Capítulo 17

O rei recebeu um forte impacto que o arremessou a vários metros de distância do menino. Zade abraçou o filho.

—Gale, querido, você está bem? Ele te machucou em algum lugar? —O menino negou estar ferido, mas estava preocupado com seu amigo que havia sido atacado de repente.

—Gale, volte para a mansão imediatamente e diga às guerreiras que preciso da ajuda delas. —Zade pouco se importava se a história ia para o inferno, depois de ver o protagonista da história a ponto de matar Gale (de sua perspectiva, essas eram as intenções do alfa) quando ele era apenas uma criança e não tinha feito nada de errado, tudo o que ele queria era apagar sua existência.

O alfa, por sua vez, estava surpreso com o poder que aquele ômega possuía.

—(Sem dúvida, é a primeira vez que sou atacado dessa forma, mas não estou nem um pouco irritado, na verdade, é o contrário, estou animado) —Ele observou enquanto três criaturas de aparência monstruosa se posicionavam na frente do ômega e da criança, com ele como alvo.

—(Essa é a habilidade de sangue dos Villanueva, eles não estavam todos mortos? Ele pertence a essa família?) —Ele saiu de seus pensamentos para evitar os ataques mortais das três criaturas.

—Mamãe, não o machuque —Gale tentou fazer Zade ouvi-lo sem sucesso, ele continuou pedindo que ele fosse para a mansão, o menino, vendo que não estava sendo ouvido, cruzou a linha onde estaria seguro do ataque das bestas e correu em direção ao alfa.

O rosto de Zade empalideceu quando uma das criaturas também atacou o menino, foi um choque tão grande que ele não conseguiu pará-la a tempo, sentiu que a vida estava escapando de seu corpo quando, instantes depois de parar a besta, Gale não estava em lugar nenhum.

—Gale, Gale... —Cada pensamento ou possibilidade o aterrorizava duas vezes mais que o anterior, e mesmo que não estivesse preparado para o resultado que achava que veria, já estava caminhando para onde o corpo do menino deveria estar.

—Gale, responda, por favor... —Havia um rastro perceptível de sangue, ele se apressou em ir mais longe, mas ainda não conseguia ver o menino ali.

"Um ataque de uma criatura como essa é capaz de fazer desaparecer o pequeno corpo de uma criança", ele tremeu de horror, estava à beira da loucura, "Gale está morto por minha causa."

—Mamãe —Ele se virou e sorriu feliz quando viu o menino ali de pé, são e salvo, correu para abraçá-lo, não entendia como, mas Gale estava bem.

—Graças a Deus, me perdoe Gale, me perdoe... —Ele continuou abraçando o menino com força.

—Estou bem, mamãe, o Sr. Mat me salvou, mas ele está ferido, ajude-o. —Só então Zade prestou atenção à pessoa detestável que estava ali, seu braço estava sangrando, o ferimento não parecia nada bom, se não fosse por ter salvado Gale e pelos apelos do menino, ele o teria deixado morrer. Para o ômega, a morte daquele alfa significava que ele não teria que se preocupar com o futuro que o romance reservava ao menino.

—Gale, vá buscar as guerreiras.

—Mas mamãe, ele é meu amigo... —O menino temia que, se fosse embora, sua mãe fizesse algo com o alfa que estava quase inconsciente pelo veneno da criatura.

—Vou dar a ele um antídoto, mas se o ferimento não fechar, ele morrerá, Katly pode curá-lo. —O menino correu para a mansão em busca de ajuda.

Zade se aproximou do alfa, seu olhar não dizia que ele iria ajudá-lo, na verdade, ele agora se perguntava, por que aquele garoto o odiava tanto? Aquele era o olhar de desprezo e ódio que seria dado apenas ao pior dos criminosos, a uma escória que não merecia respirar ou pisar no mundo dos vivos, ele tinha certeza de que seria morto, especialmente quando Zade tirou um punhal de seu cinto.

—Eu não quero que um assassino como você esteja perto do meu filho; matá-lo me agradaria mais do que salvá-lo; mas Gale não me perdoaria... Vou salvar sua vida porque você salvou a dele, mas se você se aproximar de novo, eu o matarei! Juro pela minha vida —Ele feriu a mão esquerda e a aproximou do alfa, somente o sangue de quem invoca a criatura pode neutralizar seu veneno, o alfa sabia disso e bebeu o sangue que o ômega lhe oferecia.

A ferida ainda doía e o sangramento não havia parado, mas ele já conseguia mover o corpo e estava recuperando um pouco das forças.

—Obrigado! —Zade ainda o olhava com ódio, enquanto rasgava parte de sua roupa para fazer uma bandagem e um torniquete improvisados ​​com ela. O alfa evitou reclamar, a intenção do ômega talvez fosse ajudá-lo, mas não evitar mais dor. Ele mesmo podia aplicar primeiros socorros, mas devido à perda de sangue era difícil, agora que Zade havia feito isso, ele começou a se cuidar.

—(Então ele pode se curar sozinho, no caso de eu ter que matá-lo, um veneno que interrompa suas funções motoras e magia seria o ideal, mas essa criatura é difícil de controlar às vezes) —Ele havia se afastado o suficiente sem tirar os olhos daquele indivíduo, na verdade, ele estava pronto para atacar a qualquer momento.

Por isso, quando 7 estranhos se aproximaram, ele dobrou a guarda, só ele teve a ideia de que aquele cara estaria sozinho.

—Eles não vão machucar você ou sua família.

—Você espera que eu acredite em você? Eu te ataquei e você está dizendo que eles vão me deixar ir?

—Fui atacado por uma criatura e você me salvou, é tudo o que eles saberão, esconda sua magia ou será mais difícil ajudá-lo.

—Eu não vou agradecer, nem me desculpar. —Mesmo assim ele fez o que o alfa disse, aquelas pessoas que estavam vindo bem poderiam fazer parte dos 13 guerreiros, nem em mil vidas ele poderia derrotar todos eles.

—Vossa Alteza, o que aconteceu? —O secretário estava apavorado, enquanto verificava a condição de seu monarca, dois dos guerreiros imediatamente curaram suas feridas, enquanto os outros quatro procuravam rastros do inimigo.

—Foi um monstro que estava fora de sua área de caça, me pegou de surpresa.

—(E quem é esse jovem?) —O secretário notou as roupas rasgadas do garoto e que combinavam com as que cobriam o ferimento de seu rei.

—Muito obrigado por ajudar nosso jovem rei... Poderia me dizer seu nome? Além disso, permita-me, em nome de Sua Alteza, dar-lhe uma recompensa.

—Meu nome não importa, se quiserem me agradecer: fiquem longe dos meus domínios —Zade estava pronto para ir, não precisava ficar ali, e também não queria, mas dois dos guerreiros bloquearam seu caminho, o secretário também estava irritado com o quão rude ele havia sido com seu monarca. Zade estalou a língua de aborrecimento olhando para o alfa com mais raiva do que antes.

—(Por que ele me odeia tanto?) Deixem-no ir...

—Mas Majestade, aquele garoto foi muito rude e...

—Deixem que ele vá, ele me salvou e é isso que ele quer, façam isso. —Os dois guerreiros se retiraram e Zade avançou.

—Até nunca "Sua Alteza."

—Até logo, Sr. Villanueva. —Zade parou seus passos, estava prestes a se virar, mas viu Gale e as guerreiras vindo e apressou o passo para detê-los. Por sua vez, o fato de ele ter parado deu a entender ao rei que ele não estava errado, a princípio ele pensou que ele poderia não saber de sua linhagem, mas parecia que ele estava bem ciente disso, por que mais ele teria parado?

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