Capítulo 16

Jimin

Acordei no meio da noite com um choro alto. Quando meus olhos se acostumaram a luz vi as patas de Dragon se contorcendo enquanto ele choramingava.

Acendi minha lâmpada e caminhei lentamente em direção a ele. Quando cheguei perto o suficiente coloquei cuidadosamente a mão em sua barriga. Ele acordou com um rosnado e eu rapidamente retirei minha mão e dei à ele um sorriso tímido.

_Hey garoto, você está bem?

Ele olhou para mim com cautela antes de se deitar de costas, expondo sua barriga para mim.

Eu sorri.

Finalmente, pelo menos um cachorro gostou de mim!

Enquanto crescia, nunca tive permissão para ter animais de estimação porque estávamos em constante mudança ou minha mãe achava que eramos muito imaturos para um animal de estimação. Eu não tinha permissão nem para pegar um peixinho dourado por causa do medo que minha mãe tinha de que eu o matasse acidentalmente.

Além disso, sempre que eu estava perto de algum tipo de cachorro, eles sempre fugiam de mim ou se escondiam atrás de alguma coisa. Depois de um tempo, cansei disso e decidi que cachorros e eu simplesmente não nos misturamos.

Esfreguei a barriga de Dragon e decidi apenas conversar com ele, mesmo que ele não tivesse idéia do que eu estava dizendo.

_Esta nova escola é interessante. As pessoas são simpáticas e acolhedoras, pelo menos as que conheci, mas é apenas a minha primeira semana.

Sua cauda bateu ruidosamente no chão de madeira, então tomei isso como um sinal para continuar.

_Acho que conheci alguns amigos. Eles são legais, mas não estavam na escola hoje. Espero não tê-los assustado.

Ele se levantou e sentou ao meu lado com a língua de fora. Sua cauda bateu mais alto.

_Eu realmente espero não ter assustado eles, ou então vai ficar muito estranho.

Ele inclinou a cabeça para o lado.

Foi engraçado para mim porque era como se ele estivesse me perguntando 'Por quê?'

Suspirei.

_Você tem sorte de ser cachorro e não ter que lidar com problemas humanos.

Ele choramingou.

Eu estava prestes a acalmá-lo quando ouvi meu irmão chorando. Corri e abri a porta do quarto dele.

Dragon me seguiu enquanto eu corria para o lado de Jihyun.

_Jihyun... -eu o balancei- ... acorda!

Ele choramingou e isso me lembrou do gemido que Dragon soltou um segundo atrás. Olhei para o cachorro e o encontrei olhando para meu irmão.

Comecei a surtar quando Jihyun não acordava e continuaca choramingando.

_Jihyun... amigão, vamos lá acorde. Você está me assustando.

Continuei sem resposta.

_Jihyun!!! -eu gritei- Vamos amigão! Fala comigo.

Corri até meu quarto para pegar meu celular.

Com dedos tremulos consegui pegar meu telefone e discar o número da emergência antes de voltar correndo para o quarto de Jihyun.

Parecia que minha vida estava andando em câmera lenta, minhas pernas estavam pesadas e eu senti como se tudo estivesse girando.

*911, qual é a sua emergência? -uma voz monotona respondeu do outro lado.

*Por favor, venha rápido. -eu gritei- Acho que meu irmão está tendo uma convulsão, e não sei o que fazer.

Rapidamente dei nosso endereço à operadora.

*Calma senhor. -a operadora disse- Os paramédicos estão a caminho.

_O que há de errado? -meu avô falou entrando no quarto, ele deu uma olhada em Jihyun e empalideceu.

Voltei para o lado de Jihyun, tomando cuidado para virá-lo de lado. Graças a Deus prestei atenção na minha aula de saúde.

Meu avô começou a murmurar para si mesmo. Eu estava muito perturbado para entender suas palavras ou o que ele estava falando.

Eu não estava nem aí para o que ele estava dizendo, só me importava com o bem-estar do meu irmãozinho no momento. Seus delírios de louco poderiam espera.

Alguns minutos se passaram, que pra mim pareceram horas, e os paramédicos chegaram.

_Por aqui. -solucei enquanto abria a porta e subi as escadas correndo.

A essa altura, parecia que Jihyun havia parado de tremer e começado a acordar. Tentei chamar seu nome, mas parecia que ele ainda estava desorientado.

_Ele está tomando algum medicamento? -um paramédico perguntou.

_Não elé é um garotinho saudável.

Ele continuou a me fazer perguntass enquanto dois paramédicos cuidavam de Jihyun. Eles o transferiram para uma maca e em menos de um minuto estávamos a caminho do hospital mais próximo.

Liguei para minha mãe, mas o que escutei foi a maldita voz da secretaria eletrônica.

*Preciso que você me ligue de volta o mais rápido possível. Algo aconteceu e eu realmente preciso de você aqui. Por favor me ligue de volta.

_Jiminie... -uma vozinha disse na parte trás da ambulância.

_Shh... Amigão. Nós vamos ficar bem. Descanse, precisamos ir ao hospital bem rápidinho para perguntar sobre os sonhos que você tem.

Mandei uma mensagem para minha mãe, liguei para ela outras 25 mil vezes nos 10 minutos que levamos para chegar até hospital e nos instalar em um quarto.

Eu estava andando de um lado para o outro quando um grupo de médicos entrou, nos fez algumas perguntas e decidiram fazer alguns testes. Comecei a chorar quando os resultados dos testes foram inconclusivos e o médico nos disse que Jihyun deveria ser observado durante a noite.

Fiquei acordado a manhã inteira, apenas observando Jihyun dormindo e monitorando o fluxo de enfermeiras que entravam e saíam de seu quarto. Eu estava exausto, mas não conseguia tirar os olhos dele.

Quer dizer, o velho também estava aqui, mas eu não confiava nele. Ele seria a última pessoa na terra que eu deixaria cuidando do meu irmão.

_Vai, garoto. -ele disse rispidamente- Eu posso cuidar disso.

Eu lancei um olhar feio para ele.

_Por que você não vai para casa? Você está sentado aí sem fazer absolutamente nada. Eu não preciso de você e Jihyun também não. Podemos cuidar de nós mesmos.

Ele suspirou e pegou sua xícara de café.

_Eu já volto. Você precisa de um tempo para se acalmar e eu preciso de um café novo.

_Tanto faz. - me virei para Jihyun.

A porta clicou suavemente atrás dele e, pela primeira vez desde que cheguei neste hospital, relaxei um pouco. Esse relaxamento, no entanto, foi interrompido quando a porta se abriu, 5 minutos depois.

Virei-me, pronto para chingar até a quinta geração daquele velho, quando parei e vi quem estava na porta.

Um cara, provavelmente um pouco mais velho que eu estava parado na porta do quarto de Jihyun. Ele era alto, com uma estrutura mediana e cabelos castanhos na altura dos ombros. Ele estava olhando para Jihyun com um olhar que não consegui decifrar.

_Com licença. Quem é você, e o que está fazendo no quarto do meu irmão?

Ele olhou para mim e eu quase engasguei.

Os olhos dele... Da mesma cor que os meus...

Algo que eu nunca vi em ninguém antes, bem, além do meu pai.

_Sinto muito. Devo estar no quarto errado. Eu deveria estar visitando meu irmão. Acho que o posto de enfermagem confundiu os quartos.

Eu dei a ele um sorriso dolorido.

_Está tudo bem, isso acontece às vezes.

Ele acenou com a cabeça e entrou um pouco mais no quarto.

_Ele vai ficar bem?

_Espero que sim. Com licença, mas eu te conheço de algum lugar?

_Não, eu só tenho um rosto comum.

Eu estava cético porque nunca conheci ninguém com aqueles olhos e ele meio que se parecia com meu pai e uma versão mais velha de Jihyun.

Impossivel eu sei, mas não consegui evitar que esse pensamento passasse pela minha cabeça.

Depois de um silêncio constrangedor, o estranho pediu licença, mas não antes de me entregar o que estava segurando.

_Aqui. -ele disse, segurando um lindo lobinho de pelúcia com a frase 'Fique bem logo' bordado.

_Ah não. -eu disse em estado de choque- Eu realmente não posso aceitar isso, além disso é para seu irmão.

_Não se preocupe com isso! Ele não vai se importar. -ele sorriu- Posso simplesmente ir até a loja de presentes e comprar outro.

_Mas...

Ele me deu um último sorriso antes de fechar a porta suavemente. Antes de fechar completamente, ele fez uma pausa e disse.

_Cuide-se. Você vai precisar de toda a força que puder conseguir.

^^^Continua...^^^

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***