CAPÍTULO 9

Depois de um dia cansativo terminando, o expediente Gabriela passou no hospital para saber como estava o estado de saúde do senhor Rafael. Mesmo cansada não ia conseguir ir pra casa sem saber como ele estava.

Deixando Rafael comovido com o carinho da parte dela mesmo sem saber se era afeto ou interesse, afinal ela estava no poder no lugar dele.

Ele afastou esse pensamento quando viu ela entrar.

— Você, por aqui? — Perguntou ele confuso.

— Sim, eu não ia pra casa sem antes saber como o senhor está?

— Não precisava se incomodar, aconteceu alguma coisa a ponto de vir aqui?

— Não aconteceu nada, só queria saber como o senhor está? Vou vir sempre, quero ver o senhor se recuperar bem?

— Obrigado, mas eu já passei tudo para meu advogado que dá todo o suporte que precisar!

— Eu sei senhor, não que eu não confie no advogado, mas prefiro tratar de assuntos com o senhor pessoalmente, é claro se o senhor não se sentir incomodado com a minha presença?

— É claro que não. Sua presença me faz bem, mas também sei que deve ser cansativo trabalhar e vir aqui sabendo que ninguém gosta de hospital!

— De fato eu não gosto, mas faço questão, até porque é meu desejo que o senhor se recupere o quanto antes para o bem de todos. — Deixando Rafael confuso com a preocupação de Gabriela, ele sentiu que ela estava sendo sincera, e lembrou que ninguém fez por ele o que ela estava fazendo. E em silêncio ele pensou. "Será que se eu tivesse uma filha mulher ela seria carinhosa como está sendo essa moça?" Pensando que seu relacionamento com seu filho não era dos melhores, e isso causava desgosto.

Era desejo dele que Rodrigo seu filho se interessasse em trabalhar na empresa, mas infelizmente isto não aconteceu, e com o passar do tempo discussões aconteciam diariamente porque o filho não obedecia não respeitava as ordens do pai. Havia muita discussões com a sua esposa Beatriz que passava a mão na cabeça do seu filho, e ela sempre alegava que ele era um menino que precisava de atenção e de carinho, e cobrava de Rafael que fizesse o papel de pai que estava sempre ausente porque trabalhava muito e não dava atenção para a família. Ele estava cansado de ouvir as mesmas lamúrias de sempre, as mesmas queixas, os mesmos argumentos, e as mesmas desculpas para não enxergar o óbvio que o filho estava seguindo o caminho da perdição. E isso deixava Rafael preocupado porque não tinha um outro filho que dividisse a responsabilidade. Ele pensava. "E se eu morrer, quem vai administrar essa empresa?" Enquanto ele estivesse vivo tudo bem a empresa estava em boas mãos, mas se alguma coisa acontecer comigo? Beatriz não sabe administrar, e com certeza Rodrigo vai levar as empresas à falência. E muitos funcionários dependem de seus empregos. E vendo Gabriela uma estranha dando atenção para ele como ninguém, nem a sua família prestou carinho especial como ela.

Ele estava curioso querendo saber mais detalhes sobre a vida dela, embora não querendo invadir a privacidade dela, mas estava angustiado porque ela lembrou de alguém do passado?

— Gabriela!

— Sim, senhor disse ela.

— Me desculpa te perguntar, quantos anos você tem? — Gabriela estranhou que ele perguntasse a idade dela, achou um pouco de falta de educação, mas também não ia morrer só por dizer a idade.

— Tenho 25 anos, mas porque a pergunta sobre a minha idade? — Perguntou ela curiosa.

— Porque você se parece muito com alguém que eu conheci, só não lembro de onde? — Deixando Gabriela indecisa se perguntando a si mesma. "Será que ele conheceu alguém importante na vida que se parece comigo?". E Rafael percebeu e resolveu mudar de assunto. E não quis mais falar sobre o assuntos que só dizia a respeito a ele, e não era de bom agrado trazer assuntos pessoais com alguém que ele mal conhecia, tarde demais.

— Mas vamos mudar de assunto, não quero envolver a senhorita nos meus assuntos pessoais. Me diz se está gostando de trabalhar na empresa?

— Estou adorando, e quero fazer tudo para que o senhor goste do meu trabalho?

— Eu estou gostando sim, e qualquer dúvida é só perguntar para o Gilberto, advogado da empresa e meu amigo pessoal.

— Sim senhor, mas mesmo assim eu vou vir aqui te visitar, quero que o senhor se recupere o quanto antes! Vou me sentir mais segura com o senhor trabalhando na empresa!

— Que estranho você fazer questão que eu esteja presente!

— Porque o senhor acha isso estranho?

— Porque a maioria dos funcionários querem o presidente longe!

— De fato isso acontece em todas as empresas, mas não é o meu caso. Quero que goste do meu trabalho!

— Eu estou gostando!

— Vamos deixar assim, o senhor se recupere primeiro. A sua saúde é a mais importante, o senhor estando é o que importa, agora vou embora porque já está tarde a minha mãe deve estar preocupada comigo, ela não gosta muito que eu chegue tarde em casa.

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