Capítulo 12

Enquanto isso no Brasil...

Teresa caprichou no almoço de domingo, fez aquela comidinha caseira e Gisele adorou, após o almoço as duas foram à praia, Teresa era viúva, tinha dois filhos já casados, ambos moravam em São Paulo.

Gisele olhava para o mar tristonha e pensativa, se perguntava como Elisa estaria agora, uma lágrima escorre pelo seu olho.

Teresa — Pensando na Elisa?

Ela enxuga os olhos e encara a irmã.

Gisele — Minha filha deve estar me odiando agora, o que eu fiz não tem perdão!

Teresa — Não fique assim...você teve os seus motivos, minha irmã, pare de se martirizar, a Elisa é adulta e vai entender quando você explicar!

Gisele — Será? Não sei não, o Eduardo deve ter feito a minha caveira para ela, e esse meu sumiço assim....há dias não atendo as suas ligações!

Teresa — Olha Gi, o Eduardo é um grande idiota, perdão, mas é isso que ele é, tinha tudo e mesmo assim não deu valor, agora ele precisa ficar sozinho para aprender!

Gisele fica pensativa e volta a encarar o mar, as duas passam a tarde ali, apesar da dor da culpa, Gisele tenta aproveitar ao máximo o dia com a irmã.

…

De volta a Los Angeles, Elisa passou o dia na biblioteca, após uma boa faxina, claro! Ela encontrou livros antigos, romances de época, o que aguçou bastante a sua curiosidade, e a deu várias ideias, na hora do almoço ela decidiu comer ao ar livre próxima à piscina, ligou para Filipa e se desculpou por não ter ido à festa de aniversário da sua mãe, a amiga ficou extremamente chateada, mas entendeu, Elisa inventou uma boa desculpa e a convenceu.

Às 17:00 da tarde ela subiu para o quarto, tomou um banho e foi organizar sua bolsa da faculdade, alguns livros da segunda-feira, e o seu tablet.

— Só espero que ele não me proíba de estudar!

Ao dizer isso, ela ouve um barulho de carro chegando, deduziu ser o Christian, ela olhou da janela e o viu descer do carro.

Christian chegou e subiu direto para o quarto, estava cansado e só queria um banho, passou uma meia hora embaixo do chuveiro, a água morna foi como um calmante para ele, após terminar ele veste algo confortável e deita um pouco, acaba capotando rapidinho.

Na hora do jantar, Sol foi chamá-lo, mas não quis acordá-lo, então foi ver se Elisa estava com fome.

Bate na porta e ouvi a menina mandar entrar.

Sol — Querida, venha jantar!

Elisa — É....eu

Soledad percebe que ela não quer por medo de Christian estar lá embaixo.

— Não se preocupe, ele já está dormindo!

Elisa — Me desculpe por isso, eu sei que... "Tecnicamente" somos marido e mulher, mas...

Soledad - Não tem que me explicar nada, querida, eu entendo. Agora venha, vamos descer antes que a comida esfrie!

As duas descem e Elisa come.

— Sol, você disse que mora aqui, onde fica o seu quarto?

Sol — Fica aqui no andar de baixo, na verdade, eu não queria morar aqui, mas o Chris foi muito insistente!

Elisa — E você não tem família, filhos, marido?

Soledad — Sou viúva, e tenho apenas um filho, mas faz bastante tempo que não o vejo... Mas, sou feliz aqui, e gosto do meu trabalho!

Sol fala do filho com um pouco de tristeza, Elisa percebe e não toca mais no assunto.

Elisa — Aqui é bem legal, se fosse em outras circunstâncias eu poderia me acostumar...

Soledad sorri

— Essa casa é a favorita do Christian!

Elisa — Então, ele tem outras?

Sol — Tem sim, inclusive ele tem uma propriedade no Brasil, porém, raramente vai lá, mas quem sabe um dia ele não lhe leva para conhecer.

Elisa se lembra da mãe nesse momento, e acaba perdendo o apetite, Sol percebe o sorriso dela murchando.

Sol — Falei algo de errado, querida?

Elisa — Não, claro que não, só lembrei que tenho aula amanhã cedo, vou me recolher!

Ela da boa noite a governanta e sobe para o seu quarto, faz a sua higiene e deita na cama, Elisa fica se perguntando o porquê desse sumiço da sua mãe, e porque não retorna as suas ligações!

(…)

Na manhã seguinte ela acorda às seis horas, com o despertador do seu celular tocando, ela senta na cama se estica e faz as suas orações, logo após levanta e vai até o banheiro, toma banho e faz a sua higiene matinal, após o banho ela procura uma roupa, decide vestir uma calça, jeans na cor preta e uma blusa branca com um casaquinho nude por cima, calça um tênis, prende o cabelo num rab* de cavalo e passa um batom rosinha claro, olha as horas e se assusta ao ver que já eram quase 7, agora teria que ir um pouco mais cedo, pois o trajeto seria um pouco mais longo.

Ao sair do quarto acaba se esbarrando em Christian, os dois se olham por alguns segundos até ela desviar o olhar.

Christian — Bom dia!

Elisa — Bom dia!

Eles descem as escadas, porém ela fica toda apressada na frente, já ia saindo da casa, porém ele chama-a.

Christian — Elisa, espere!

Ela para e olha para trás, mas não o encara.

Christian — Não vai tomar café?

Elisa — Não dá, estou atrasada, preciso ir!

Mais uma vez ela vira para ir mais é impedida, dessa vez ele corre e pega no braço dela a parando.

Christian — Fica tranquila, o motorista já está a sua disposição aí fora, mas coma alguma coisa antes, não é bom sair sem comer, você pode passar mal!

Ela não diz nada, apenas balança a cabeça, e os dois seguem para a sala de jantar, Soledad estava terminando de pôr a mesa, ela sorri disfarçadamente ao vê-los chegando juntos para o café.

Chris — Bom dia, Sol!

Sol — Bom dia!

Elisa — Bom dia!..

Sol — Bom dia, querida!

Os dois se sentam, Christian tenta fingir que está sozinho na mesa para não dificultar as coisas com Elisa, ele sabia que ela se sentia bastante incomodada com a presença dele ali, então não disse uma palavra, apenas tomou o seu café olhando as notícias do dia pelo celular. Elisa tomou café e comeu só meio pedaço de bolo, logo se levantou pedindo licença.

Sol — Já vai, filha, você não comeu quase nada!

Elisa — Perdão, mas a essa hora já perdi o primeiro horário, tenho que ir!

Ela sai e Christian fica olhando, ele já tinha dado as ordens para o motorista levar e trazê-la da faculdade até o Rodrigo encontrar uma motorista só para ela, enquanto isso Chris ia dirigindo mesmo.

Sol — Que bom que ela se sentou com você na mesa hoje!

Chris — É, mas percebi o incômodo que isso causou nela. (ele dizia com um olhar triste)

Sol — Já disse para ter paciência, Chris, aos poucos ela vai se acostumando!

Ele termina o café e sai também, vai direto para o clube, ao chegar já dá de cara com Tânia nua no seu escritório.

Christian — Mais o que significa isso, Tânia? Enlouqueceu foi?

Tânia — Enlouqueci, mas, foi de tes@o por você, Chris!

A mulher o puxa pela camisa e inicia um beijo sedento, porém Chris não a corresponde e a afasta dele.

Tânia — O que está acontecendo com você, Christian?

Christian — Por favor, vista-se e vá trabalhar, não estou com paciência para os seus chiliques, Tânia!

Tânia — Chilique? (da risada) Você mudou Chris, antes você me via nua aqui e já me jogava nessa mesa, a gente transava até você se cansar, e agora... não estou te reconhecendo!

Christian, já sem paciência, pega as roupas dela no chão e joga nela irritado.

— Se não quiser ser demitida, vista-se agora mesmo e saia da minha sala!

A mulher chora e começa a vestir peça por peça, em seguida sai batendo firme com os saltos no chão. Christian vai até o banheiro e lava a boca, realmente ele estava diferente, não sentia mais nenhum tipo de atração por Tânia, nem mesmo sexual.

(…)

Ao chegar na universidade, o motorista para o carro em frente aos portões, desce e abre a porta para Elisa descer.

— Obrigada!

Ele apenas balança a cabeça e ela sai a passos largos para dentro do campus, a primeira aula já estava quase acabando, ao chegar na sala de aula ela pede licença e entra, todo o mundo fica olhando, ela se sente super envergonhada por estar chegando tão atrasada, pois isso não era do seu feitio.

Se senta ao lado de Filipa e o professor dá continuidade a aula, cinco minutos depois o sinal toca e o professor sai da sala.

Filipa — Perdeu a hora hoje, amiga?

Elisa — Sim, eu fiquei acordada até tarde, não ouvi o alarme hoje de manhã!

Filipa — Ainda não acredito que você perdeu a festa da minha mãe, nossa eu bebi muito Lisa!

Elisa — A sua mãe permitiu isso?

Filipa — A minha mãe ficou por pouco tempo na festa, depois saiu com o meu pai e só voltou no dia seguinte, convidei mais uns amigos e foi só curtição!

Elisa — Você é maluquinha, isso sim! (sorri) por falar em festa, onde está o Anderson?

Filipa — Não sei, não o vi hoje, deve ter perdido noite, aquele ali adora uma farra.

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