Estava imersa na conversa com Santos quando, de repente, olhei em direção ao senhor Ramon. Nossos olhares se encontraram, e ele sorriu para mim. Ele tem um sorriso lindo, misterioso, e, de alguma forma, isso me deixa nervosa.
Ramon Castell
Meu coração disparou, e pensei que aquilo ficaria apenas nesse breve instante. No entanto, para minha surpresa, ele começou a caminhar em direção à minha mesa. Meu desconforto só aumentou ao notar que uma linda loira o acompanhava. Eu já trabalhava para ele há algumas semanas, mas nunca tinha visto aquela mulher antes.
— Boa noite, Alicia! — ele me cumprimentou, seu olhar penetrante me deixando ainda mais nervosa.
— Boa noite, senhor Ramon! — respondi, tentando esconder o nervosismo que me dominava.
— Coincidência nos encontrarmos aqui — comentou, como se fosse um encontro casual.
— Ah, sim... muita coincidência — murmurei, envergonhada.
Quando parecia que ele iria se afastar, a mulher ao seu lado o segurou pelo braço, não disfarçando sua curiosidade.
— Não vai me apresentar sua amiga? — ela perguntou, olhando diretamente para mim, como se quisesse saber mais sobre quem eu era.
— Ah, claro... essa é Lexis — disse Ramon, visivelmente incomodado.
— Prazer em conhecê-la, Lexis. Eu trabalho para o senhor Ramon, e este é meu amigo, Santos — falei, tentando manter a formalidade.
— Prazer, Santos — Lexis disse com um sorriso, antes de cumprimentá-lo também.
Ramon, no entanto, parecia ansioso para sair dali.
— Vamos, Lexis — ele disse de maneira impaciente, e logo seguiram para a mesa deles.
Senti uma mistura de alívio e confusão. Algo naquela interação me deixava desconcertada, mas não conseguia entender exatamente o porquê.
Eu disfarçadamente olhei na direção onde Ramon estava e percebi que, assim como eu, ele também me observava. Senti-me estranha, como se a presença dele me impedisse de focar em Santos, que estava à minha frente. Não conseguia prestar atenção no que ele dizia, pois meus sentidos estavam voltados para Ramon, meu chefe.
— Alícia, você está me ouvindo? — Santos perguntou, aproximando-se do meu rosto, como se quisesse dizer: "Você está me vendo aqui?"
— Ah, sim, desculpa. Na verdade, não consegui prestar atenção no que você estava dizendo. Eu avisei que seria uma péssima companhia hoje.
— Está preocupada com sua mãe? Fique tranquila, a Lucena está cuidando dela. Qualquer urgência, ela vai ligar — ele disse, segurando minha mão e fazendo um carinho.
— Sim. Me preocupo muito com ela. Apesar de dizer que estava bem, acho que estava sentindo dores e só não falou a verdade para não ter que ir ao hospital e me fazer gastar mais dinheiro — falei, sentindo meu coração apertar só de pensar nela.
— Não se preocupe, sua mãe vai ficar bem, você vai ver — disse Santos com palavras cheias de esperança.
— Deus te ouça — respondi, enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto. — Vou ao banheiro, esse rímel não é à prova d'água — comentei, lembrando que meu rosto agora deveria estar todo borrado.
— Vai lá, manchou um pouquinho — ele disse, limpando minhas lágrimas com um guardanapo.
No banheiro, lavei o rosto, tentando aliviar toda a tensão que eu estava sentindo. A preocupação com minha mãe e a forma como fiquei ao ver meu chefe me deixavam exausta. Acho que preciso de pelo menos um dia de descanso. Talvez um final de semana no interior com a mamãe.
A porta do banheiro se abriu, interrompendo meus pensamentos. Lexis, a acompanhante de Ramon, apareceu, lançando um olhar demorado em minha direção.
— Veio retocar a maquiagem também? — perguntou ela, parecendo querer puxar assunto.
— Ah, sim! Vim retocar a maquiagem — respondi, tirando o batom da bolsa.
— Nós, mulheres, sempre vaidosas e preocupadas em estar lindas para o homem que amamos — comentou ela. Será que ela é namorada do senhor Ramon?
— Eu nunca te vi no escritório. Não sabia que o senhor Ramon tinha namorada — perguntei, tentando descobrir qual era a relação dela com Ramon.
— Estamos juntos há pouco tempo e meu trabalho toma todo o meu tempo. Então, sempre que podemos, fico na casa dele — disse ela, com um sorriso que me pareceu um tanto malicioso.
— Entendi. Eu já vou indo, meu amigo está me esperando — falei, sem saber por que a ideia de ela ser namorada dele me deixava chateada. O que estava acontecendo comigo?
— Vai lá, gata! — ela falou, e eu apenas sorri antes de sair.
Voltei para a mesa.
— Chegou na hora certa, nossa pizza acabou de chegar! — Santos falou, animado.
— Hum, parece deliciosa! — comentei.
Não querendo mais alimentar aqueles sentimentos que me confundiam, me obriguei a focar no momento com Santos, e começamos a conversar sobre diversos assuntos. Eu me segurava para não olhar para a outra mesa. Estava triste e não entendia o que estava acontecendo com meus sentimentos. Desde que aquela mulher mencionou que tinha um relacionamento com Ramon, aquilo me abalou de uma forma que eu não conseguia explicar.
— Eu queria te contar algo; sei que você está passando por um momento difícil, mas é que… — Santos começou a falar, mas deu uma pausa. Eu o observava, ele parecia nervoso.
Depois de um longo suspiro, ele continuou:
— O que quero dizer é... Bem, me promete que, depois do que eu te disser, se você não concordar comigo, vai continuar sendo minha amiga e aceitar que eu te ajude? — ele perguntou.
— Claro que sim. Nos conhecemos há muitos anos, jamais deixarei de ser sua amiga — respondi, tentando acalmá-lo.
— É que faz muito tempo que nos conhecemos, sempre estamos juntos nos bons e nos piores momentos, e você se tornou alguém muito importante para mim, e eu percebi que eu sinto… — Antes que ele pudesse terminar, meu celular tocou.
— É a Lucena, melhor eu atender — falei, mostrando o visor do celular para ele. Uma preocupação imediata tomou conta de mim, temendo o que ela poderia dizer.
— Oi, Lucena, pode falar — atendi, sentindo meu coração acelerar de preocupação.
— Alícia, menina, corre, sua mãe não parece estar nada bem. Estou no hospital com ela — as palavras de Lucena me deixaram aflita. Meu coração se apertou e o medo pelo estado da minha mãe cresceu.
— O que foi? É a sua mãe? — Santos perguntou, visivelmente preocupado.
— Sim, é minha mãe. Ela está passando mal. Precisamos ir agora, Santos.
Nos levantamos às pressas. Enquanto Santos foi pagar a conta, eu corri para fora, e ali, enquanto o esperava, comecei a rezar, pedindo a Deus que cuidasse da minha mãe. Não aguento mais ver minha mãezinha sofrer. Não vejo a hora de tudo isso passar e ela ficar curada. Lágrimas escorriam, molhando meu rosto, enquanto o peso dessa doença maldita parecia cada vez maior, esmagando a mim e minha pobre mãe sem misericórdia.
Senti-me impotente, incapaz de fazer algo para aliviar o sofrimento dela. Cada dia era uma batalha, e o medo de perdê-la me consumia por dentro. Eu tentava ser forte, manter a esperança, mas a verdade é que estava cansada, exausta de lutar contra algo que parecia imbatível. Tudo o que eu queria era vê-la sorrir novamente, livre dessa dor que nos destruía aos poucos.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Giorgia
Cara chato, cheio de forçar a barra.... Daqueles em quê, a amizade e os favores, têm que ser retribuidos e segundo a sua vontade ... afiii..... E ela nem se toca, santa inocência!!!....
2025-02-25
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Fatima Maria
NÃO É FÁCIL PARA UMA FILHA VER SUA MÃE SE DEFIANDO AOS POUCO E NÃO PODENDO FAZER NADA.
2025-02-20
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Cleide Almeida
tá vendo Ramon a merda q tu fez agora pronto alicia vai ficar na defensiva cm tu
2025-03-09
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