Capítulo 04

> Thomas

Aquilo só poderia ser uma brincadeira...

Não era possível que, depois de tantos anos, aquela mulher que até ontem eu pensava estar na Suíça, estivesse bem na minha frente, real e mais bonita do que antes. Eu fiquei em estado de choque, jamais imaginei que em algum plantão qualquer, de repente, eu me depararia com a mulher responsável por perturbar meus pensamentos todas as noites desde o dia em que nos separamos.

Caramba, ela estava deslumbrante vestindo um uniforme azul e um jaleco branco. Respirei fundo antes de mudar minha expressão para séria e falar no tom mais frio possível.

— O que ele tem? – perguntei novamente. Ela balançou levemente a cabeça, suas bochechas estavam coradas e aqueles olhos verdes que tanto amei estavam dilatados, ainda assim, muito bonitos.

— Veja você mesmo. – Ela respondeu também com frieza.

Ela levantou levemente a cabeça do garoto e pude ter uma visão melhor. Ela se afastou quando me aproximei, toquei a área com cuidado e virei-me para a enfermeira.

— Quero uma tomografia imediatamente.

— Sim, senhor.

Ela saiu da sala quase em desabalada carreira. Olhei mais uma vez para a mulher à minha frente, que mordia o lábio inferior e olhava para baixo, logo ela saiu da sala caminhando rapidamente.

Esfreguei a mandíbula e também deixei a sala. Peguei o elevador para ver como estava a emergência. Quando as portas se abriram, deparei-me com Fabio impaciente, esperando pelo elevador.

— Cara. – ele me empurrou novamente para dentro do elevador. – Rebeca, Rebeca Monteiro, está de volta e trabalhando nesse hospital.

Parece que todos já sabiam do retorno da minha ex-namorada.

— Eu sei, encontrei com ela lá em cima. - Falei.

— Conversou com ela? - Neguei.

— Não tenho nada para falar com ela, terminamos há mais de cinco anos. - Dei de ombros.

E era verdade. Por mais que nunca tenha esquecido aquela mulher, nossa história já tinha um ponto final há muito tempo. Ela ainda é minha fase preferida. Ela ainda é minha garota. Só que ela ainda não sabe. Mas ela é.

Esperei o elevador abrir novamente na área da pediatria para eu sair.

Voltei ao quarto de Kaio e ele não estava mais lá; uma enfermeira me informou que ele tinha ido fazer uma tomografia. A mulher de cabelos escuros passou pela porta e observou ao redor com seus olhos verdes antes de virar os calcanhares para sair.

— Ele foi fazer a tomografia - minha voz ecoou pelo ambiente frio.

Ela olhou por cima do ombro e assentiu antes de sair da sala novamente. Ela estava claramente evitando contato comigo. Uma hora depois, recebi os resultados da tomografia. Como eu já suspeitava, era um tumor.

Precisava conversar com Rebeca, então saí da sala com a prancheta em mãos e a encontrei mais adiante nos corredores, saindo do quarto de outro paciente.

— Podemos conversar? - perguntei, e ela assentiu engolindo em seco. - Como eu suspeitava, o que Kaio tem é um tumor em estágio avançado. – Seus olhos se arregalaram.

— Precisamos operá-lo o mais rápido possível... - sua voz rouca, com um tom doce, escapou de seus lábios grossos e rosados.

— Já marquei a cirurgia para amanhã.

— Ok.

Estranhos.

Éramos dois estranhos que sabíamos tudo um do outro. E isso é péssimo.

...…...

...Tô achando que isso é tesão acumulada....

...mas vamos ver no que dar né?! KKK...

...Ah, eu escrevo geralmente umas 600/700 palavras. Não gosto de capítulos muito longas, isso torna a leitura cansativa, né?...

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***