Uma poderosa família vivia no sudoeste da Colômbia, mais precisamente na cidade de Cauca. A família Martínez, conhecida como a maior produtora e exportadora de café do país, escondia por trás desse prestígio seu verdadeiro negócio, do qual ninguém suspeitava: o tráfico de armas. Olavo Martínez, que havia herdado os negócios de seu pai, agora observava e avaliava qual de seus dois filhos deveria assumir o controle da família quando ele ficasse velho demais. Seu filho mais novo, Alejandro, era responsável, inteligente e possuía um ótimo instinto para os negócios, sempre ao lado do pai. Já o mais velho, Santiago, era o oposto: explosivo, gastador, e interessado apenas em festas, jogos e mulheres. Ambicioso e inconsequente, Santiago desrespeitava as regras, constantemente levando todos ao limite.
Reconhecendo que não podia confiar seu legado ao primogênito, Olavo nomeou Alejandro como seu sucessor no testamento. Santiago, incapaz de suportar a preferência do pai pelo irmão mais novo, o odiava profundamente e desprezava como Alejandro sempre recebia elogios e reconhecimento por sua responsabilidade e dedicação.
Era de manhã quando Carmina, a mãe de Alejandro, bateu à porta de seu quarto. Ele acordou assustado e, ainda sonolento, abriu a porta, vendo os olhos marejados e o semblante triste da mãe.
— O que foi, mãe? Fale alguma coisa. A senhora está bem? — perguntou Alejandro, preocupado, tocando o braço da mãe.
— É seu pai, meu filho... Ele está frio... não acorda — disse Carmina, as palavras saindo quase em um sussurro, ainda em choque.
Alejandro, sem entender completamente, passou por sua mãe, que o seguiu até o quarto onde dormia com o marido.
— Pai? — Alejandro o chamou, sentindo o medo crescer ao ver a aparência pálida de Olavo, imóvel na cama.
Ele tocou o pulso do pai, buscando sinais de batimento, depois verificou a jugular, mas não encontrou nenhum sinal de vida.
— O que ele tem, meu filho? Ele está vivo? — Carmina perguntou, a voz embargada, enquanto observava o olhar triste e resignado de Alejandro.
Passados os dias após a morte de Olavo, que abalou a todos, chegou o momento da abertura do testamento. Quando Santiago soube que Alejandro era agora o sucessor de seu pai, uma fúria se acendeu dentro dele, e o ódio e a inveja que nutria pelo irmão tornaram-se ainda maiores. Três anos se passaram, e os negócios cresceram ainda mais nas mãos de Alejandro, que se dedicava com paixão a eles, enquanto Santiago levava a vida que queria, apenas gastando o dinheiro e fingindo estar trabalhando.
Em casa, Carmina contratou uma nova empregada, Maria Rosarío, uma bela jovem responsável pela limpeza da casa. Santiago, assim que a viu, ficou encantado e já imaginava como usaria sua lábia para conquistá-la. Quanto a Alejandro, sentiu seu coração bater forte, apaixonando-se à primeira vista por Maria, que também se sentia atraída por ele. Na primeira oportunidade em que ficou sozinho com Maria, enquanto ela limpava o quarto, Santiago tentou beijá-la, mas ela o rejeitou, afirmando que seu coração já tinha dono. Maria não suportava Santiago e temia seu comportamento.
Certa noite, enquanto se preparava para dormir, Santiago invadiu o quarto de Maria e tentou forçá-la. Por sorte, Alejandro, que ainda trabalhava no escritório, ouviu os gritos dela e correu para socorrê-la.
— O que está acontecendo aqui? — Alejandro grita ao abrir a porta e ver Maria lutando para escapar das mãos de Santiago, que tentava segurá-la.
Santiago olha furioso para Alejandro, que parte para cima do irmão, acertando um soco em seu rosto, um misto de ciúmes e raiva pelo ato repugnante de Santiago.
— Saia daqui! — Alejandro esbraveja, pegando Santiago pela gola da camisa e o empurrando para fora do quarto.
Maria se agarra a Alejandro, chorando, seu corpo tremendo de medo.
— Ele machucou você? — Alejandro pergunta, com o coração apertado ao ver como a mulher que ama está assustada.
— Não, senhor, obrigada por me defender — murmura ela entre lágrimas, afastando-se e ajeitando a camisola.
Após acalmar Maria, Alejandro foi atrás de Santiago, mas não o encontrou. Na manhã seguinte, bem cedo, Maria arrumou suas coisas e partiu para o povoado onde morava com seus pais, a cerca de vinte quilômetros da cidade. Quando Alejandro descobriu que Maria havia ido embora sem pegar seu pagamento, decidiu procurá-la. Assim que soube onde ela estava, foi pessoalmente ao seu encontro.
Maria se surpreendeu quando seu pai disse que havia um homem muito bem vestido esperando por ela. Ao entrar na pequena sala e ver Alejandro, seu coração disparou.
— Senhor Alejandro, o que faz aqui? — Maria perguntou, sem acreditar que aquele homem tão bonito, a quem amava profundamente, estava ali olhando para ela com um sorriso gentil nos lábios.
— Você se foi sem se despedir, sem receber seu pagamento. Eu vim lhe trazer seu pagamento e pedir perdão pelo comportamento horrível de meu irmão — diz Alejandro, aproximando-se de Maria e tirando do bolso uma quantia maior que o salário dela, entregando-a.
— Não se preocupe, senhor, e não precisa me pedir perdão. O erro não foi seu — respondeu Maria, ao ver a quantia a mais. Ela retira apenas o valor correspondente. — Tome, senhor, esse valor é mais do que meu salário — ela disse, entregando o dinheiro restante a Alejandro, que fica ainda mais encantado por ela. Ela poderia aceitar todo o dinheiro, exigir mais, mas não o fez; era honesta e de bom coração.
— Eu sei. Estou te pagando a mais porque quero e sei que você precisa — disse Alejandro.
— Não, senhor, só o meu salário já está bom para mim — insiste Maria, não querendo aceitar o valor.
— Tudo bem, mas então aceite almoçar comigo, e não aceito "não" como resposta — disse Alejandro, com o coração acelerado, torcendo para que Maria aceite. Ela hesita por um momento, mas acaba concordando, pois almoçar com Alejandro seria uma chance de tê-lo por perto por mais um pouco de tempo, já que não voltaria a trabalhar para ele e, assim, não o veria mais.
E desde aquele almoço, Maria Rosarío e Alejandro não se separaram mais. Naquele mesmo dia, Alejandro se declarou, e Maria também confessou seu amor por ele. Começaram um relacionamento, e, tempo depois, após o falecimento da mãe de Alejandro, os dois se casaram, para desgosto de Santiago, que agora se passava por bom moço, mas apenas para ganhar a confiança do irmão. Um ano depois do casamento, Maria deu à luz uma linda menina, e Alejandro, imensamente feliz, a nomeou de Laura, sua única filha, pois, devido ao parto complicado, Maria teve que retirar o útero.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Yamagutte Maria
História bem escrita sem enrolação estou amando parabéns autora
2025-02-21
13
Andréa Debossan
coitada da mãe da Laura, sofreu bem, primeiro o ulltero que teve que tirar depois esse Santiago nojento depois o câncer, Deus me livre coitada é muito sofrimento
2025-02-23
0
Ana Lúcia De Oliveira
história resumida, muito bem contada
2025-02-16
4