Eu nunca costumava ficar naquele escritório até o final da tarde, mas desde que Alicia começou a trabalhar como minha assistente pessoal, aquele lugar se tornou meu favorito. Cristóvão estranhava a repentina mudança em mim e isso o preocupava. Eu parecia estar apaixonado, e apaixonar-se na máfia era adquirir um ponto fraco, um verdadeiro calcanhar de Aquiles.
— Está apaixonado! Olha como você fica bobo olhando para ela pela câmera de segurança! — Cristóvão comentou, observando-me sentado em frente à tela que mostrava as imagens da câmera do hall de entrada. Alicia estava lá, digitando no computador.
— Cala a boca! — respondi, um pouco irritado.
— Esse sentimento vai ferrar a gente!
— Eu não vou me envolver com ela, mas não posso reprimir o que estou sentindo. Isso é novo para mim, Cristóvão. Nunca pensei que fosse possível sentir algo assim.
Eu refletia sobre o que acabara de dizer. Para mim, amar alguém era uma experiência inédita. Era como um vampiro que prova sangue pela primeira vez e sempre quer mais; eu sabia que com Alicia seria a mesma coisa, eu iria querer cada vez mais.
— O Miguel ligou e disse que o serviço no Equador já foi feito! — Cristóvão anunciou, tentando mudar de assunto.
— Ótimo, aquele desgraçado mereceu! — respondi, um sorriso satisfeito se formando em meus lábios.
Mais tarde, já no fim do expediente, me apressei para pegar o carro com a intenção de oferecer uma carona para Alicia, quando vi Santos abrindo a porta do carro para ela. Senti o ciúmes me consumindo.
Enquanto Santos estava feliz por levar Alicia, eu estava enfurecido. Sabia que aquele tal Santos nutria um sentimento além da amizade por Alicia; vi como ele a olhava. Corroendo de ciúmes, mandei um dos meus seguranças segui-los enquanto eu ia para casa.
Não querendo pensar mais em Alicia, fui a uma “boate”, um lugar onde costumava ir. Queria expulsar minha frustração e raiva.
— Senhor Castell, quanto tempo! Faz dias que não aparece, estava com saudades — disse Léxis, uma das dançarinas da boate. Ela sentou no meu colo e começou a acariciar meu membro.
Léxis
— Estava bastante ocupado. Vem, vamos para um lugar mais reservado — respondi.
Em uma área VIP da boate, Léxis se esforçava ao máximo dançando para mim, mas parecia que eu não estava lá. Ela começou a se despir e, em seguida, sentou-se de pernas abertas no meu colo, começando a me beijar. Fui interrompido pelo toque incessante do meu celular.
— Espere um minuto — pedi antes de atender.
— Fala, Fonseca?
— Chefe, o senhor mandou avisar se ela saísse. Eles estão saindo.
— Ok! Veja para onde vão e informe-me.
Após desligar o celular, voltei minha atenção para Léxis, que sorriu ao perceber que eu parecia ter voltado.
— Assim que eu gosto — ela disse em um tom meloso.
— Fique de quatro — pedi, e ela obedeceu. Enrolei os cabelos dela na minha mão e me enterrei nela com toda a raiva e força. Com a outra mão livre, bati com força nas nádegas dela, deixando a marca da minha mão. Ela gostava de ser tratada assim; estava acostumada com o jeito agressivo e frio que eu tinha.
Após terminar, coloquei uma boa quantia de dinheiro na mesinha ao lado da cama.
— Vamos tomar banho? — ela me chamou.
Apenas afirmei com a cabeça. No banheiro, ela procurou por mais, como de costume, mas a impedi. Tomei um banho rápido e saí. Percebi que Léxis ficou frustrada; eu parecia diferente hoje, como se realmente estivesse apenas me esvaziando dentro dela, e era verdade. Ela parecia triste e até parecia querer me perguntar alguma coisa, mas desistiu.
Já vestido e alinhado, recebi uma mensagem com o endereço do lugar onde Alicia estava com Santos. Não consegui me segurar e decidi ir até lá.
— Boa noite, Léxis, preciso ir.
— Não some, eu fico com saudades e entediada quando você não aparece — ela disse com seu sorriso sedutor.
— Boa noite! — respondi, frio como sempre.
Antes de sair, tive uma ideia.
— Gosta de pizza, Léxis?
— Sim, muito!
— Vem, vamos comer pizza, mas não pode ir com essas roupas que você tem aqui.
— Na minha casa, eu tenho roupas mais comportadas — ela disse, empolgada.
— Então vamos passar na sua casa.
Na casa de Léxis, havia tantos vestidos que ela já havia usado, até que encontrei um modelo tubinho da época em que ela era acompanhante de executivos.
— Esse tá bom — disse, entregando a ela o vestido.
— Isso é um encontro? — ela perguntou, feliz.
— Não, você sabe que não tenho encontros, namoro ou nada que envolva relacionamentos além do sexo — disse, sério.
— Sim, eu sei. Estava brincando. Até parece que você ia querer um relacionamento com uma puta como eu — ela disse, revirando os olhos.
Já a caminho da pizzaria, minha mente não parava de pensar em Alicia e naquele Santos, que com certeza agora estava dando em cima da minha Alicia.
— Ramon Castell, o que tanto te preocupa? — Léxis perguntou, passando a mão na minha perna até chegar no meu membro.
— Não toque em mim sem a minha permissão, Léxis — digo em um tom frio e sério, sem tirar os olhos da estrada. Percebendo meu tom de voz, ela retira a mão.
— Desculpa — ela diz, frustrada.
Chegamos ao local, e assim que entrei, meus olhos logo encontraram Alicia. Foi a primeira vez que a vi em uma situação menos formal. Na primeira vez, ela estava usando um uniforme de garçonete e, depois, na entrevista, estava de calça social e blazer. Era assim que ela sempre aparecia no trabalho, mas hoje, mesmo sentada, eu podia ver que usava um vestido. Seus cabelos estavam soltos, e como eram lindos! Longos e sedosos. Fiquei fascinado, completamente encantado, olhando para ela. Alicia ainda não tinha me visto, e eu estava tão perdido na minha admiração que nem percebi a recepcionista da pizzaria perguntando qual mesa eu preferia.
— Senhor? — ela repetiu.
— Senhor Ramon? — Léxis me chamou.
— Desculpe, o que você disse?
— Temos mesas mais reservadas, se preferir — disse a recepcionista.
— Não, quero aquela mesa ali — falei, apontando para a mesa que já estava ocupada, mas era de frente para a mesa em que Alicia estava sentada.
— Mas aquela mesa está ocupada, senhor, e aquele casal acabou de chegar — ela disse.
— Não me importa, eu quero aquela mesa. Ofereça ao casal uma mesa reservada e diga que foram premiados com uma rodada de pizza grátis. Diga que é cortesia da casa, eu pago — falei, impaciente.
— Como o senhor desejar, só um minuto — ela disse, tímida, e saiu.
Observei enquanto ela abordava o casal que, pelo sorriso largo, ficou feliz com a boa notícia. Depois de acomodá-los em outra mesa e limpar a que eu queria, ela nos acompanhou até a mesa. Me acomodei, com meus olhos sempre fixos em Alicia.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Isabel Gasparin
pelo jeito só teremos foto das moças....dele nada.....
2025-02-17
4
Cleide Almeida
bom vc já fez nerds né levábdo junto uma garota da noite cm vc aí alicia vai pensar q é sua namorada e outra está dai tbm vai perceber teu ponto fraco
2025-03-09
1
Andrea Freire
Não vi a foto dele
2025-01-15
1