A minha mãe me responde:
- Alô, quero saber se vai voltar pra casa?
Eu:
- Mãe, vou voltar depois do café, tudo bem?
Cecília:
- Quando chegar aqui, a gente conversa.
Eu:
- Eu fiz algo?
Cecília:
- Fez sim, não veio pra casa quando eu disse.
Eu:
- Mas, a senhora não me disse a hora exata pra voltar.
Cecília:
- Não vou discutir por ligação, quando chegar a gente conversa.
A chamada se encerra e fico bem confusa. Cecília não deixa as coisas esclarecidas muito bem, para depois vir me ferrar. Devia ter desconfiado disso, retorno para tomar café e dona Iara questiona:
- Tudo bem, querida?
Eu:
- Sim, era a minha mãe.
Iara:
- Qualquer coisa estou aqui, Milena. Pode contar comigo.
Juliano desce, e se junta a nós:
- Bom dia, mãe. Bom dia, amor.
Iara:
- Bom dia, filho.
Eu:
- Bom dia, amor. Acordei mais cedo e resolvi descer.
Juliano sorrir e me dá um selinho. Ele responde:
- Tudo bem, Milena. Estava cansado, a noite foi longa.
Eu:
- Foi mesmo.
Iara:
- Dormiu bem, Juliano?
Juliano:
- Muito bem, mamãe. Cadê o pai?
Iara:
- Foi fazer o cooper diário dele, daqui a pouco tá por aqui.
Após alguns minutos, senhor Cássio chega e junta - se a mesa. O café da manhã flui tranquilamente; em seguida, o meu namorado me acompanha até a minha residência. Ainda tenho uma péssima sensação, sinto - me observada, como se estivesse alguém me seguindo. Tomara que seja apenas algo da minha mente, sei lá. Acho que isso é coisa da minha cabeça.
Nos despedimos, ele foi embora. Abro a porta, e Marina já estava plantada lá:
- Lembrou que tem casa, Milena?
Reviro os olhos, e falo:
- Cuidar da própria vida é o conselho que sempre te dou.
Marina rir:
- Não, mas eu prefiro te atormentar.
Eu:
- Com licença, eu preciso subir.
Marina:
- Sua mãe estar uma fera hoje, cuidado.
Eu:
- Agradeço a sua intromissão, mas já sei disso.
Marina:
- Vai ser muito legal ver ela te colocar no seu lugar. Vou assistir de camarote, Milena.
Ela some da minha visão, quando entro na sala, a minha mãe indaga:
- Por que demorou, Milena?
Eu:
- Avisei pra senhora que ia tomar café, lembra?
Cecília:
- Olha lá, como você fala comigo, p0rra! Por que não voltou logo quando eu liguei?
Eu:
- Mãe, expliquei já. Me desculpa, isso não vai mais se repetir.
Cecília:
- Vai se repetir, sim. Eu te conheço, garota! Nunca muda, nunca me escuta! Igual aquele desgraçado do seu pai e a raça podre dele!
Eu:
- Não entendo a senhora, me disse ontem que não se importava que eu podia dormir lá. E agora, estar desse jeito?
Cecília:
- Não quer ouvir merda? É simples, arruma um emprego e dá o fora daqui!
Balanço a cabeça, e respondo:
- Pode ficar, tranquila. Que eu vou fazer isso mesmo, dona Cecília. Só quero saber uma coisa, por que me odeia tanto?
Cecília:
- Cala boca e sobe, Milena.
Eu:
- Me diz, mãe. Por quê?
Cecília:
- Olha essa foto aqui.
Joga uma foto do meu pai ausente na minha cara e fala:
- Tá vendo aí, você é a cópia feminina dele! Queria um motivo, então estar ai!
Eu:
- Isso não tem sentido nenhum, eu não sou aquele filho da put4! Sou Milena, outra pessoa que insiste em ferir.
Cecília:
- Procura isso toda vez, já parece com ele e ainda vacila assim? Já chega disso, vai pro seu quarto!
Eu:
- Se incomodo assim, por que não me entregou pra adoção?
Cecília:
- Não fiz isso, porque é minha filha.
Eu:
- Sabe que estar sendo injusta comigo! Que bom saber agora os seus motivos, mamãe.
Cecília:
- É assim que me sinto, não ligo se é justo ou não.
As lágrimas caem do meus olhos contra a minha vontade, digo:
- Dói demais… ouvir isso vindo de você. Quando, eu arrumar um emprego, sumo daqui na mesma hora.
Marina vê tudo e rir da situação, corro e vou pro meu quarto. Escuto a minha mãe gritar:
- Dói em mim, ter dito isso também!
Sinceramente, não entendo a minha mãe. Me trata que nem lixo, por causa daquele maldito que nos abandonou. Não vou carregar uma culpa que não me pertence, não é justo isso.
Passei o resto do sábado estudando bastante, preciso passar nesse vestibular e ir pra faculdade. Alicia me liga, e atendo no terceiro toque:
- Alô, amiga.
Alicia:
- Oi, amiga. Tá fazendo o quê?
Eu:
- Oi, Ali. Tô estudando, amiga.
Alicia:
- Tudo bem? Parece que estar triste?
Eu:
- Um pouco, eu e a minha mãe brigamos de novo.
Alicia:
- Vish, ela disse coisas pesadas, né?
Eu:
- Disse como sempre, até me sugerir uma expulsão ela fez.
Alicia:
- Oh, nem sei o que te dizer amiga. Nem eu que já fiz muita merda, a minha mãe nunca fez isso. Isso não é justo você é uma pessoa boa, bem melhor que eu.
Eu:
- Mas, ela gosta de me magoar. Sempre que pode, mas e aí como você tá?
Alicia:
- Bem, apesar de tudo. Posso passar aí, pra conversamos mais?
Eu:
- Pode vir, vou te esperar.
Alicia:
- Chego aí em quinze minutos, beleza?
Eu:
- Fechou amiga, tô esperando hein.
A chamada termina, me deito e fito o teto entediada. Quando alguém bate na porta:
- Quem é?
- Sou eu, sua mãe.
- Entra.
A mesma abre a porta, e entra. Ela diz:
- Vou fazer compras, quer algo?
- Pra quê? Pra jogar na minha cara depois?
- Descontrai um pouco, venho em paz.
- Quero ver até quando? A senhora oscila demais, né?
- Não sou podre assim.
- A senhora me magoou demais como sempre. E depois vem aqui, como se nada fosse? Não quero nada de especial, o mesmo que comprar pro outros, compre pra mim.
- Sei te magoei muito você e sou uma péssima mãe. Peguei pesado demais contigo, me perdoa, Milena.
- Perdoo sim, porque sou trouxa.
- Desculpa, você não tem que carregar um peso que não é seu.
- Tudo bem, vou querer aquele iogurte que acabou.
- Sim, posso te pedir uma coisa?
- Claro.
- Um abraço.
Nós abraçamos após aquele caos era assim nessa época. Atualmente, melhorou depois que passamos por uma terrível provação. Mas isso, vou contar mais adiante.
Após quinze minutos, a minha amiga chega:
- E aí, amiga?
- Chegou na hora marcada, hein.
A mãe dela acompanhar, dona Sônia me cumprimenta:
- Olá, Milena. Como estar?
Eu:
- Muito bem, que bom revê -la.
Laura:
- Igualmente, Alicia juízo. Quando quiser ir pra casa me liga.
Alicia:
- Tá bom, mãe.
Laura:
- A cidade estar muito perigosa, cuidado. Milena, cuide - se também. Até logo, garotas.
A mãe da minha amiga sobe na moto novamente, e segue rumo a estrada. Digo pra Ali:
- Entra, Ali.
Entramos, e ofereço algo para beber:
- Quer uma água ou outra coisa?
- Quero água.
- Aqui, bora subir.
Nós duas fomos para o meu quarto, e ela fala:
- Tá melhor, amiga?
- Melhorei, mas confesso que não entendo ela. Me trata mal por bobagem.
- Como assim?
- Só porque pareço com aquele lá que me abandonou.
- Que besteira, com todo respeito a sua mãe, mas ela não bate bem da cabeça. A minha mãe nunca fez isso, mesmo eu dando motivo pra isso.
- Não dou muitos motivos, mas sempre engulo sapo aqui.
- Ela pediu desculpas?
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Maria DA Gloria
acho que é o pai de Milena que está seguindo ela
2024-12-26
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