Eu respondo tranquilamente:
- Vou morar com os meus avós, eles me tratam bem e com muito respeito. Vai ser melhor assim.
Alicia:
- As vezes, é melhor ficar longe.
Talvez, mas acho que a relação entre mim e minha mãe não tem salvação. Na real, vou ficar um tempo sem falar com ela; é difícil demais.
No domingo, passei o dia na casa de Juliano. Foi muito legal, almocei com a família dele que sempre me recebem com muita atenção e cuidado. Namoramos um pouco e voltei pra casa, Alan estar a brincar na sala. Chego pertinho dele, e falo:
- Oi, maninho.
- Oi, Milena. Olha o meu brinquedo novo, que o vovô me deu.
- É lindo, Alan. Preciso te falar uma coisa.
- O que?
- Eu vou morar na casa do vovô e da vovó.
- Por que, Milena?
- Vou passar uns tempos lá, quando quiser me ver vou estar lá.
- Você e a mamãe brigaram de novo?
- Sim, pequeno.
- Vocês poderiam fazer a pazes.
- Se fosse simples assim, Alan. Mas, logo, logo vamos fazer as pazes.
- Vou sentir muita saudade de você, maninha.
- Eu também, Alan.
Nos abraçamos, e percebo que a minha mãe nos observa da escada. Entretanto, não diz nada. Quando, vou subir ela me para:
- Você ainda quer isso, Milena?
- O que? Ir pra casa dos meus avós?
- Isso, ainda vai para lá?
- É melhor assim.
- Quando quiser voltar a porta da minha casa, estará aberta pra você. Pode não parecer, mas vou sentir a sua falta.
- Vamos dar tempo ao tempo, ok.
- Ok, filha.
Um silêncio se instala no local e vou pro meu quarto. Tomo banho, e visto o meu pijama, adormeço rapidamente. Finalmente, um sono tranquilo sem pesadelos, um sono sem sonhos.
O despertador toca as seis e meia da manhã. Que droga, estou atrasada. Tomo um banho, visto a minha roupa, pego a minha mochila e vou pro térreo. Minha mãe já havia saído para deixar o meu irmão na escolinha dele, e estou sozinha. Vou ter que ir só pra escola, que merda, tomara que não aconteça nada.
No caminho, percebo que estou a ser seguida por alguém. Quando entro numa rua vazia, próximo a uma viela, sinto uma mão me puxando pela minha mochila, alguém muito forte me segura por trás.
Tento sair disso, porém, a pessoa é muito mais forte. Vejo uns braços, com uma camisa de mangas compridas que coloca um pano branco encharcado no meu rosto. Um cheiro fortíssimo sai desse tecido, que me faz perder os meus sentidos.
Minha visão começa a ficar turva, até a escuridão tomar conta de mim. Será que o meu fim chegou? Vou morrer aqui sozinha, nessa rua deserta?
Um tempo depois, desperto com uma tontura e dor de cabeça forte. Olho para minha mãos, e percebo que estou amarrada, em uma cadeira. Nos meus pés, há uma enorme corrente prendendo eles.
Estou viva, mas seja lá quem fez isso, quer me manter presa aqui. Um medo enorme toma conta de mim, começo a me tremer, igual um bambu. Será que meu fim estar próximo? Vish, será que aquele maníaco me pegou, e vai acabar comigo?
Um desespero bate, começo a suar bastante e hiperventilar. O meu coração acelera mais, e mais, uma falta de ar se inicia, não estou conseguindo respirar direito. Eu vou morrer, o meu fim chegou, eu sei disso. Tô infartando que nem o Antônio.
De repente, ouço a porta se abrir e uma figura imponente adentra no quarto: um homem alto, com cabelos escuros, olhar penetrante, pera é aquele cara que eu esbarrei na sexta, esses olhos azuis acinzentados e frios nunca vou esquecer. É ele, que estar sem camisa exibindo o seu torso bem definido, a beleza externa dele estar ali, algo que falta dentro dele.
Esse homem é um monstro, deve ser o maníaco que matou aquelas garotas. E, agora é minha vez, vai me violentar, me matar e me descartar no rio da cidade. Não consigo me mexer, me observa e se aproxima. O pânico aumenta em mim.
Esse homem segura o meu queixo com as suas mãos, e me faz encara - lo:
- Olha pra mim, garota! Nos meus olhos!
Com um pouco de coragem, pergunto:
- O que você vai fazer comigo?
Responde calmamente:
- O que eu faço com todas.
Sinto um frio na espinha e a falta de ar aumenta. Ele vai me matar, eu vou ser sua nova vítima. Não sei o que fiz pra merecer isso? Faço outra pergunta:
- Por que eu? Nunca fiz nada ruim pra ninguém. Por quê?
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Marcilene Raquel Santos
nossa,ela tem da um jeito de fugir 😱
2024-12-21
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