CAPÍTULO 9...

KILIAN...

Estou sem saber o que fazer. A Maya está fincada nos meus pensamentos, o seu perfume está grudado no meu nariz, até mesmo quando não estou com ela, a sua fragrância adocicada toma conta de mim.

Hoje passamos o dia juntos, dois turistas estrangeiros conhecendo uma cidade completamente diferente. Não sei se é só atração física, mas nas últimas horas, a cada olhar que ela me lançava, a cada... Cada simples gesto que ela fazia...

Todo o meu corpo reagia.

Estamos no elevador, indo para o nosso andar, e ela para na minha frente. O seu rosto bronzeado pelo sol que pegou esses dias, deixa ela ainda mais linda. Desço o meu olhar por todo o seu corpo e no mesmo instante me repreendo, fechando eles no mesmo instante.

— O que foi? — ela me pergunta quando fecho os olhos.

— Desculpe...

Antes que ela me pergunte o motivo de pedir desculpas, avanço sobre ela, beijo os seus lábios e ela corresponde alguns segundos depois de se dar conta do que está acontecendo.

Os seus lábios são macios, e a sua língua... Porra... Estou perdendo o controle, preciso parar, mas não consigo. O elevador para no nosso andar e nos separamos apenas para pegar ar.

— Uau... — ela sussurra baixinho.

— Você quer o mesmo que eu, Maya? — pergunto olhando nos seus olhos, as suas duas íris castanhas me encaram e vejo ela corar um pouco — Ultrapassei algum limite?

— Não... Não ultrapassou...

Selo os nossos lábios mais uma vez e saímos do elevador, os nossos quartos são em extremidades opostas, então a levo para o meu, por ser mais perto do elevador. Assim que desbloqueio a porta com o cartão magnético, entramos.

Noto que ela está um pouco tensa, então abraço ela por trás e deixo alguns beijos no seu pescoço, ela se arrepia inteira. A viro para mim e vejo os seus olhos brilhando, selo os nossos lábios com carinho, pois esse momento está sendo especial para mim...

— Kilian... — ela fala quando começo a descer beijos pelo seu rosto, caminhando até a cama.

— Oi, linda — a coloco deitada e encaro os seus olhos.

— Faz muito tempo que eu...

— Eu também... — respondo entendendo o que ela quis dizer — desde que a minha esposa faleceu... Eu nunca mais saí com ninguém, Maya. Você é a primeira — os seus olhos ficam um pouco tristes.

— Ela era uma boa pessoa?

— Sim... Íamos ter o nosso primeiro filho... Eu descobri sobre ele só quando o médico falou sobre ela não resistir.

— Parece que você a amava muito...

— Ela era a minha vida...

— Espero que um dia você consiga encontrar alguém que preencha esse vazio.

— Eu também...

Falo já juntando os nossos lábios outra vez. Mas para ser sincero... Eu queria que fosse ela, a Maya, a pessoa a preencher esse vazio.

Continuamos nos beijando até o clima esquentar outra vez. Os seus gemidos manhosos começaram tomar conta do quarto quando a minha língua invadiu a sua intimidade. Ela não era barulhenta, mas os sons emitidos pelos seus lábios... Eram lindos de ouvir.

Chupei, mordi e movimentei os meus dedos para dentro dela até sentir o seu mel na minha boca. Era um sabor delicioso... Subi beijando a sua pele, quando alcancei os seus seios, eles estavam pesados e desejosos.

Mamei de um por um, enquanto mais uma vez a minha mão trabalhava no seu interior. Olho nos seus olhos antes de lhe beijar, quando as nossas línguas se encontram, é incrível. Seguro as suas mãos juntas acima da cabeça, assim que visto uma camisinha, os seus olhos encontram os meus e com um pequeno aceno de cabeça, ela me dá a permissão que procuro.

Entro lentamente, a sentindo contrair inteiro ao meu redor, ela era muito apertada, por isso fomos lento, aproveitando cada segundo. Aos poucos nós nos ajustamos um ao outro e foi aí que a coisa esquentou.

Ela veio por cima quando já estávamos ambos a beira de um orgasmo, e ver os seus seios balançando para cima e para baixo... Me fez desejar ter a eternidade ao lado dessa mulher.

Repetimos no banho, com um pouco mais de urgência, sem todo o carinho que fizemos antes. Quando voltamos para a cama, nos amamos uma última vez, com calma, pois todas as vezes que olhamos um, nos olhos do outro, vimos ali que nada do que fizemos foi só coisa de momento, foi além da carne.

Dormimos juntos, e ter a Maya nos meus braços... Foi tão confortável, que por um momento voltei a me sentir inteiro.

Quando acordei no outro dia, ela não estava mais no quarto, encontrei apenas um bilhete dela, não tinha o seu telefone, pois, ambos sabíamos que a nossa "relação", seria de longe a mais convencional.

Resolvi voltar para os Estados Unidos no mesmo instante. Não comuniquei a minha família para ter como eles me enviarem o jatinho, comprei apenas uma passagem e encarei as 10 horas de vôo que seria daqui até Nova Iorque.

Não vou para casa, ainda preciso de um tempo só para mim, por isso vou pra lá. Agora preciso, além de me livrar do luto, juntar os cacos que o furacão Maya causou em minha vida.

"Kilian, talvez não voltemos a nos ver nunca mais... Mas eu não quero que pense que o que fizemos foi sem significado, você não faz ideia do que as horas que passamos juntos me causou, pois, sim, significou muito para mim, me fez sentir viva, especial, e além de tudo... Mulher. Obrigada por me lembrar que eu posso sim ser o que eu sonho, sem deixar de ser eu mesma. Não irei esquecer do que vivemos, pois o nosso pequeno "felizes para sempre", valeu muito mais do que uma eternidade sem felicidade. Com amor, Maya... "

É a centésima vez que leio esse bilhete, e justamente quando chego ao fim das suas palavras, a comissária de bordo avisa que iremos pousar. Pego o colar que encontrei embaixo da bancada do banheiro, embaixo das minhas roupas, e fico olhando para as suas fotos que há dentro, assim como a escrita "Émelie e Aurora".

— Ah, Maya... Meu pequeno furacãozinho... Será que um dia iremos nos ver outra vez?!

Suspiro mais uma vez e desço do avião. Pego um táxi e sigo para onde será o meu esconderijo pelos próximos dez dias.

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