À tarde, o meu namorado foi me buscar para irmos à casa dele:
- Não sei, se a minha mãe vai permitir.
Cecília:
- Pode ir, eu fico aqui. Tô melhor, não chegue tarde.
Estou a estranhar a minha mãe, gentil demais e compreensiva. Não é assim, ela sempre foi hostil comigo, sinal que pode explodir comigo a qualquer momento.
Na casa dele, conversamos um pouco:
- Como estão as coisas?
- Melhorando, com tempo tudo vai voltando pro seu devido lugar.
- Deve estar sendo muito pesado para sua mãe.
- Ela ama muito ele ainda.
- Não sei o que faria se te perdesse.
- Eu confesso que eu também, não sei o que faria.
- Deve ser horrível, perder quem ama.
- Nem consigo imaginar, só quem sente sabe.
- E aí, vamos matar a saudade?
- Vamos.
Em seguida, transamos. Depois ele me deixa em casa, e quando chego me deparo com minha mãe chorando bastante. Bebendo um copo de uísque, questiono:
- Que isso, mãe?
- Cala boca, Milena! Você não sabe de nada como sempre! Tô cansada de você com esse jeito sonsa demais! É igual aquele desgraçado que sumiu!
- Não vou discutir, você tá bêbada. Cadê o Alan?
- Meus pais levaram ele pra casa deles, pra quê perguntar? Se você nem liga pra sua família?
- Olha aqui, melhor a senhora parar com esse show! Para de beber e olha pra realidade!
Ela me estapeia, e responde:
- Mostra a sua verdadeira face, Milena Valentto! Eu te odeio, sabia? Minha vida era muito melhor, quando não tinha você. Pra mim, você não passa de um fardo que tenho que carregar!
Tento segurar as lágrimas, mas não consigo. Cecília sempre arruma um jeito de me ferir, não precisava ter me dito nada disso. Já sei que ela me detesta mas, ouvir isso da boca dela me machuca demais.
Ela grita:
- Você devia sumir da minha vida, sumir igual Marina!
- Não! Por que precisa de mim, mais do que eu preciso de você! Sei que não gosta de mim, quando eu fizer dezoito anos, caio fora da sua vida!
Subo a correr para o meu quarto, tô cansada disso. Acho que vou morar com os meus avós, chega de sofrer maus tratos aqui. Choro até dormir, durante o meu sono tive um pesadelo mais uma vez, estou caída num descampado e um homem se aproxima. Tento levantar, mas ele pisa no meu tornozelo muito forte:
- Ai, ai, ai, porr4! Vai quebrar!
- Você não vai escapar de mim, Milena. Nem nos seus sonhos ruins, nunca.
- Ai!Ai! Para com isso!
- Já te marquei como minha! Aguarde!
A dor no meu tornozelo me faz chorar, dói demais. Tento me desvencilhar, mas é em vão, quando estou quase perdendo a consciência. Desperto com um susto, e estou a suar frio e ofegante, olho no relógio são três da manhã.
Decido levantar para comer algo, e vejo Cecília dormindo no sofá, ao redor dela, várias garrafas de bebidas vazias espalhadas. Ignoro, e vou fazer o meu sanduíche, com presunto e queijo. Procuro o suco de laranja, coloco um pouco no meu copo.
Me alimento, lavo as louças. E volto para meu quarto, tento dormir e consigo pegar no sono. Após algumas horas, acordo e vejo a hora no despertador. São sete e meia, faço as minhas higienes, vou para térreo, Cecília fez o café dela separado. Faço o meu café, passo por ela sem dizer nada, nem um bom dia. A mesma me questiona:
- Não vai falar nada? Hein, Milena?
Ignoro e faço o meu sanduíche. Ela insiste:
- Eu falei alguma besteira? Eu não lembro. Me perdoe, Milena.
- Você disse o que sempre quis dizer para mim, a bebida só coloca pra fora o que pensa sobre mim.
- Eu te magoei de novo, que droga.
- Você sempre faz isso, me machuca sempre sem dó.
As lágrimas saem dos meus olhos, e continuo:
- Vou ir morar com os meus avós, vai ser melhor pra mim e pra você.
- O quê?
- Isso mesmo, você já deixou bem claro que me quer bem longe de você.
- Não, não faz isso.
- É tarde demais, mãe. Vou terça-feira, é o tempo que eu arrumo tudo.
- Milena, não me abandone, por favor.
- A senhora já fez isso comigo, agora é a minha vez. Já que sou igual o Gian, melhor repetir o feito.
- Por quê?
- Cansei de ser mal tratada por você, cansei. O copo já estar cheio de ruindade, humilhações, xingamentos e maus tratos. Acabou, vou terça.
- Entendo, mas não volte pra cá. Fique lá pra sempre!
- Sim, senhora.
Como o meu pão, e subo novamente. Fico lá, olhando as redes sociais. Pensando como seria melhor a vida, se os meus pais gostassem de mim, e nunca tivessem me negligenciado. A vida é assim, nem sempre podemos ter tudo. Vou refazer a minha jornada, longe da minha mãe.
No final de semana, continuo assim falando bem pouco com Cecília, e no sábado dormi na casa de Alicia. Foi legal a noite das garotas com Talita, Valentina, Marina isso mesmo, e Antonella, prima de Ali.
Convidamos Marina, e ela aceitou vir. Ela não é tão chata, como era quando morávamos juntas. Valentina comenta:
- Marina, como é sair de casa assim?
Marina:
- Horrível, mas a gente vai levando.
Valentina:
- Entendo, e Alicia tá solteira? Como foi isso?
Alicia:
- Chifres né, mas já superei.
Talita:
- Vi que apagou as fotos com ele.
Alicia:
- Apaguei, é passado. Agora, vou focar nos estudos, e no meu futuro.
Eu:
- Isso mesmo, amiga.
Alicia:
- E você, vai mesmo morar com os seus avós?
Eu:
- Vou sim, chega de sofrer.
Marina:
- Cecília te disse aquelas coisas pesadas de novo?
Eu:
- Sim, ela fez isso.
Antonella:
- Vish, e agora?
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Marcilene Raquel Santos
quando chega neste ponto é melhor sair mesmo
2024-12-21
2
jeon luyza
Será q a Marina não está se dando bem com o namorado dela???
2024-09-01
2
jeon luyza
ela devia ter feito isso a muito tempo 😾
2024-09-01
1