CAPÍTULO 17...

KILIAN…

Devo estar no céu, a minha Maya, a mulher que nunca saiu dos meus pensamentos, está nesse momento dizendo que podemos tentar dar certo, e esse não é nem o melhor, ela falou MORAR juntos.

– Mon amour… Tem certeza? — pergunto temendo a sua resposta.

— Claro que sim, Liam. Podemos começar intercalando os dias… Como por exemplo… Hoje, já que as meninas não tem aula às quartas. Claro, vai depender do seu quadro de horários.

— A minha grade de horários ainda não está fixa. Está solta. Como fui transferido agora, tenho que pegar 5 plantões semanais de 15 horas cada… O primeiro começa segunda, e hoje ainda é quarta.

— Podemos passar o fim de semana juntos, então... — a Maya me olha e esse olhar sempre foi o meu ponto fraco.

— Adorei a ideia... — dou mais um beijo nela e vemos as meninas voltarem sorrindo com um menino a tiracolo — É normal eu já estar sentindo ciúmes em ver um garoto perto das nossas filhas?

Ela começa a rir e eu fico sem entender.

— Fica calmo, eles são primos, o Felippo é enteado do meu irmão Martin — ela aponta na direção de um homem alto, forte e barbudo que vinha atrás das crianças.

— Hé ma princesse **Oi minha princesa**

— Maninho — eles se abraçam, e o cara olha para mim com uma interrogação na testa — esse é o Kilian.

— Aquele Kilian? — o tal Martin pergunta como se realmente me conhecesse.

— Sim — a Maya sorri para mim, então estendo a minha mão para o meu "cunhado".

— É um prazer conhece-lo. Imagino que seja o mais velho dos irmãos.

— Sou, Martin, a propósito.

— Ótimo. Queria oficializar os meus sentimentos pela irmã de vocês, e dizer que quero assumir a minha responsabilidade sobre as meninas.

— Oficializar em qual sentido? Está pedindo a mão dela? — ele arqueia uma sobrancelha, vejo a Maya arregalar os olhos, mas a única coisa que consigo sentir, é alegria.

— Se assim preferirem, sim. Não sou mais um moleque, e entendo o quão importante a Maya seja para vocês, principalmente as meninas. Venho de uma família, onde o respeito, o amor e a honra valem mais do que o nosso saldo bancário, então, se for para que eu faça parte da vida delas três, que seja da forma correta.

Um sorriso, foi isso que recebi daquela muralha de músculos, chamada Martin e que estava olhando com tanto carinho para as minhas três princesas. Ele apertou a minha mão com força, e assentiu.

— Decidam o dia do jantar e me avisem. Vamos, filho. A sua mãe já deve estar a ponto de ligar para mim, tchau princesas — ele deixa um beijo em cada umas das meninas, e por um último, um na Maya, me dando um aceno por fim.

Quando ele já estava longe o bastante para que não nos ouvisse, a Maya vira para mim e diz com a voz engraçada.

— Se você convenceu o Martin, então não vai ter problema com nenhum dos meus outros irmãos.

Respiro aliviado em ouvir isso, mas pela minha Maya, e minhas filhas, sou capaz de enfrentar um exército, então se eu tiver que falar com todos os irmãos dela, pai, avô, tio, quem quer que seja, eu irei.

Deixo um selinho nela, e pego as meninas no colo. Elas ficam brincando mais um pouco, e seguimos até uma sorveteria, que tinha do outro lado da rua, vizinha ao parque, me vi surpreso quando notei que o sabor de sorvete preferido delas, eram os meus sabores preferidos.

Foi muito divertido tomar sorvete com elas, quando saímos de lá, perguntei se queriam conhecer o meu apartamento, já que estávamos pertinho.

— Se não for te atrapalhar em nada — a Maya falou tímida.

— Não vai. É bom que elas já escolhem o quarto delas — as meninas estavam animadas, e isso também me deixou feliz.

Chegamos ao prédio onde estou morando, e subimos o elevador até o décimo andar, é apenas um apartamentos nesse andar, o meu. Digamos que tenho ele desde novo, meu avô, Josh, quem me deu ele.

Digamos que todos os netos tem uma cobertura nos prédios da família, o meu fica aqui na França, e o restante dos meus irmãos e primos, ao redor do mundo.

Vocês lembram da minha família? Não, não é? Ela é enorme, os meus avós Nick e Josh tiveram cinco filhos, Léo, Laila, Lorenzo (meu pai), Larissa e Lucca. E cada um desses filhos teve no mínimo três filhos.

O tio Léo teve quatro, Murilo, Gael, Valentina e Mia; tia Laila são três, a Maya, Brian e a Hannah; o meu pai, quatro, Maitê, Marjorie, eu e o Christopher; tia Lari, teve só dois, a Scarlett e o Donatello, já o tio Lucca, adotou a Antonella e o Yuri alguns anos atrás, o que fez eles dois serem os únicos netos adolescentes da família, mas nem por isso, deixaram de receber o nosso sobrenome, e cada um, o seu próprio apartamento no aniversário de 15 anos.

Agora, olhando para as minhas duas princesinhas, lembro de uma outra tradição que a nossa família criou quando o meu pai teve o primeiro neto, uma joia da família com um rastreador e o sobrenome Mitchell gravado.

— Maya, amor... — ela vira para mim, pois, estava olhando a vista na varanda do quarto das meninas, que sim, tem uma grande parede de vidro que evita acidentes, só abre ativar com um controle, e que eu deixo guardado.

— Oi, mon amour...

— Eu estava me lembrando de uma coisa... Mas vou entender se você não quiser ainda — ela arqueia uma sobrancelha — a minha família sempre manda fazer uma pulseira ou colar para os novos membros da família. Na verdade, para as meninas é um par de brincos quando ainda tem alguns meses, os meninos que recebem pulseira, mas... Ao longo dos anos mudamos para algo adequado a idade deles.

— Vai mandar fazer para as meninas? — ela faz um biquinho fofo.

— Senta aqui... — me sento no sofá e ela vem até mim, desviando o olhar da cidade abaixo — Não lembro se te contei quem é a minha família, durante aqueles dias no Brasil, — ela nega — então... Deixe que eu te diga, mas já adianto que não quero que sinta... Vergonha de estar comigo.

— Você está me assustando...

— Já ouviu falar da rede hoteleira Mitchell? — ela arregala os olhos.

— Espera... Esse... Esse é o seu sobrenome?

— Sim... Sou um dos muitos netos do grande Joshua Mitchell. Ao todo são mais de 40 hotéis por todo o mundo, só aqui na França são seis. Inclusive esse onde moro, é da minha família, mas... Além da rede de hotéis, temos também uma enorme rede de lojas, que variam entre joias, sapatos, bolsas, roupas, e... Atualmente, produtos de pele, facial e corporal.

— Meu Deus...

— Ah, não, essa é só a minha família paterna, a materna é um pouco famosa também.

Conforme vou falando, mais arregalados os olhos da Maya ficam, o que me faz querer rir, mas entendo o desespero dela. Eu muitas vezes me assusto com o poder que a minha família tem, não é tão fácil assim ser um dos herdeiros direto, de duas famílias tão poderosas, a Mitchell e para completar... Martinez.

Eh vida complicada.

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Amores, esse capítulo foi dedicado a minha maninha Dany, que hoje está completando mais um aninho de vida! Parabéns princesa, chuvas de bençãos na sua vida!❤️

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