Capítulo 11

Se tem uma coisa que sou experiente, é detectar uma mentira no ar. E toda a conversa dela não me convenceu em nada. Roubada? A mulher que ontem estava tão segura de si no cassino agora está sendo uma florzinha delicada. Não consigo acreditar, não mesmo.

Quando as duas sobem para o quarto, finjo para minha mãe que vou me deitar um pouco. Mas, na verdade, subo silenciosamente as escadas e me posiciono atrás da porta, ouvindo atentamente tudo o que é dito. É um risco que estou disposta a correr para descobrir a verdade.

Elas falam baixo, mãe ainda sim consigo ouvir algumas coisas, e o mais importante, sobre o namorado dela. Do jeito que ela fala posso sentir o quanto ele era importante para ela, o que me pareceu real a sua história.

Mas quando eles começam a falar em amenidades, percebo que ela fala das coisas que Kiara mais gosta. Minha irmã fica animada claro, mas eu percebo que isso é só um disfarce dela, como essas falsas videntes que espera as pessoas falarem alguma coisa, para depois fingir que adivinhou tudo.

E isso só me dá mais certeza que ela não está aqui por acaso. Mas, quem é essa mulher? O nome eu já tenho, agora eu preciso pesquisar sobre ela. Fico ali até elas começarem com uma conversinha de mulher, uma conversa bem boba. Kiara é esperta, não vai revelar nossos segredos para uma desconhecida. Vou para o meu quarto, antes que seja pego aqui escutando atrás da porta dela.

Pego meu notebook, e pesquiso sobre Maitê Fortes. Abro alguns redes sociais, mas vejo ela todas as todos sozinha, tão linda, em casa foto uma posição mais linda que a outra. Mas, tem um porém, cadê o tal do namorado? Porque ela não tem fotos com ele? Apresar de está escrito em um relacionamento sério, não tem nada que leve até o cara. Deixo para pesquisar mais depois. Minha cabeça já está um caco.

Tomo um banho, deixando a água quente acalmar meus pensamentos tumultuados. Após me secar, me visto confortavelmente e me deito na cama, deixando a porta do meu quarto entreaberta. A curiosidade me consome, e fico atento aos sons vindos do quarto ao lado, onde Kiara e a sua nova amiguinha falam que vão sair.

Escuto mais um pedaço da conversa, e as palavras "se divertir". Rapidamente, me levanto e me posiciono na porta do meu quarto, observando as Kiara levando uma roupa para a Maitê. Quando o meu pai não está em casa, eu faço o papel de protetor da casa, e nunca deixo a minha mãe e a minha irmã sozinhas.

Afinal, o meu irmão Kalel passa a maior parte do dia na empresa e, quando chega em casa, vai direto para o seu quarto, envolto em seu próprio mundo. Esse é o irmão estranho, como toda família tem um, esse é ele.

Aguardo aqui no batente da porta, até que uma das duas saia do quarto e me conte para onde estão indo. Se pensam que aqui é bagunçado, estão muito enganada. Kiara já me conhece bem, e sabe que eu não largo do seu pé, e se pensam que vão sair escondido, estão muito enganada, principalmente por eu não confiar nessa mulher que ela grudou.

Com o passar de alguns minutos, a porta do quarto se abre e, putä merda, a mulher que sai é simplesmente gostosa, me fez babar com todo seu corpo. Seus traços delicados e seu olhar misterioso despertam em mim uma curiosidade enorme. Ela é um enigma, sua beleza se mistura com anjo e demônio, santa e pecadora, beata e sensual... Droga, que merda eu tô pensando? Mas e é justamente esse jeito dela que mais me intriga. Quero saber quem ela é de verdade.

Enquanto observo as duas saindo do quarto, percebo que elas estão vestidas de forma provocante, usando roupas capazes de deixar qualquer homem sem fôlego. É visível que estão prontas para aprontar, prontas para se divertirem de verdade.

Quando elas começam a descer as escadas, eu vou até a sacada do meu quarto, pego o meu celular, e mando um dos seguranças seguir as duas sem ser visto, e me avisar onde elas estão, pois se der algum problema, eu irei até elas.

Kiara, sabendo o quanto eu detesto quando ela acelera a moto, fazendo barulho irritante, decide me provocar, acelerando o motor e deixando escapar um sorriso travesso. Maitê parece se divertir com isso, e agora sim estou ferrado, se essas duas inventar de se juntar para me provocar, será o meu fim.

Desço rápido as escadas, indo correndo para minha moto, se ela já começou assim, imagino que não farão fora de casa. Subo rapidamente na minha moto, e as sigo. Embora Kiara seja uma mulher forte, e saiba se defender, ainda é muito imatura. Além disso, está quase se casando, e não pode se envolver com nenhum homem, ou meu pai lhe dará um bom corretivo.

Não sei que tipo de diversão elas querem fazer, mas vou está junto para garantir que nenhum homem se aproxime de nenhuma delas. Não é ciúmes, é só precaução.

E, se por acaso, as duas ficarem bêbadas, a situação vai piorar mais ainda, já que vão querer voltar de moto, e Kiara em sã consciência já não presta em cima da moto, imagine bêbada. Droga, só espero que as duas não me dê trabalho.

A primeira parada dela é na casa do gangster, essa raça tem a mania de roubar motos dos moradores locais, e vender as peças para o submundo, e a moto da Maitê está com eles, já que ela afirma que foi roubada.

Fico atrás dela, enquanto ela segue em direção aos soldados toda poderosa. Maitê a segue, ficando do seu lado.

— Quero falar com o seu chefe, pois um dos seus cachorros roubou a moto da minha prima. — Prima? Essa é boa.

— Quem foi, senhora? Me fala que eu vou cortar as mãos dele agora mesmo. — Respondem um deles, olhando para Kiara e depois para a minha "priminha", visivelmente sem jeito.

— Eu só quero a minha moto de volta. — Ela responde e olha para trás. Mais uma vez, a desconfiança de que ela não é essa santinha me atinge.

— Chegaram essas motos hoje, são algumas delas? — Maitê vai indo até a moto e subindo nela. Ela empina a bundä de um jeito tão sensual que parece estar tentando me seduzir. E o pior é que está conseguindo. Ela olha para mim, e pisca. Merdä...

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