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Eu e Brian damos espaço para Vellas trabalhar, ele checa o local da cirurgia, os pontos internos e externos, avalia a condição geral de Héctor que depois que a febre baixou parece estar muito melhor.

_ Então, não chegou abrir pontos, isso é bom, precisamos conter o máximo qualquer possibilidade de infeção, então manter a cirurgia bem fechada é essencial. A febre é esperada agora, mas sempre senso contida com o mesmo remédio que falei ao telefone, caso ele volte a ter. Respira fundo pra mim Hector. Pronto.

_ Doutor deixa claro quais são as recomendações pra ele, caso ele escolha descumprir já saberemos que é escolha dele.

_ Não foi escolha minha ter que carregar você no colo ontem. Foi Teimosia sua que me obrigou.

Olho pra ele com cara de nervosa, e Vellas nos interrompe.

_ Vou liberá-lo para voltar a Madri.

_ Isso, escutem bem, to liberado. Quero nenhum me enchendo o saco.

_ Vou liberar pra voltar a Madri Hector, não para voltar a trabalhar, a condição é uma enfermeira junto por pelo menos cinco dias e trabalhar de casa, nada de locomoção, e os dois nada de esforço físico, nada de muita intimidade agora, aguentem um pouco.

Doutor Vellas insinua que eu e ele possamos estar tendo intimidades e minha cara falta cair no chão de vergonha. Brian ri copiosamente.

_ Não Doutor, não nos entenda mal. Apenas trabalho pra eles, e com a chegada da nova enfermeira em Madri poderei fazer meu trabalho normal e ir pra casa.

_ Você vai pra mansão. Você e Berenice.

_ Mas senhor Hector.

_ Mais nada, vocês trabalham pra gente e até que eu melhore, vai ser na mansão.

_ Bem, quem o acompanhará, vocês vão decidir, só peço que não o deixem fazer esforço físico e me liguem imediatamente caso a febre volte ou sangre mais no local da cirurgia. Senhorita Clara fez um ótimo trabalho, parece ter experiência com pacientes ela pode ajudar mesmo.

Me calo pra não discutir na frente de ninguém e não menciono que minha experiência com pacientes é porque tenho uma irmã que a muitos anos está doente e eu e mamãe que cuidamos dela por não ter condições de contratar enfermeira quando ela precisa. Saio acompanhando o médico particular deles até a saída. Brian fica e posso escutar o questionando sobre o porque de nos levar a mansão, não consigo escutar o resto da conversa porque Doutor Vellas começa a reforçar as recomendações dos próximos dias e a acrescentar alguns remédios, caminhadas leves pela manhã e zero esforço. Respiro fundo olhando a receita dos novos remédios e tentando não me apavorar tendo que estar perto dele por mais cinco dias pelo menos. Berenice ainda não voltou da cidade, acho que agora pela manhã, tenho um tempo livre com Brian aqui, vou pedir licença e ir a cidade comprar novos telefones, prometi deixar um com mamãe e Eva, e levar um comigo.

_ Licença, Senhor Brian, posso ir a cidade antes de irmos pra Madri? Preciso comprar um celular e deixar um em casa pra me comunicar com minha mãe quando não estiver aqui em Teruel.

_ Ah então vocês são daqui?

_ Sim Senhor Hector, somos.

_ Clara se precisar posso pedir um de nossos motoristas pra comprar e levar um pra ela.

_ Bom seria que eu fizesse Senhor Brian, porque aproveito e me despeço, não sei quando volto.

_ Pede Júlio pra levá-la no shopping da rua quinze Brian. Lá tem as melhores lojas.

_ Não precisa ser lá, vou comprar alguns de marca inferior nas lojinhas do centro.

Ignorando completamente o que falo, ele pega p telefone dele e disca pra alguém que imagino ser o motorista pra me levar, mesmo eu falando que não precisa.

_ Alô Júlio, Hector aqui. Passa no shopping da rua quinze, compra três iPhones e vem na fazenda buscar Clara pra levá-la na cidade.

_ Agradeço sua atencao senhor Hector, mas gostaria que eu mesmo comprasse, estamos ganhando bem, não existe necessidade de pagar, além do mais é muito caro os dessa marca.

_ Funcionário meu vive bem Clara, já viu algum segurança meu andando de carro fuleiro? E são carros próprios deles. Já viu alguma funcionária minha andando largada? Faço questão que todos estejam bem apresentáveis, meus funcionários e minhas empresas fazem parte da minha imagem pessoal. Agora você e Berenice também.

_ E o que minha mãe tem haver com sua empresa ou sua imagem pessoal? O dela eu faço questão de pagar.

_ Clara, o chefe aqui sou eu.

_ Tá, chega, não comecem.

Brian nos interrompe, peço licença e saio os deixando sozinhos, eu absolutamente odeio quando alguém tenta decidir algo sobre minha vida pessoal, não vai ser ruim ter um celular novo, ainda mais chique assim, certamente eu demoraria muito pra ter um desse, mesmo porque tenho outras prioridades agora, mas daí ele querer comprar o da minha mãe também, Deus me livre dever favor pra esse ogro. Sabe Deus como ele vai querer me cobrar isso. Porque duvido que ele faça algo de bom grado pra alguém. Entro no meu quarto e de Berê me olho no espelho e lembro dele dizendo que funcionária dele não anda largada. Levo a mão na cabeça, passo a mão no cabelo pra ele criar mais jeito, talvez eu precise começar me arrumar mais mesmo. Vou conversar com Berê quando ela chegar pra gente resolver isso de imagem pessoal. Talvez ele tenha jogado indireta, porque o que to vendo aqui no espelho realmente não é nada parecido com vestimentas chiques. Reviro minhas coisas e não acho nada demais, já tem séculos que não consigo fazer sobrar algo pra roupas e acessórios, se bem que agora com esse adiantamento eu possa pensar em comprar as coisas de Eva e o que eu iria usar pro celular, posso comprar algumas peças e ir ao salão. Prendo um pouco de cabelo acima da cabeça, passo um batom e uma corzinha nas bochechas pra esperar Júlio chegar o que não demora quase nada, eles atendem as ordens de Hector sempre muito rápido. Procuro por Brian e digo que estou saindo, que Júlio me espera, ele me acompanha até o carro, pega o celular novo de Berê, pega o meu e anota seu número pessoal pedindo pra que eu o chame no aplicativo de mensagens pra ele registrar meu novo número. Me despeço e saio pra entregar o celular de mamãe e despedir dela e de Eva. Quero só ver como vou explicar esse telefone caro pra ela.

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