Os meus avós nos deixam em casa, e minha avó avisa:
- Vamos passar lá em casa e trazer as coisas de vocês.
Eu:
- Tudo bem, vó.
Minha mãe diz:
- Mãe, não esquece de trazer. Vou deitar um pouco, Milena cuide do seu irmão e o coloque pra dormir.
Ela se retira e vai para o quarto. Meu avô diz:
- Se precisar de algo nos ligue, cuide de sua mãe. Ela estar mal, nunca a vi nesse estado.
Amora:
- Queria dormir aqui com vocês, mas tenho uma consulta amanhã cedo. Cuide dela, minha filha estar num estado lamentável, ela é forte. Mas não é inabalável.
Eu:
- Vou cuidar deles, qualquer coisa eu ligo. Até mais.
Entram no carro, e entro segurando a mão de Alan que estar brincando com um carrinho. Falo para ele:
- Vamos banhar, e jantar, ok?
Alan:
- Tá bom, Milena.
Dei um banho nele, vesti pijama nele, e fiz um macarrão com carne. Jantamos, e o coloquei pra dormir que logo pegou no sono. Fui no quarto da minha mãe e a vejo dormir. Decido me banhar, e me deito.
Mais um pesadelo novamente, acordo muito ofegante e assustada. Dessa vez, estava a ser perseguida por uma sombra, corria bastante, mas a sombra me alcança. E acordei. Desço e vejo a minha mãe chorando, segurando um retrato do marido morto. Observo um pouco, mas vou beber água. Ela me diz:
- Milena? Eu te vi, tudo bem?
Eu:
- Tô bem, mas a senhora não pode dizer o mesmo.
Cecília:
- Vá dormir, teve pesadelos?
Eu:
- Sim, mas já passou. Como você estar?
Cecília:
- O que acha? Perdi o amor da minha vida de novo, primeiro foi o seu pai que sumiu. Agora, Antônio que se foi.
Eu:
- Entendo, a sua situação. Mas não precisa descontar tudo em mim.
Cecília:
- Vá dormir e me deixe com a minha dor.
Eu:
- Sim, senhora.
Subo a correr, e tento dormir. Mas, não consigo, ela sempre tem que descontar em mim. Que merda, o que eu fiz pra ela? Não fui eu quem matou o marido amado dela, não. Não tenho culpa se o meu pai largou a gente e sumiu.
Enfim, depois de três horas consigo dormir. Amanhece, e o despertador toca insistentemente, desperto. E vou fazer as minhas higienes matutinas, em seguida, visto um vestido verde, uma chinela, e vou fazer o café da manhã.
Na sala, observo a minha mãe dormindo no sofá. Estou com muita pena dela, no entanto, ela é muito dura comigo. Vou pra cozinha e faço o café, a chamo:
- Mãe, mãe quer café?
Se assusta, e responde:
- Já amanheceu? As nove tem que chamar o seu irmão, viu. Vou subir e tomar um calmante.
Se levanta, e vai pro andar de cima. Dona Ceci estar horrível, tomara que melhore logo. Saio para comprar pão e sinto novamente aquela sensação de estar sendo seguida e observada. Graças a Deus encontro uma vizinha da frente, Keila:
- Bom dia, Milena. Soube o que houve, sinto muito.
Eu:
- Obrigada, dona Keila. Tá indo na padaria, posso me juntar e ir com você?
Keila:
- Claro, Milena. Também ia pedir isso, tenho medo de sair sozinha.
Nós duas fomos a conversar sobre assuntos aleatórios, e umas fofocas da vizinhança. Compramos pães e retornamos para casa. Entro na minha residência e ajeito a mesa, tomo o meu café. E ligo a tv, e vejo o noticiário, mais uma vez aquele maníaco matou mais duas garotas. E desapareceram mais duas.
Que sensação horrível, as autoridades ainda não pegaram esse maldito. Temo por mim e por outras garotas, que Deus nos proteja. Assisto mais um pouco, olho no relógio são nove da manhã. Vou ao quarto do pequeno e o acordo:
- Alan, tá na hora, maninho.
Desperta devagar e se espreguiça:
- Oi, Milena. Cadê a mamãe?
Eu:
- Ela tá dormindo, mais tarde ela vem falar com você.
Alan:
- Tá bom.
Eu:
- Vamos escovar os dentes.
Levo ele para o banheiro e escovo os dentes dele. Lavo o rostinho, e troco a roupa dele. E fomos para a cozinha, servi um leite com cereal pra ele. Que come tranquilamente, a campainha toca são os meus avós:
- Bom dia, vó e vô. Entrem. Bença?
Amora:
- Bom dia, minha neta. Deus abençoe.
Edgar:
- Bom dia, Deus a abençoe.
Eles entram, e fecho a porta. Os dois conversam com Alan e a minha avó me questiona:
- Onde estar a minha filha?
Eu:
- Não dormiu direito, a vi a chorar de madrugada, desci pra beber água e vi. Quando levantei, ela dormia no sofá, ofereci café, mas ela recusou. Disse que ia tomar calmante e subi pro quarto dela.
Edgar:
- O que ela tá tomando?
Eu:
- Não sei.
Amora:
- Tem um cafezinho ai?
Eu:
- Claro, aqui vó.
Sirvo duas xícaras de café, uma pro meu vô e a outra pra a minha vó. Depois, eles falam:
- Preciso falar com Cecília, estamos pensando em Alan ficar um tempo conosco.
Eu:
- Não sei, se ela vai aceitar isso. Tem que falar com ela, né.
Amora:
- Vamos esperar ela acordar.
Eu:
- Claro, podem ficar a vontade.
Os pais de dona Ceci aguardam e enquanto isso, converso com Juliano por vídeo chamada:
- Oi, amor. Bom dia, como você tá?
Eu:
- Tô ótima, só muitos pesadelos, quando vou dormir.
Juliano:
- Como era isso?
Eu:
- Não quero falar, porque me dá medo.
Juliano:
- Tem que ir buscar ajuda, amor. Isso não tá normal.
Eu:
- Eu vou sim, e você como estar?
Juliano:
- Bem, tô no intervalo da escola. Posso passar aí, quando dê o horário de saída?
Eu:
- Pode sim, amor.
Juliano:
- Beleza, olha quem tá aqui, meninas.
Alicia, Talita e Valentina aparece na chamada:
- E aí, Milena?
Eu:
- Oi, gente. Estou bem, amigas.
Alicia:
- Depois vou passar aí, amiga.
Talita:
- Eu também.
Valentina:
- Meus pêsames, Milena. Mande os meus sentimentos, a sua mãe e irmão.
Eu:
- Valeu, gente. Passem aí pro Juliano.
Alicia:
- Beleza, aqui Juliano.
Juliano:
- Oi, linda. O intervalo acabou, você volta pra cá quando?
Eu:
- Daqui a dois dias, sexta.
Juliano:
- Entendi, beijos amor.
Eu:
- Beijos, amor.
Encerro a chamada, e o meu avô me pergunta:
- Você fez a janta?
Eu:
- Sim, ela não tava em condições.
Edgar:
- Hum, vamos comprar um frango e fazer assado pro almoço.
Eu:
- Tudo bem, vô.
Amora:
- Sua mãe vai gostar desse prato, sempre que ela tá triste, gosta de comer frango assado desde criança.
Eu:
- Sei, ela era uma criança tranquila?
Amora:
- Sim, não dava trabalho. E a eduquei muito bem, era calma e tranquila.
Edgar:
- Vou lá, pessoal.
Eu:
- Aqui a chave vô.
Entrego as chaves, e a minha vó diz:
- Não entendo, porque a sua mãe ficou assim tão amarga. E acho que depois dessa perda, ela vai piorar. Se ficar pior a relação de vocês, se quiser pode ir morar conosco.
Eu:
- Sim, vou lembrar disso.
O tempo passou rápido, e os meus avós já estavam ajeitando a mesa. Cecília desce vestindo uma calça preta e uma camisa da mesma cor, um chinelo escuro:
- Boa tarde, pessoal. Mãe e pai benção?
Amora:
- Boa tarde, filha. Deus a abençoe e lhe dê muita força.
Edgar:
- Boa tarde, Cecília. Deus a abençoe.
Cecília:
- Boa tarde, filha e filho.
Alan:
- Você desceu, mamãe.
Ele corre, e a abraça:
- Desci sim, filho. Vamos comer, o que os seus avós fizeram?
Alan:
- "Fango", arroz, farofa e feijão, com salada de batata. Ah, e suco de laranja, gosta?
Cecília:
- Sim, frango assado? Eu amo frango assado, farofa e suco de laranja.
Amora:
- Estar muito bom, filha.
Cecília:
- Imagino, vamos comer.
Almoçamos tranquilamente, e os meus avós tocam no assunto de Alan passar uma semana na casa deles:
- E aí, o que acha, filha?
Cecília:
- Agradeço, mas vou contratar uma babá pra ficar com ele, enquanto trabalho. Não quero ocupar vocês, sei que têm o que fazer. Precisam descansar, trabalharam a vida toda para no dar um futuro bom.
Amora:
- Tudo bem, filha. Quando volta pro trabalho?
Cecília:
- Segunda - feira, por mim, voltaria ao trabalho amanhã.
Edgar:
- Por quê?
Cecília:
- Tenho que ocupar a minha mente, não ficar trancada aqui.
Amora:
- Tem razão, o que precisar estamos aqui.
Eles passam quase a tarde toda aqui em casa, e em seguida vão para casa. Minha mãe sobe de novo e dorme, Alan estar a brincar com carrinho. A campainha toca e é Juliano, vejo pela câmera do interfone:
- Oi, amor. Vem, entra.
Juliano adentra, e o meu irmão vê o meu namorado:
- E aí, garotão?
Alan:
- E aí, Juliano? Faz tempo que não vinha aqui, tô brincando com carrinho olha.
Juliano:
- É novo?
Alan:
- Ganhei semana passada.
Juliano:
- Que massa, é de fricção.
Sorrio e falo:
- Estou aqui, pessoal.
Juliano:
- Eu sei, não tem como passar batido a sua beleza.
Eu:
- Não?
Alan volta a brincar, e eu e Juliano nos beijamos. E se juntamos ao meu irmão e brincamos de carrinho com ele. Após isso, Juliano pergunta:
- Como a sua mãe tá?
Eu:
- Péssima, o luto é muito difícil e doloroso.
Juliano:
- Ela vai sair dessa, amor. Tenho certeza, sabia disso.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Dalziza Rocha
Porq ela não conta sobre o medo de estar sendo observada ,??
2025-02-12
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