Capítulo 18

Rebeca Monteiro:

Quando meus olhos pousaram nele eu não conseguia mais desviar, porém, eu precisava desviar. E foi isso que eu fiz. Ignorei que o homem que eu tanto amei estava sentado bem ali na minha frente com sua família.

Gabriela, a irmã mais nova dele estava grávida, quando eu e Thomas terminamos ela ainda estava grávida de Pedro... Meu Deus, o tempo realmente passou e parece que eu fiquei presa naquele passado.

A verdade é que nunca superamos nada, nada mesmo! O que fazemos é aprender a conviver com uma nova realidade. Por mais que ela assuste, ela é a sua nova realidade.

— Amanhã meu plantão começa às oito da noite. – Matt faz uma careta.

— Odeio passar o dia em casa e só trabalhar a noite também. – faço uma careta também.

— Se eu não tivesse feito o juramento de hipócrates eu ia bater num velho daquele.

— Meu Deus, Matt. Que horror. – arregalo os olhos para meu melhor amigo.

Mas no fundo eu queria rir. Sei o quanto é difícil trabalhar com idosos, quando eu era interna tinha que trabalhar com eles e nossa, foi horrível. Tem uns até legais, mas outros querem te bater só pra sair dali.

Terminamos de comer e pedimos uma sobremesa, eu precisava por conta da hipoglicemia. Pedi uma torta de morango e Matt pediu uma gororoba que eu não sei o nome mas me parece ser bom.

Olhei de relance para a mesa onde Thomas estava e o vi brincar com o Pedro. Ele sempre quis ser pai... Me lembro de alguns dos milagres planos que tínhamos feito e a maioria incluía filhos.

— Pra quem está olhando? – Matt chama a minha atenção para e ele, ele olha por cima dos ombros em direção a mesa de Thomas. – Ah, entendi.

— Não estava olhando para lá...!

— Ah, tá! E por que suas pupilas parecem que vão explodir? Seus olhos não são pretos, Beca.

Sinto minhas bochechas arderem e volto meu olhar para o prato de sobremesa.

— Eu sei que você ainda gosta dele, Rebeca. – Matt diz.

— Claro que não!

Mentira! Eu gosto sim.

— Eu conheço você, te conheço muito bem.

— Tá bom! Eu ainda gosto dele, satisfeito? Ninguém nunca esquece o primeiro amor...

—bingo! Tenho certeza que ele ainda ama você, por que não conversam e se casam e tenham logo filhos?

— Porquê as coisas não são assim, Matheus!

— Pra mim onde tem amor tem que casar mesmo!

— Vamos? Eu já terminei.

— Vamos!

Ele chama o garçom e pede a conta, pagamos o jantar e nos levantamos para ir embora. Pego a minha bolsa e antes de ir embora dou uma última olhada para a mesa de Thomas, o garçom estava lá.

Saímos do restaurante e ficamos gostando o manobrista trazer o nosso carro novamente, nesse meio tempo ouço meu nome ser chamado por alguém.

— Rebeca?! Quando tempo.

Me viro e vejo Gabriela França com um enorme sorriso no rosto, atrás dela seu marido segurando o filho no colo e ao lado dele Thomas.

— Oi, Gabriela.

— Ah, meu Deus! Você está linda.

— Obrigada! E parabéns pela gravidez. – sorrio amigável.

— Obrigada! Tenho certeza que você vai conhecer essa belezura na próxima semana, você é pediatra, né?

— Sim, eu sou. – sorri. – Posso...?

— Claro que pode.

Dou um sorrisos de lado, eu não posso ver uma barriga de grávida que já quero tocar. Toco na barriga da Gabriela e sorrio ao perceber o que é.

— Uma menina...

— Ah, sim. Uma menininha, o nome dela é Maria Liz.

— Um belo nome.

Percebo que os nossos carros haviam chegado, antes de irmos embora cumprimenta Thiago e Thomas para não parecer mal educada.

Quando eu e Thomas namorava, Gabriela era uma ótima amiga para mim, mas quando ela foi embora de vez perdemos totalmente o contato. Nem sabia que ela estava grávida novamente.

O destino parece querer juntar todas as peças do meu passado novamente...

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