Capítulo 12

Klaus,

Pisco os olhos rapidamente, tentando afastar os pensamentos desconcertantes que surgem ao observar Maitê na moto. Ela é simplesmente irresistível, com sua beleza exótica e atitude provocadora. Mas, é exatamente essa combinação de sensualidade e irritação que me atrai nela, como posso ser tão louco assim? Por que ela precisa ser tão atraente e irritante ao mesmo tempo? Não seria mais fácil se ela fosse apenas uma coisa, mas a vida parece gostar de me desafiar com suas ironias.

Respiro fundo, tentando manter a compostura diante da situação. Maitê tem o poder de mexer comigo, de me tirar do sério com sua personalidade audaciosa. É como se ela soubesse exatamente o efeito que causa em mim e aproveitasse para me provocar.

Eu só sei de uma coisa, eu preciso provocar ela também, mexer com ela de alguma forma, para deixar esse jogo empatado. Ela já ganhou de mim no pôquer, não vai ganhar na sensualidade também não. Eu sou o rei da sensualidade, e ela tem muito que aprender.

— Essa é a minha moto. — Ea fala, e cometo o erro de olhar para ela novamente, pois ela passa a mão no guidão da moto, como se estivesse alisando.

Merdä, merdä, merdä, hoje eu infarto com ela...

— Dessa vez eu deixo passar, mas vou deixar bem claro uma coisa para você. — diz Kiara se aproximando e falando no ouvido dele. Pelos olhos arregalados dele, tenho certeza de que sua ameaça não foi nada branda.

Kiara sobe na sua moto e parte na frente, deixando claro que é a líder dessa empreitada. Maitê a segue, enquanto eu fico logo atrás delas, tendo uma visão privilegiada da figura escultural da mulher mais fingida de Madri. Seu corpo com as curvas perfeitas e provocante é uma tentação irresistível, mesmo que eu saiba que não posso me deixar levar por seus encantos.

Kiara para em frente a uma das boates que ela possui. Quando adquiri o cassino, convidei-a para ser minha sócia, imaginando que poderíamos construir um império juntos. Porém, ela recusou minha oferta, afirmando que já havia investido seu dinheiro em boates de luxo. É uma mulher de negócios astuta e ambiciosa, sempre buscando novas oportunidades para expandir sua influência.

Descemos das motos e passamos em meio à fila de pessoas que aguardam ansiosamente para entrar. Kiara, com sua confiança inabalável, pega na mão de Maitê, e juntas, elas se dirigem à área VIP da boate, onde o luxo e a exclusividade são a norma. Enquanto isso, eu continuo agindo como um segurança, ficando para trás e vigiando elas. Mas, gosto de ficar aqui, pois tenho a visão perfeita da bundä da Maitê. Merda Klaus, para de ficar pensando nisso. Tento focar para os lados, mas como um ímã, acabo sempre olhando para ela.

Assim que chegamos na mesa, Kiara chama o garçom e pede algumas bebidas e uma porção de petiscos. Eu fico apenas observando ao redor, procurando por quem está olhando para elas com malícia. Minha diversão essa noite será arrancar cada olho que olhar para elas com más intenções. Sim, ambas estão sob a minha proteção esta noite.

Depois de esvaziarem das taças, Maitê se levanta, indicando que precisa ir ao banheiro. Fico dividido entre acompanhá-la ou permanecer na mesa com Kiara. No entanto, o o sangue fala mais alto, e eu opto por ficar ao lado de Kiara, mantendo meus olhos fixos na porta do banheiro.

O tempo parece se arrastar enquanto aguardo a saída dela do banheiro. Finalmente, ela sai e retorna à mesa, mas não sem antes sussurrar algo no ouvido de Kiara, acompanhado de um sorriso provocante direcionado a mim. Em um movimento sedutor, ela segue em direção à área da pista de dança.

Meus olhos seguem Maitê enquanto ela se afasta, seu corpo se movendo com graça e sensualidade. A visão é hipnotizante, e meu coração acelera com a promessa de uma noite cheia de tentação e paixão. Porém, minha atenção não se desvia por muito tempo, pois Kiara permanece ao meu lado, com um sorriso malicioso nos lábios, como se quisesse aprontar, mas comigo aqui ela não via fazer nada, pois sabe que eu vou puxar sua orelha se fizer.

— Ela é linda né Klaus?

— O quê?

— Maitê, ela é linda não é?

— Já está bêbada Kiara?

— Não, só estou te perguntando. Olha como ela dança bem. Se eu fosse um homem, não perderia tempo, e já arrastava ela para mim.

— Você é lésbica?

— Eu disse se eu fosse homem, mas não se faz mais homem como antigamente. Antes quando um homem queira uma mulher, ele ia lá e tomava para si, agora fica só de olho sem fazer nada.

Pego a taça dela e cheiro, para ver se tem algo a mais, porque ela já está falando coisa que não tem nada a ver. Antigamente, que idade ela tem para falar isso, 60?

Olho para baixo, e percebo o quanto ela dança maravilhosamente bem, e só de ver ela fazendo isso, já me deixa super animado aqui em baixo. Merda, essa mulher vai me deixar louco, preciso me aproximar dela. Mas, enquanto eu pensava em me levantar e ir até lá, um homens e aproxima dela.

Um turbilhão de emoções me envolve, enquanto observo o homem dançando com ela. Uma pontada de ciúmes percorre meu peito. É uma sensação estranha, pois não tenho nenhum direito sobre ela, mas ainda assim, a ideia de vê-la se divertindo com outro homem desperta esse sentimento em mim.

Paro de olhar em direção à pista de dança, desviando meu olhar para a taça dela que ficou aqui na mesa. Sem pensar duas vezes, levo-a aos lábios e bebo de uma só vez, como se quisesse apagar o fogo da raiva que arde em meu interior.

O líquido gelado desce pela minha garganta, trazendo um alívio momentâneo, o que não adianta nada, já que basta eu olhar para baixo, que minha raiva volta com tudo. É difícil aceitar que, mesmo desejando a Maitê, ela não é nada minha. Volto minha atenção para a mesa por um momento, até ouvir a Kiara falar:

— Vai Maitê, beija ele logo. — Kiara berra, fazendo eu olhar para baixo, e percebo que o cara está querendo beijar ela, mas ela tenta afastar ele. Droga, lá vai eu salvar a donzela em perigo...

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