Capítulo 8

É quarta-feira. São três horas da tarde e estou do lado de fora da sala de reuniões. Tenho um pirulito de abacaxi apimentado na boca e, mesmo com esse sabor, meu estômago está roncando de fome.

Reclino minha cabeça no encosto do sofá. O teto deste lugar é iluminado por lâmpadas brancas. Lunar Isles é a banda que não consigo parar de ouvir. Ainda bem que trouxe meus fones de ouvido!

Começo uma partida de Candy Crush e assim continuei matando minha espera. Às quatro horas, a porta se abre e vejo todos os executivos saindo de lá. Eu me levanto do sofá, tiro meus fones de ouvido e ele sai de lá. Ele estava vestindo um terno azul marinho, gravata vermelha, camisa branca e sapatos marrons. Ele estava muito bonito!

— Pronto! Podemos ir agora — diz ele.

Fiquei feliz em ouvir suas palavras. Eu estou faminto!

— Correu tudo bem? — Ousei perguntar.

— Sim.

Entramos no elevador. As portas fecharam. Só ele e eu.

— O que você vai fazer depois do trabalho?

— Vou para a casa de um amigo.

— Um amigo do escritório?

— Não. Um amigo de longa data.

Ele pareceu satisfeito com a minha resposta.

— Tenho alguma pendência para o resto do dia?

— Você deve avaliar os relatórios da equipe de estatísticas.

— Cancele. Adie para amanhã cedo.

— Claro.

— Você está com fome?

— Sim! Bastante!

— Você está com vontade de comer alguma coisa em especial?

O elevador parou, chegamos ao térreo.

— Ouvi dizer que haveria pizza na cafeteria do escritório.

— Você quer pizza?

— Sim.

O carro de Christian estava estacionado bem em frente à entrada principal do prédio. Sua mão pousou na maçaneta da porta e ele a abriu.

— Entre.

Abordei. Ele fechou a porta. Olhei em volta da parte de trás do carro. Ele abriu a porta esquerda e entrou.

— Vamos para o escritório? — Gilberto, o motorista, pergunta.

— Não. Leve-nos para a cozinha do Paolo.

Ele assentiu.

— Não vamos comer na cafeteria do escritório? — Eu estava preocupada.

— Não. Vou te levar a um restaurante onde a pizza é uma delícia.

— Não há necessidade. Contanto que seja pizza, estou satisfeita.

Notei que Gilberto estava nos observando pelo espelho retrovisor do carro.

— Que seja para experimentar coisas boas.

Como ele me tratou, como devo interpretar? Muita gentileza? Por que tratar um funcionário assim?

...🍬🍬🍬...

O sabor de todos os ingredientes foi delicioso. Abro a garrafa de molho de habanero e aplico generosamente na fatia de pizza que está no meu prato. Ficou apimentado! Eu aproveitei! Essas pizzas estavam realmente deliciosas.

— Não é picante para você? — Seus olhos pareciam curiosos sobre mim.

Eu lambi meus lábios.

— Não. Está super gostoso! Você não come comida apimentada?

— Não. Muito pouco.

Eu sorri. Bebi um pouco de limonada. Minha língua estava queimando intensamente!

— Bem, eu como. Meu pai costumava comer mais pimenta do que eu e acho que herdei o gosto dele.

— Acho que sim.

Ele deu uma mordida em seu pedaço de pizza. Christian era muito generoso! Ele pediu que fizessem uma pizza de cada especialidade só para eu poder experimentar todas.

— Qual é a sua favorita? — Em seu rosto irradiava a felicidade espontânea deste momento.

O que ele pensava de mim? Tanta gentileza para uma estagiária como eu?

— A de manga com presunto serrano.

Ele deu um largo sorriso. Ele bebeu um pouco de vinho. A pele de suas mãos chamou minha atenção. Pelos nas bordas. Veias salientes. Tons de branco e amarelo fizeram a mistura perfeita para aquela cor dourada. Incrível!

— Eu gosto muito da de camarão.

Eu assenti.

— Esta também é saborosa.

Terminei de devorar a última mordida do meu pedaço. O molho picante combinou bem com o salgado e o doce dos ingredientes.

— Obrigada pela comida! Eu realmente gostei — eu disse a ele.

— O prazer é meu. Eu gosto de te ver comer.

Ele gosta de me ver comer? Que legal!

— Você vai para a academia? — Eu queria descobrir.

Fizemos contato visual, ele bebeu de sua taça.

— Sim.

— Suas mãos parecem ser muito fortes. Notei agora mesmo quando você pegou sua taça. Chamou minha atenção como suas veias ficam salientes!

E ele estendeu suas mãos sobre a mesa.

— Minhas veias te capturaram?

Eu assenti.

— Meu pai também tinha veias salientes e, quando eu era criança, gostava de brincar com as mãos dele.

Às vezes eu não tinha medo de ser natural com Christian.

— Você quer tentar comigo? — ele propôs.

Eu me senti tão feliz. Como uma criança mimada!

— Não, isso não...

— Estamos à vontade. Não se preocupe! — ele insistiu.

— Ok. Só porque estamos à vontade — eu sorri quando terminei de falar.

Quando meus dedos tocaram sua pele, senti muita emoção. Tracei os caminhos que se formavam em suas mãos por causa das veias, pressionei algumas delas e aquela sensação me trouxe muitas lembranças do passado. Parecia tão bom! Ser capaz de sentir que nada havia mudado na minha vida, embora tudo fosse remotamente o oposto. Fiquei sentimental de repente! Senti falta dos meus pais.

De repente, seus dedos agarraram meus dedos e seus movimentos me pegaram de surpresa.

— Você não tem mãos grandes — agora era ele quem estava examinando minhas mãos.

Juntamos as palmas das nossas mãos para medir o tamanho. As mãos de Christian eram muito grandes!

— Você é um monstro. Suas mãos são enormes!

Seu olhar irradiava paz.

— Você é muito pequena comparada a mim.

— Pode ser.

O calor de nossas mãos começou a despertar coisas dentro de mim. Rapidamente, afastei minhas mãos das dele e, sem querer, desviei o olhar para a mesa ao lado. Um casal de namorados estava se beijando com muito carinho e eu senti meu coração se aquecer. Eu gosto de romance!

— Você já teve algum relacionamento? — ele me pergunta.

— Não. Até agora não.

Ele parece surpreso com a minha resposta.

— Nem mesmo quando você estava na escola?

— Não. Sempre me concentrei nos meus estudos.

Ele pareceu duvidar.

— Bem, se é como você diz, fico feliz por você. O amor nem sempre é o que parece!

Suas palavras me decepcionaram.

— Eu não acho isso. Por exemplo, eles parecem se amar tanto.

Ele riu levemente de mim.

— Eles estão morrendo de vontade de transar. Eles são adolescentes. Eles não entendem o significado de amor!

— Acho que você está enganado.

— Quer apostar? — Ele parecia confiante no que estava dizendo.

Eu ri.

— Não. Mas acho que é hora de irmos — eu disse.

— É você quem manda aqui?

Eu sorri. Christian adorava repetir a cada segundo que ele era o chefe.

— Depois das sete da noite, sim. A essa hora eu deixo de ser sua funcionária.

Ele pareceu satisfeito com a minha resposta.

— Você é esperta para mim. Você é muito astuta comigo!

— Astuta?

As raposas são astutas.

— Vamos, eu te levo para casa.

— Não vou para casa. Vou ver meu amigo.

— Sem problemas. Eu te levo.

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Comments

Sera a tradução? as vezes quando é traduzido algumas palavras ficam no feminino

2025-02-21

0

Cristiane Do Carmo

Cristiane Do Carmo

não entendi??? não era secretário????? agora é secretaria????? mar gente ???

2024-12-02

1

Cirlande Ferreira

Cirlande Ferreira

não entendi foi mais nada.parei de ler.muito erro

2024-12-13

0

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