Qual arma ela usou?

NA COZINHA...

BEL: Vamos almoçar?

AYLA: Vamos

BEL: O que foi? (falo cochichando)

AYLA: Depois te conto (sentamos a mesa)

GIORGIO: E a menina?

AYLA: Tomou o leite e dormiu após o banho (falo sem o olhar)

BEL: Ela é um doce né?

AYLA: Sim (sorrio) É tão encantadora, calma, carinhosa, linda... (sou interrompida)

GIORGIO: Como sabe que ela é tudo isso se ela ainda não tem nem um mês (falo sem a olhar)

AYLA: Porque todos as crianças são os seres mais incríveis que existe, porque carregam inocência e porque a Vida vai além de qualquer outra criança.

GIORGIO: Diz isso porque não sabe o que ela fez

AYLA: Se quiser me contar. O que uma bebê de dias seria capaz de fazer de ruim?

GIORGIO: Matar a mãe

AYLA: Ah, sério? Qual arma ela usou?

GIORGIO: Como assim? (a encaro)

AYLA: Preciso mesmo explicar? Tá bom, vamos lá... O senhor mata pessoas, e deve saber que pra matar alguém é necessário uma arma, ou um tipo de veneno, qualquer coisa material que mate aquela pessoa. Por isso pergunto, com que tipo de arma a Vida matou a mãe?

GIORGIO: Ela nasceu, e a Vitória morreu

AYLA: Ah, então é isso... entendi

GIORGIO: Então concorda que eu tenho razão?

AYLA: Prefiro não responder essa pergunta senhor

GIORGIO: Mas eu quero que responda

AYLA: (respiro fundo e solto os talheres o encarando que retribui o olhar) Não, o senhor não tem razão. Não existe culpar uma bebê pela morte de sua mãe no parto. Primeiro, a criança não pediu pra estar na barriga da mãe, segundo, ela também não pediu pra nascer e terceiro ela ainda nem sabe que a mãe morreu. Com certeza ela sente a falta da mãe, mas saber que ela morreu ela ainda não sabe. Então o senhor não pode depositar uma culpa tão grande em uma criança.

GIORGIO: Então está dizendo que eu estou errado?

AYLA: O senhor me mandou responder a pergunta

GIORGIO: Ótimo... está demitida, pegue suas coisas e vá embora. E agradeça por sair daqui viva

AYLA: É sério isso? Sempre afasta as pessoas que mostram seus erros? Assim como afastou sua filha por ela mostrar que não foi capaz de amar e respeitar a mãe dela como ela merecia? Agora quer me afastar por mostrar que sua filha é só uma criança inocente que nem sabe que o pai é um covarde incapaz de...

GIORGIO: CHEGA (dou um murro na mesa e me levanto) Suma daqui agora

AYLA: Com licença (levanto e subo pro quarto da Vida)

BEL: Giorgio o que tá fazendo?

GIORGIO: CALE-SE BEL, SE NÃO QUISER IR EMBORA TAMBÉM (grito cheio de ódio)

BEL: Pois me mande de uma vez, assim fica logo sozinho pra sempre (subo atrás da Ayla irritada)

AYLA: Oi minha princesa, você já acordou? (a pego no colo) Não chora meu amor. Eu vou ter que ir embora tá? Mas saiba que eu te amo como se você fosse minha, e no dia que precisar de mim eu virei correndo nem que seu pai me mate (choro)

BEL: Ayla... Você não pode ir, a Vida não vai acostumar mais sem você

AYLA: Ela ainda é muito pequena Bel, logo nem lembrará de mim

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***