CAPÍTULO 18...

MAYA...

Se fiquei assustada ao descobrir quem é o Kilian? Óbvio que fiquei! Imagina só, as minhas filhas serem parte de uma família tão gigantesca e poderosa como a do Liam? Me dá arrepios só de imaginar.

Eu já imaginava que o Liam era rico só pela forma como ele nem ligava para o preço das coisas lá no Brasil, durante o nosso passeio, e ok, ele estava hospedado num dos "quartos" mais caros do hotel inteiro, mas nem tinha passado pela minha cabeça, que ele era tipo: dono da por ra do mundo.

Agora estamos estacionando em frente a minha casa, depois de jantarmos, as meninas estão além de felizes, cansadas, mas não querem largar do "papa" delas, e isso me deixa feliz.

— Filhas, chegamos já — falo com carinho, mas elas quase choram ao ouvir isso.

— O papai vai embora, mamãe? — Aurora pergunta já tirando o próprio cinto.

— Hoje sim, filha. Mas tenho certeza que ele vai ver vocês mais vezes.

A Émelie continua caladinha, e é isso que diferencia tanto, ela da Aurora, pois, enquanto a Aurora é extrovertida, ela é mais quietinha, meiga e tímida.

Saímos do carro e o Liam me acompanha com as meninas no colo, a Émelie estava com a cabeça deitada no ombro dele, toda dengosa. Abro a porta e vejo o papai sentado no sofá, assistindo o programa preferido dele, ao perceber gente entrando, ele vira em nossa direção.

— Princesas, e... — o Liam colocou a Aurora no chão, que correu para o colo do avô.

— Kilian, senhor.

— Vovô ele é o meu papai e da Émelie — a Aurora fala animada, vejo o meu pai abrir um sorriso para a neta e olhar em nossa direção outra vez.

— Sente-se, garoto — vejo o Liam hesitar um pouco, mas obedece ao meu pai, com a Émelie ainda no seu colo — Emme, querida, está dengosa?

— Não quero que o papai vá embora, vovô... Queria que ele ficasse aqui...

— Filha, — acaricio o seu rostinho — já conversamos sobre isso... O seu papai não pode ficar com a gente, ele tem a casa dele... Você viu não é?

— Sim... — ela fala tristinha — vovô o papai me deu um quarto na casa dele.

Foi o que precisava para elas duas começarem a falar sem parar, sobre o "papai" delas, elas contaram todos os detalhes de que lembravam, falaram até mesmo que "o titio mortinho quase quebrou a mão do papai apertando", é assim que elas chamam o Martin.

— O tio de vocês fez isso, é? Kkk — o meu pai segura o riso, enquanto o Liam olha para mim querendo sumir — Aquele menino não tem jeito. Não se assuste com ele, Kilian, o Martin, apesar de parecer ser um ogro, é uma manteiga derretida. Ele faz tudo pensando nas meninas, então se ele sorriu para você, como está dizendo essas princesas aqui, pode ter certeza que ele não vai ser contra a sua presença na nossa família.

— Obrigado, senhor Elson.

— Papai, aproveitando que já estamos falando sobre isso... — olho para o Liam.

— Quero poder formalizar o meu compromisso de pai, com as gêmeas, assim como... O que sinto pela sua filha.

O meu pai olha para o Kilian de uma forma que eu nunca vi ele olhar para nenhum dos meus irmãos, e sequer para mim ou as meninas, não é reprovação, muito menos... Aprovação. É algo como curiosidade, respeito, talvez.

— Tem ciência do que está me pedindo, garoto? Pense bem, pois, é das minhas meninas que estamos falando, e não vou admitir que brinque com os sentimentos delas.

O Liam apenas sorri, o que me deixa confusa.

— Então estamos em sintonia, Sr. Elson.

Vejo o meu pai soltar a respiração, ele levanta do sofá, beija os meus cabelos, e leva as meninas para dormir, já que elas estavam cochilando no colo do pai.

A sós com o motivo do descompasso de meu coração, sinto os seus olhos queimarem a minha pele. Há tanta coisa no seu olhar, quando encontro os seus olhos, que vão de promessas, a medo.

Seguro as suas mãos entre as minhas, sorrindo quando ele as leva aos lábios.

— Fui sincero quando disse que quero oficializar os meus sentimentos, Maya. Nunca me senti tão vivo, quanto me sinto quando estou ao seu lado. Não vejo cor em nada... Você pode não acreditar, mas aqueles dois dias no Brasil, ao seu lado, foi o que me impediu de sucumbir ao luto... Até mesmo a minha família já havia perdido as esperanças... Antes do Brasil, discuti feio com os meus irmãos porque eles queriam que eu fizesse terapia, tocasse a minha vida e tentasse curar a dor que eu estava sentindo. Não viajei com o propósito de retornar para "casa", fui apenas para salvar a vida de um menino que estava definhando aos poucos. Conhecer você, ganhar o seu sorriso, o seu olhar tímido... Me fez entender que eu não poderia continuar naquele poço de tristeza que eu tinha me permitido ficar. Você me trouxe vida, Maya... E agora... Vendo que temos duas filhas, fruto de momentos lindos que passamos em meio a tanta dor... A única coisa que posso fazer é me apegar a isso, agarrar a segunda chance que Deus está nos dando, pois, sei que você também tinha os seus motivos para estar naquela viagem.

Não tem como não ficar emocionada ao ouvir tais palavras, então me inclino e selo os nossos lábios, com ternura, guardando as suas juras junto aos nossos sentimentos.

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Comments

Jaqueline Morares Moraes

Jaqueline Morares Moraes

que homem romântico .se ela tivesse deixado o seu número de telefone .ele já estavam casados .

2024-03-08

2

Anonymous

Anonymous

História linda, parabéns autora.

2024-03-06

1

Joice Aguilar

Joice Aguilar

aí q lindo ❤️❤️❤️

2024-03-05

1

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