Ele me encara friamente, sorrir e diz:
- Porque você me intriga, uma garota gentil, ingênua. Mas, ao mesmo tempo tão suja.
Quando ouvi isso, um frio percorreu na minha espinha, questiono:
- O quê?
Ele continua:
- Ando seguindo todos os seus passos durante vários meses, quatro meses pra ser mais exato. Sei tudo sobre você, saiba que foi a primeira presa que me dediquei a saber tudo sobre. Que posso dizer que é uma merda, eu sou um criminoso, mas a minha mãe não me trata, como a sua mãe te trata.
O desespero e pânico continuam crescendo em mim, esse maníaco planejou tudo, agora tudo se encaixa. Sempre me sentia seguida, e observada por alguém ou algo, era ele. Me observando, à espreita, aguardando um descuido meu para me pegar. Com um pouco de coragem, respondo:
- Você estar planejando isso há meses, o meu fim foi decretado há quatro meses? Me mata logo, acaba com isso de uma vez.
Ele solta uma risada que me dá arrepios, e fala:
- Você é muito boba, te matar sem nem me divertir antes? Não teria a menor graça te matar logo? Se fosse pra fazer isso nem tinha te sequestrado. Amo essa sua ingenuidade!
Esse homem é bem mais doentio do que eu pensava, estou condenada a ter esse fim terrível. E outra coisa, somente os meus avós, Alan, Juliano e os meus amigos se importarão em tentar me encontrar. No entanto, a minha mãe não vai nem se importar, brigamos feio e ia morar na casa dos meus avós.
Esse lixo vai me violentar, torturar e só depois acabar com a minha vida. "Vida de merda" como ele disse que tenho, o meu algoz me olha e diz:
- Escuta aqui, Milena. Olha nos meus olhos! Agora você me pertence, e como minha posse, farei o que eu quiser com você! Sei que poucos da sua família vão tentar te procurar, seus amados avós, Amora e Edgar, o pirralho Alan. Mas, Cecília sua mãezinha, nem vai se importar com você, o seu pai sumiu na sua infância. Aqueles moleques amigos seus vão tentar também, mas vão fracassar. Afinal, estamos no meio do nada, numa casa isolada, aqui estar trancada com um ferrolho com um cadeado, uma fechadura que só abre com senha e a minha digital. E, não vou te matar se me obedecer, acho que estou obcecado por você. Isso não é bom pra mim e nem pra você, mas aconteceu. Não quero ficar longe de você nunca.
Minhas entranhas se reviram ao ouvir um absurdo desses. Uma tontura invade a minha cabeça, a minha visão escurece, acho que estou a ter uma crise de ansiedade. Como já tive umas vezes, seria bom se isso fosse o meu fim. Porque, ele vai me manter viva, ao lado dele, a minha situação só piora.
.
.
Quatro meses antes…
Sou Robert August Whytten, acabei de sair da cadeia. Preciso encontrar novas presas para me satisfazer, afinal, sou um maníaco. Porém fui preso por assalto a mão armada, quando tinha dezoito anos. Passei dez anos naquele inferno chamado cadeia, agora preciso me divertir; vou sair hoje à procura de presas frescas.
Adoro garotas que são mais novas, vou dirigir pela cidade em busca desse tipo. Dirijo o meu carro por algumas ruas, e avisto um perfil que se encaixa no que estou a buscar.
Uma bela jovem loira numa rua deserta, andando sozinha. Saio do carro e a sigo por uns metros, antes da mesma atravessar, intercepto o caminho da garota que se assusta. Seguro o braço esquerdo, saco um punhal, aponto para sua garganta, e falo:
- Se gritar, eu acabo com você aqui mesmo.
A mesma tenta se escapar, mas seguro no seu pescoço, a coloco de costas para mim e injeto um tranquilizante nela que perde aos poucos os sentidos. Coloco a mesma no porta malas, amarro os seus pés e mãos com cordas e amordaço ela.
A jovem estava com uma bolsa, tiro a bolsa do seu ombro, abro e vejo uns documentos, celular, chaves e uma foto de aparentemente uma família dentro de um envelope. A moça que peguei estava nela, com uma mulher mais velha bem parecida com ela, sua mãe talvez, um homem que deve ser pai dela, uma garotinha no colo da mulher.
Quebro o celular, e coloco dentro da bolsa. Ligo o carro, e saio rumo à uma casa bem afastada da cidade. Após algumas horas, chego no endereço, a retiro do carro e entro na casa com ela nos meus braços. Levo para um quarto, a garota de dezessete anos acorda bem assustada e amarro a mesma numa cama.
Começo a violentá - la, após isso, saco uma arma, e atiro na cabeça dela que perde a vida na hora. Pego o corpo, limpo e descarto no rio. Essa garota era extremamente pura, me frustrei pois, busco uma dualidade da qual essa jovem não tinha. Procuro uma moça que seja doce, um pouco ingênua, mas, ao mesmo tempo, suja e indecente. Um desafio, por serem presas mais difíceis de se capturar. Amanhã sairei em busca de novas garotas, sei que vou encontrar o que busco.
Amanhece, acordo um pouco cansado, após ter feito aquilo tive que limpar tudo na casa. E para piorar, recebi um sermão do meu pai que nunca gastou um centavo pra me tirar da cadeia. Se não fosse minha mãe, Liliane Silveira Novaes, ainda estaria mofando naquele purgatório.
Em seguida, tomei um banho, fiz uma comida e comi. Arrumei a bagunça que fiz na cozinha, fui dormir e tive os mesmo pesadelos de sempre, aquele desgraçado tentando pegar o meu eu mais novo.
Desde os nove anos de idade, aquele lixo que despachei pro inferno ainda vem me atormentar com pesadelos. Sofri abuso quando ainda era um menino, isso destruiu o meu psicológico e o que sobrou foram pedaços do que eu era. Com o tempo, me transformei no monstro que sou hoje.
Hoje faço as mesmas coisas que aquele maldito, que matei antes de ir pra cadeia. Me tornei quem eu mais odeio, esse inominável conseguiu me aniquilar, até não sobrar nenhuma bondade dentro de mim.
Acordei várias vezes, só consegui pegar no sono após fumar uns cigarros e beber um pouco de uísque.
Levanto, faço as minhas higienes e tomo café da manhã. Logo, me troco e vou num caixa eletrônico tirar uma grana que a minha mãe deposita todo o mês pra mim. Tiro o extrato e vejo o valor, amo dona Liliane. Saco o dinheiro, e o meu celular toca e é meu pai:
- O que você quer, August Whytten?
- Como você estar, Robert?
- Bem, mas não graças a você. Sem rodeios, anda fala.
- Sei que não movi uma palha pra te ajudar nos últimos anos, mas agora quero compensar isso.
- Financeiramente?
- Trabalhe comigo aqui na empresa, pare de sugar todo o dinheiro da sua mãe.
- Vou pensar no seu caso, e eu não tiro grana dela. Ela me ajuda faz o que nunca fez.
- Peço isso do fundo do meu coração, filho.
- A consciência pesou?
- Pesou, e espero que um dia me perdoe. Por tudo, por não ter te salvado daquele maldito, por ter te abandonado no seu pior momento.
- Só o tempo dirá, quanto a voltar trabalhar aí. Aceito sim, preciso de dinheiro.
- Que bom, venha aqui amanhã as oito da manhã.
- Ok, tchau August
- Tchau, meu filho.
Aceitei isso porque, tá na hora desse velho fazer algo por mim. Enfim, quando ia entrar no meu carro, vejo uma jovem ruiva andando com uma jovem morena que tem a pontas do cabelo tingidas de roxo, que aparentemente usa drogas, acho que m4c0nh4.
Odeio esses tipos que se autodestroem, é ridículo. No entanto, o meu enfoque estar na ruiva, os seus olhos verdes brilhantes, e um sorriso que nunca vi antes. A sigo com os olhos, e vejo que as duas se juntam com uns garotos, um atleta e um nerd. O que uma beldade faz com uma corja dessa?
Decido me aproximar de uma lanchonete que fica ao lado da escola. E ouço o papo delas, a drogada diz:
- Milena, você vai pra aula?
Então o nome da linda ruiva é Milena, linda e com um nome comum demais para sua beleza. A jovem responde:
- Vou amiga, vai na frente. Hoje tem aula da Odete, hein?
Ela parece gostar da viciada:
- Quer ficar aí e dá uns pegas no Juliano? Né, Milena Valentto?
Milena fala:
- Lógico, mas não vou me atrasar.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Dalziza Rocha
QUE BIZARRO
2025-02-12
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