Agora está explicado o que se esconde por trás dessa maldita capa preta. Ela já passou nas mãos de um Drácula mafioso e perigoso. O mais poderoso que já se passou por aquela aldeia que os meus tios estão morando. Atrás daquela montanha longe da pequena população se esconde coisas que ninguém imagina. Eu vestindo essa capa estou sentindo tudo o que já aconteceu. E as histórias são muitas.
E pra dizer a verdade nem sei por onde começar. A pergunta que não quer calar na minha mente. É? Quem eu fui em outras gerações? Será que eu fui um Drácula sangrento que saciava do sangue o humano? Ou se eu fui um temido caçador. Diz a lenda que a capa contém poderes sobrenaturais. Sorte se ela cair em mãos de pessoas de bem.
Caso contrário, se cair em mãos erradas. Bom, aí eu não quero nem pensar. Entretanto tenho que me concentrar bem para que eu não seja dominado pelos poderes. Corro o risco de ser escravo dessa capa, e além do mais eu posso perder a minha verdadeira identidade. E não lembrar de quem eu fui. Entretanto, todo cuidado é pouco.
Agora estou aqui em cima da montanha, e vou descer até o outro lado, e descobrir o que se esconde. E pelo que estou vendo há uma mata fechada, mas algo me diz que tem alguma coisa dentro dessa mata.
Estou descendo com muito cuidado, um descuido pode ser fatal. As pedras que estou me segurando são lisas, e se eu cair com certeza morrerei de tão alta que é a montanha. E pelo que fiquei sabendo ninguém até hoje conseguiu subir até o topo. Estou quase chegando lá, e ninguém sabe que estou me arriscando nessa aventura louca. Nunca fui de escalar montanhas. Só estou graças a essa capa preta que tem seus poderes, e está me protegendo de qualquer perigo.
Estou me aproximando de um portal perto da mata. É algo assustador, que eu jamais imaginei que houvesse algo tão sinistro. Nem o que meu tio contasse uma de suas histórias. Era tão sinistro assim, mas eu estava determinado a ir até o fim. O que está acontecendo não é mero acaso. Havia alguma coisa que eu precisava fazer se eu quisesse ter paz na minha vida. O que ninguém sabe é que eu carrego um segredo de milhões de anos. Estou sempre tenso.
Sinto uma dor intensa no pescoço abaixo da nuca. Quando atiro o pescoço para trás fico ofegante como se estivesse faltando ar pelo cansaço que eu sinto. E mais confuso fico quando eu percebo que não é uma dor física. E sim, uma dor espiritual. Que me persegue há muitos séculos de vida. Eu preciso desvendar esse mistério porque tenho a sensação de que eu preciso fazer isso. Ir até os meus limites, aprofundar a minha investigação particular. E o que mais pesa é o fato de que não posso compartilhar com ninguém essa dor que eu carrego. E tenho que resolver sozinho todos esses mistérios da humanidade.
Por alguma razão eu vim ao mundo com um propósito? Desvendar os mistérios da humanidade. Sinto que muitas coisas são ocultas na visão do homem do qual a ciência nunca conseguirá desvendar. Tenho essa sensação de que Deus vai manifestar seu espírito de sabedoria em mim. Mas por enquanto eu preciso desvendar esse castelo de pedras que está aqui bem na minha frente.
Tudo o que parecia ser uma mata fechada em que ninguém sabia que existia. Afinal fica entre aldeia e montanha no meio.
Assim fica quase impossível a população saber que existe um castelo abandonado, e frequentado por algo sobrenatural. Agora estou aqui dentro, e tudo é escuro, cometi um erro de não ter trazido uma lanterna. O problema é que eu sou ateu de não acreditar em algo sobrenatural. Ateu, eu acho um pouco exagerado, talvez seja uma forma de eu me defender dos meus próprios medos. Porque sou temente a Deus. E só nele que eu acredito, por qual razão não estou disposto a falar. O mundo de hoje é muito ligado à matéria e não ao espírito. Então é perder tempo explicando para pessoas ignorantes, elas só vêem coisas que elas querem ver. Talvez no inconsciente já sabem que vão ser condenadas de alguma forma, ou outra. Mas não vou ficar aqui para julgar ninguém, não tenho esse direito.
Ainda bem que eu trouxe meu celular que tem uma lanterna potente que dá para mim entrar. Com a lanterna estou caminhando com cuidado porque é grande esse castelo, e confesso que estou sentindo um arrepio na pele. Está cheia de teia de aranha. Meu Deus eu olho para cima e vejo milhares de morcegos mortos e enormes presos em teia de aranhas. Hum! Alguma está me cheirando mal, mais adiante eu olho e não acredito no que estou vendo?
Vou filmando e tirando fotos com meu celular para fazer uma análise melhor em algum laboratório científico. E não quero compartilhar em redes sociais. É muito sinistro. E algo me diz que não é boa coisa. Os morcegos não são pequenos como os normais. Para se ter uma ideia é do tamanho de um gato de dois quilos aproximadamente. É assustador porque eles estão presos em teias enormes. Isso quer dizer que aqui tem aranhas gigantes
, eu não trouxe nenhuma arma caso apareça algum animal selvagem. Pelo tamanho das teias deve ter sim aranhas enormes. E tudo está escuro, estou com dificuldade para enxergar direito.
O lugar é assustador, dou mais alguns passos adiante e apontei a lanterna do celular, ainda bem que carreguei bem a bateria.
O cheiro de morcego está insuportável. Estou há mais de meia hora caminhando dentro de um castelo enorme. O chão está cheio de esterco de morcego. Olho mais adiante e vejo diversos caixões. Meu Deus deve ser de vampiros. O que eu faço agora, isso é real mesmo? Ou eu estou sonhando? Não, não é sonho, é bem real. Estou bem no meio do castelo estranho, as paredes são de pedras brutas e os caixões de madeira banhado de ouro puro.
Foi feito há mais de dois mil anos antes de Cristo. Não é possível que a ciência nunca descobriu esse lugar sinistro. Para eu chegar até aqui deve ser por causa dessa capa preta que estou usando. De alguma forma, se não apareceu nada, é porque realmente essa capa tem poderes sobrenaturais que deve ter mobilizado todas as criaturas que moram nesse castelo. É claro que é muito cedo para mim, comemorar.
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Atualizado até capítulo 51
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