Luna e Gelda: Dança Sutil , Distâncias e Hostilidades

Deitada em minha cama, refletindo sobre a trágica decisão de minha bisavó de tirar a própria vida, um som misterioso reverberou do lado de fora. As janelas, cuidadosamente lacradas por grades de ferro, protegiam-me de intrusos indesejados. Meu quarto, adornado com uma cama majestosa e um mosquiteiro imponente, emanava uma beleza superficial, contrastando com a sombra do passado que pairava em minha mente.

Enquanto a madeira nobre do quarto testemunhava meu devaneio noturno, mergulhei mais fundo nas sombras do passado familiar. Era como se as próprias paredes ecoassem os murmúrios das histórias ancestrais, cada traço da madeira carregando os segredos de gerações passadas. Lembrei-me das narrativas sombrias que meu pai costumava compartilhar, histórias que se entrelaçavam com os antigos mistérios e pactos sinistros que assombravam nossa linhagem. Uma dessas lendas era particularmente arrepiante: a história de um acordo macabro entre quatro famílias poderosas, cada uma delas enredada em um jogo mortal de poder e magia negra. Meu pai descrevia vividamente um líder enigmático, dotado de habilidades místicas, cuja sede de poder era insaciável. Esse líder exigia um tributo horrendo das famílias subjugadas: três mulheres eram oferecidas como esposas, destinadas a alimentar a insaciável sede de sangue e vitalidade desse ser sinistro. A cada retomada dessa história, uma sensação de arrepio percorria minha espinha, enquanto eu me via imerso nas profundezas sombrias do passado de minha família.

A narrativa sinistra desvendava que uma das esposas, incapaz de suportar a ideia de se tornar parte desse monstro insaciável, optou por encerrar sua própria existência, lançando-se no abismo da morte para escapar de um destino pior que a própria morte. Enquanto eu ponderava sobre os mistérios enterrados no passado da minha família, as sombras do presente pareciam ganhar vida própria, entrelaçando-se com a persistente tentativa de Rick em conquistar meu coração. Sua presença constante, com seus olhares penetrantes e gestos gentis, criava uma teia de intrigas e emoções conflitantes. O passado e o presente colidiam de maneira tumultuada, lançando um véu de suspense sobre minha própria jornada, como se eu estivesse preso entre os fios do destino e as escolhas que moldariam meu futuro.

Num estado de sonolência, imerso nos meandros de uma narrativa ancestral, sucumbi a um sono profundo e intrigante. Ao emergir desse mundo onírico, encontrei-me imerso nos preparativos de uma grandiosa recepção organizada por Rick e sua família. No devaneio, desvendei segredos enterrados no passado: o ancestral de Rick, figura impiedosa, e minha bisavó Margarete, uma de suas esposas, trilhando o doloroso caminho do suicídio para libertar-se do monstro que ele a transformara.

Entre risos ao perceber a absurdidade do sonho, vesti um esplêndido vestido dourado, majestoso em seus detalhes brilhantes, assemelhando-se a trajes de realeza. Nesse contexto deslumbrante, adentrei a recepção, onde cada membro da família de Rick aguardava para ser conhecido. Lucius, o pai; Luke, o tio, e outros parentes até então desconhecidos preenchiam o salão, proporcionando uma experiência única e surreal.

Após a festa, Rick gentilmente me convidou para explorar o deslumbrante quintal que era seu orgulho. A cada canto que visitávamos, a atmosfera mágica do lugar se intensificava, como se estivéssemos imersos em um autêntico conto de fadas. Nas semanas seguintes, minha admiração não se limitou apenas ao cenário, mas também se estendeu à amabilidade de Rick, transformando meu encanto em um profundo sentimento.

Convicta de que a união de nossos reinos seria algo especial, Rick, durante uma festa tradicional prévia ao casamento de um parente, me surpreendeu com um presente magnífico: um vestido azul que ressaltava ainda mais a beleza do momento. Com um toque de mistério, ele revelou que os noivos não estariam presentes, mas as madrinhas sim. Animada, aguardei com ansiedade a oportunidade de finalmente conhecer as madrinhas e desvendar o enigma que envolvia a aparência dos noivos, que permanecia oculta até então.

Chegou o dia da festa, uma experiência que se revelou não apenas intensa, mas também repleta de surpresas que marcariam esse capítulo único em nossa história.

Naquela festa animada, envolvida pela música e pelos risos, eu girava pelo salão de mãos dadas com meu primo Harry, imersos na atmosfera efervescente da celebração. O ambiente ganhou um ar ainda mais majestoso quando duas figuras notáveis cruzaram a entrada, capturando a atenção de todos os presentes. Luna, com seu vestido dourado deslumbrante, parecia uma verdadeira deusa, irradiando uma elegância celestial que refletia a riqueza e o requinte da realeza. Cada detalhe do seu traje exalava opulência, desde a seda suave até os delicados bordados que ressaltavam sua beleza única.

Ao lado dela, Gelda emergiu em um traje vermelho imponente, envolvendo-a como uma armadura de nobreza. Seu vestido, meticulosamente confeccionado, não apenas ressaltava sua presença marcante, mas também evocava um enigma intrigante. Os tons ricos de vermelho acentuavam a sua personalidade forte e determinada, enquanto a intrincada tapeçaria do vestido parecia contar histórias antigas de nobreza e tradição.

À medida que as duas figuras passavam pelo salão, não apenas capturavam olhares, mas também deixavam para trás um rastro de admiração e suspiros. Os vestidos que usavam não eram meramente peças de roupa; eram verdadeiras obras-primas da moda aristocrática, cada dobra e detalhe testemunhando um passado glorioso. Eles evocavam uma época em que a realeza se envolvia em tecidos untuosos e designs meticulosamente elaborados, transcendendo a temporalidade e tornando-se ícones eternos de elegância e sofisticação. Cada costura era um elo com a história, cada enfeite uma homenagem aos tempos de esplendor que ecoavam através dos séculos. E assim, enquanto deslizavam pelo salão, sua presença era mais do que apenas uma cena; era uma lembrança viva de um tempo perdido, uma celebração da beleza intemporal que continuava a cativar os corações e mentes de todos os presentes.

Apesar da atmosfera festiva, percebi que Luna, a baixa de olhos verdes e cabelos loiros curtos, mantinha uma certa distância, como se flutuasse em um mundo à parte. Já Gelda, a alta de cabelos pretos e olhos profundos, deixava transparecer uma hostilidade evidente em minha direção. No entanto, decidi não me abalar, e até parecia que Gelda nutria uma antipatia semelhante em relação a Luna, pois a observava com olhares desaprovadores.

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