente a caixa que seu avô guardou ali. Em vez disso, ele decide que é hora de voltar para o apartamento, pois não aguenta mais Ava no seu pé.

ALEXANDER: (suspirando) Acho que preciso de um pouco de paz e tranquilidade agora. Vou voltar para casa e tentar organizar meus pensamentos.

Alexander pega alguns livros da estante, que ele decide levar consigo para o apartamento. Ele fecha o escritório e caminha em direção ao seu quarto.

Ava entra na cozinha, visivelmente irritada, enquanto Emma está dando instruções aos funcionários. No meio da confusão, uma das funcionárias esbarra em Ava sem querer.

FUNCIONÁRIA: Desculpe, senhorita Ava, não foi minha intenção.

AVA: (com raiva) Preste mais atenção por onde anda sua idiota, você quase me derrubou.

FUNCIONÁRIA: Desculpe mesmo, não vai acontecer de novo.

Emma percebe a irritação de Ava e, preocupada, chama-a para irem ao quarto.

EMMA: Ava, venha comigo. Precisamos conversar.

Ava segue Emma até o quarto e fecha a porta atrás de si. Emma olha para Ava, com desgostos, pois ela só consegue controlar sua personalidade na frente do Henry e do Alexander.

EMMA: O que aconteceu, dessa vez? Por que você está tão irritada?

AVA: Mais uma vez, o Alexander se recusou a sair comigo. Não consigo entender por que ele continua rejeitando minha companhia.

Emma suspirou frustrada e se sentou na cama, olhando para Ava.

EMMA: Ava, você precisa entender que o Alexander está passando por um momento difícil. Ele acabou de perder o avô, e todos lidam com a dor de formas diferentes. Talvez ele precise de um tempo sozinho para processar tudo.

AVA: É exatamente por isso que eu insisto! Quero que ele perceba que estou ao lado dele nesse momento. Só eu entendo o que ele está passando.

EMMA: Eu sei que você quer aproveitar essa oportunidade, mas talvez a insistência não seja a melhor abordagem. Você pode acabar irritando-o e afastando-o ainda mais. Ele pode voltar para o apartamento dele, e isso não é o que queremos, certo?

Ava fica pensativa, refletindo sobre as palavras de Emma.

AVA: Eu não tinha pensado por esse lado. Mas eu não posso deixar que ele se afaste de novo, mãe. Já foi um trabalho enorme separá-lo daquela namorada dele.

EMMA: Ava, não fique repetindo essas coisas por aí. Se alguém ouvir e contar para o Alexander, pode colocar tudo a perder. Você precisa ser mais cuidadosa  com as coisas que fala por aí.

AVA: (suspirou frustrada) Eu achei que seria mais fácil conquistá-lo depois de tudo o que fiz para separá-lo da namorada. Mas parece que nada que eu faço funciona.

EMMA: Filha, me escuta, espera um pouco e não faça mais nenhuma besteira, pois se ele descobrir a verdade, ele pode até mesmo odiar você por ter interferido dessa forma.

AVA: Ele deveria me agradecer por ter mostrado a ele que a ex-namorada não o amava de verdade. Se ela o amasse de verdade ela teria acreditado nele e não teria ido embora com raiva daquela forma.

EMMA: Você só precisa ter paciência, agir na hora certa e você vai conseguir tudo o que quer.

AVA:  Eu só queria que ele enxergasse o quanto eu me importo com ele. Eu fiz tudo isso porque gosto dele.

EMMA: Agora você deve se concentrar em trabalhar na empresa da família. Você deve aprender tudo, pois quem vai assumir a empresa um dia será você. O Alexander já mostrou que não tem interesse.

AVA: Eu vou fazer o meu melhor, vou me dedicar ao trabalho e conquistar a confiança do tio Henry.

EMMA: Ótimo, em breve será feita a leitura do testamento e o Henry como único filho herdará tudo.

AVA: E aquela caixa que o senhor Benjamin mandou fazer, o conteúdo dela é algo valioso?

EMMA: Eu tenho certeza que é algo muito valioso.

AVA: Estou muito curiosa sobre o que tem lá dentro.

EMMA: Todos estamos curiosos. Mas logo isso será revelado.

AVA: Será que eu já posso sair para me divertir um pouco, eu não aguento mais ficar trancada dentro dessa casa sem fazer nada.

EMMA: Ainda não filha, está muito recente e se você for fotografada se divertindo as pessoas vão falar. Tenha paciência que logo tudo voltará ao normal.

AVA: Mas posso sair pelo menos para fazer compras, eu vou precisar de umas roupas mais adequadas para ir ao trabalho, não posso usar essas roupas.

EMMA: Tudo bem, mas não esqueça de manter uma expressão triste no rosto. Precisamos manter as aparências.

AVA: Eu sei mãe, não se preocupe, se algum conhecido cruzar comigo vai achar que eu estou sofrendo muito pela morte daquele velho.

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