Após isso, Juliano voltou para casa dele e fui esquentar o que sobrou do almoço. Chamo minha mãe para se alimentar:
- Mãe, mãe estar pronto o jantar.
Cecília:
- Pode ir comer, vou já.
Vou pro andar de baixo e sirvo o jantar para meu irmão, e para mim. Dona Ceci aparece, se junta a mesa:
- Boa noite, gente.
Se serve, e come bem triste. Ela olha para o lugar vazio que pertencia a Antônio, lágrimas descem do seu rosto. Que pega o prato e vai comer no sofá:
- Vou comer na sala, é difícil pra mim.
Eu:
- Tudo bem, quer companhia?
Cecília:
- Não precisa, Milena.
Em seguida, lavo todas as louças e organizo a cozinha. Minha mãe me diz:
- Pode fazer mais uma coisa?
Eu:
- Claro.
Cecília:
- Vou anunciar que preciso de uma babá pra cuidar de Alan. Você estuda e não pode ficar sempre cuidando dele, e eu trabalho. Vou fazer os panfletos, você vai colar aqui na vizinhança. Se quiser a ajuda dos seus amigos seria bom também.
Eu:
- Sim, senhora. Vai digitar agora?
Cecília:
- Agora, amanhã distribui.
Eu:
- Sim, senhora.
Cecília:
- Agora pode ir dormir, Milena.
Subo e vou tomar banho. Após alguns minutos, me visto e vou dormir. Durante o meu sono, tive mais um pesadelo, dessa vez um homem me persegue novamente. Estou a correr e ele estar de carro. Tento correr mais, só que ele joga o carro em cima de mim que caio na mesma hora; desce do veículo, e não consigo me levantar ou correr:
- Não tem como fugir de mim, Milena.
Desperto muito assustada e vejo a minha mãe estar no meu quarto:
- O que houve, Milena? Mais um pesadelo?
Concordo a balançar a cabeça, e a mesma fala:
- Tá tudo bem, estar a salvo. Estava lá embaixo, e ouvi gritos vindo daqui.
Eu:
- Me desculpe o incomodo, mãe.
Cecília:
- Não faça mais isso, ok. Boa noite.
Sai, e fecha a porta. Olho no relógio e são quatro da manhã, será que ela dormiu? Tava lá embaixo de novo, tenho que ir me consultar com um psicólogo. Esses pesadelos estão cada vez mais vívidos, chega disso.
Tento dormir, mas não consigo, decido ir tomar água. Da cozinha, vejo a minha mãe tomando uma taça de vinho assistindo televisão. Desde a tarde, estar a beber demais que eu sei. Senti até o cheiro de álcool no mal hálito dela, quando conversou comigo agorinha.
Minha mãe me vê e pergunta:
- A culpa é minha, né?
Eu:
- Como assim?
Cecília:
- Você não ser tão próxima de mim.
Eu:
- Você quem prefere assim, mãe.
Cecília:
- Fracassei como mãe, fracassei como esposa, sou um fracasso. Se eu tivesse vigiado Marina, ele não estaria a sete palmos de terra.
Eu:
- Ninguém tem culpa, ele não se cuidava. E poderia ter morrido até dormindo do seu lado.
Cecília:
- Sou uma merda, ainda te afasto de mim. Tudo por causa do teu pai, aquele desgraçado que sumiu no mundo, bandido isso sim!
Percebi que ela estar bêbada, nunca que ela falaria isso sóbria. Me aproximo, e digo:
- Acho melhor a senhora parar de beber, vem vamos banhar e tentar melhorar esse estado.
Cecília:
- Não, me deixa sofrer aqui.
Eu:
- Vem te levo no banheiro.
Cecília:
- Eu consigo ir sozinha, filha. Quem disse que tô bêbada?
E é preciso dizer isso? Bêbados sempre dizem isso, ela se levanta e vai tomar banho. Recolho a taça, vejo que ela tomou uma garrafa inteira do vinho que Antônio havia comprado umas duas semanas, antes de morrer. Perdeu o juízo de vez, o luto é complicado, tomara que ela caia em si e pare com isso de beber assim.
Lavo a taça e jogo a garrafa no lixo, a minha mãe sai do banheiro e sobe para o quarto dela. Assisto à televisão, e uma das garotas desaparecidas fora encontrada morta no rio da cidade. Meu Deus, quando vão pegar esse homem perigosíssimo? Quantas mais serão necessárias para pegarem esse bandido?
Amanhece, e decido fazer o que café. Na cafeteira fica pronto rapidamente, me sirvo com biscoitos que tinha na dispensa. E são seis e vinte, em seguida, fui arrumar o meu quarto. Depois, fui ao escritório dela, e vi que ela havia imprimido todos os panfletos, em busca de uma babá pra cuidar de Alan.
Tiro uma foto, e posto nos meus storys no Instagram. E vejo que a minha mãe anunciou a vaga num site de emprego. São sete e meia, o telefone toca e é uma interessada na vaga:
- Alô, residência de Cecília Almeida, com quem eu falo?
- Com Katarina Sousa, moro aqui na vizinhança. Sou irmã de Keila, estou interessada na vaga anunciada no site de empregos.
- Sim, sou Milena filha de dona Cecília. Me passe o seu número que ela retornará ainda hoje para a entrevista, ok?
- Claro, meu número é 65781922. Katarina Sousa, daqui do bairro mesmo.
- Ok, anotado. Tenha um bom dia, Katarina.
A chamada se encerra, e outra pessoa liga de novo:
- Alô, residência de Cecília Almeida, com quem falo?
- Sou Aparecida Novaes, moro no início da rua e, estou interessada na vaga de babá anunciada no site de empregos. Tenho vinte e três anos, preciso muito dessa vaga.
- Me passa o seu número, mas antes poderia entregar o currículo no site?
- Entreguei já, ok.
- Minha mãe vai avaliar, e te contactará em breve ainda hoje, ok?
- Tudo bem, vou aguardar. Tenha um bom dia, senhorita.
- Para você, também.
Vou ao site e vejo o currículo de Katarina Sousa, Aparecida Novaes, Beatriz Silva e Isabela Ferreira. Todas as moradoras aqui da rua, dona Ceci vai ter trabalho hoje.
Minha mãe desce e pergunta:
- Que horas são?
Eu:
- São sete e quarenta e cinco.
Cecília:
- Vish, sério? Já ligaram atrás da vaga?
Eu:
- Sim, aqui duas mulheres. Katarina Sousa e Aparecida Novaes, todas moram aqui na vizinhança. E enviaram o currículo no site, pode analisar e dar o seu veredito.
Cecília:
- Ai minha cabeça tá explodindo de dor, mas vou entrevistar elas mesmo assim. Vou tomar café bem forte e fazer isso. Cadê a garrafa de ontem?
Eu:
- No lixo, você bebeu tudo.
Cecília:
- Me perdoe pelos transtornos causados, Milena.
Eu:
- Tudo bem.
Se direciona para a mesa, a campainha toca, vejo no interfone e é Alicia:
- Entra, amiga.
Alicia:
- E aí, amiga? Bom dia, com licença.
Entra e cumprimenta a minha mãe:
- Bom dia, dona Cecília.
Cecília:
- Bom dia, Alicia. Como vai?
Alicia:
- Bem, e a senhora?
Cecília:
- Levando né, mas vou melhorar.
Eu:
- Não tem aula hoje?
Alicia:
- Faltei hoje, tenho consulta as dez, não valia a pena ir e depois vazar. Como você tá?
Eu:
- Bem, e você?
Alicia:
- De boa, vou te atualizar das fofocas da escola.
Eu:
- E aí?
Alicia:
- Mais uma garota que estuda na nossa escola foi encontrada morta no rio. Vi o noticiário?
Eu:
- Vi, ela estudava lá?
Alicia:
- Sim, a tarde.
Eu:
- Que medo, quantas serão necessárias para pegarem esse bandido?
Cecília:
- Que horrível, tomem cuidado garotas. A mãe dessa jovem deve estar em prantos agora, não quero nem imaginar como é a dor de perder um filho. Deve ser uma dor enorme maior do que a que sinto agora, quando esse criminoso irá pra cadeia?
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Maria DA Gloria
então vê se para de maltratar Milena sua idiota,ela não tem culpa do pai abandonar vocês
2024-12-26
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