CAPÍTULO 8...

MAYA...

Ontem depois de caminharmos pela praia, nos sentamos na areia e ficamos apenas observando o céu, as estrelas... A companhia do Kilian era tão boa, gostei de conhecer ele. E do fundo do meu coração... Me sinto triste em saber que não vamos nos ver nunca mais.

Depois que ele me deixou no meu quarto, ontem a noite, olhei o horário, já era quase meia noite, o George com certeza estaria dormindo... Mas eu precisava conversar com alguém, então olhei o número de todos os meus irmãos, e o único que estava online, era o Juan.

— Vai ter que ser você, irmão...

Ligo para ele que me atende no mesmo instante.

— O que aconteceu? — ele fala com a voz alterada.

— Calma... Não aconteceu nada, Juan. Você não está em casa, está?

— Não... Estou numa boate, estava espairecendo a mente um pouco. Saí agora, estava procurando um Uber para me levar para casa, não vou arriscar dirigir com tanto álcool no corpo.

— Você não está nem sem juízo.

— Mas me fala, irmãzinha... O que aconteceu para estar me ligando... Meia noite? — ele fala depois de alguns segundos em silêncio — não era para você estar dormindo não?

— Eu tinha esquecido que você é o mais chato... Deveria ter esperado até o George acordar, mesmo — ele dá risada.

— Você sabe que eu sou um pouco bruto, minha princesa. Mas me fala, aconteceu alguma coisa?

— Conheci uma pessoa... — falo baixinho o Juan respira fundo, pois além de ser o mais calado de todos, ele é o mais ciumento.

— Pode continuar, vou tentar não me teletransportar até aí para quebrar a cara dele.

— Você acreditaria se eu dissesse que me apaixonei a primeira vista? — ele fica calado por tanto tempo, que chego a pensar que a ligação caiu.

— Sim... Porque eu já passei por isso, maninha — ele responde depois de uma eternidade — não tive coragem o suficiente, para ir até ele... Então... Ele escapou por entre os meus dedos — ele?! Desde quando o Juan gosta de homens? — eu sei, é um segredo que guardo comigo a sete chaves, Maya...

— Não vou contar aos nossos irmãos, ou ao papai e o vovô...

— Eu sei disso. Mas... Não perca a oportunidade de amar de verdade, minha bonequinha, todos nós somos ciumentos com você, eu sou o pior, todo mundo sabe... Mas... Se você sentir que está pronta para se entregar além de palavras, a esse homem... Então.

— Tá, já entendi... E isso não é coisa de se falar com você, obrigada — ele dá risada, e eu amo a risada do meu irmão — o vovô melhorou?

Mudo de assunto e ficamos conversando até o Uber dele chegar, no outro dia, quando acordei, o sol estava um pouco escondido, mas esses 19 dias que passei aqui, aprendi que o tempo aqui é totalmente contraditório, pode estar um sol escaldante nesse segundo e em poucos minutos encher de nuvens e começar a chover.

Fiquei na sacada, olhando para a extensão de água que se seguia a poucos metros do hotel, e nem sequer, vi o tempo passar. Quando me dei conta do horário, já passava das nove, e ouvi uma batida na porta, era baixinha, como se a pessoa do outro lado não quisesse me incomodar.

Fui caminhando com tranquilidade e quando a outra pessoa bateu uma segunda vez, eu abri, dando de cara com o Kilian. Ele estava lin-do! Tudo bem, ele estava só com um shortinho de praia e uma regatinha branca, mas... Uau...

— Bonjour — ele falou todo carismático.

— Buongiorno? — falei tentando soar como uma italiana, o que fez ele sorrir.

— Até que não ficou ruim. Só tenta puxar um pouquinho mais o R kkkk — sorri também, senti ele passar o olhar por meu corpo, e só aí me dei conta de que eu ainda estava de pijama, automaticamente o meu rosto esquentou.

— Espera eu me trocar? Ainda não tomei café... Podemos nos encontrar lá no salão? — falei várias coisas ao mesmo tempo, o que só aumentou o sorriso dele.

— Tudo bem, bella, nos vemos lá em baixo.

Ele faz uma pequena reverência e sai em direção ao elevador, o meu rosto ainda está ardendo, fecho a porta do quarto e vou correndo até o banheiro me vestir com outra roupa, agradeço a Deus por ter dormido com um pijama mais composto: um conjunto de cetim vinho, a blusa é de botões e tem uma manga curta, mas a parte de baixo é um short que vem até a metade da minha coxa.

Visto um vestido soltinho por cima do meu último biquíni, pois eu trouxe cinco biquínis e 6 maiôs, calço uma sandália de dedo e pego o meu óculos de sol, vai que... Quando chego ao salão do hotel, ele está sentado num dos sofás perto da janela que eu sempre gosto de fazer as refeições, vou até ele e vejo quando o seu rosto se ilumina com um sorriso enorme.

— Você está ainda mais linda.

— Merci. Tu es belle aussi. (Obrigada. Você também está lindo).

Me sento ao lado dele e pedimos o nosso café, eu escolhi croissant, duas torradas e geleia, e também uma xícara de capuccino com chantilly e essência de baunilha. O Kilian pediu tanta coisa que fiquei me perguntando como ele iria aguentar comer tudo aquilo.

— O que foi? — ele me perguntou olhando para mim.

— Você vai comer tudo isso?

— Vou... Tem só o básico aqui — olho para a porção enorme de comida, que variava entre bacon frito, torradas com geleia, waffles, café preto sem açúcar, e para "balancear", um mix de frutas vermelhas (morango, cereja, mirtilo e framboesas) — não vá me dizer que você vai comer só isso aí — ele aponta para o que eu pedi e eu franzo a sobrancelha.

— É o suficiente para mim...

Ele balança a cabeça e começa a me dar um pouco da comida dele, na minha boca, pode parecer bobo, mas eu fiquei vermelha com a atitude dele, eu sempre fui muito paparicada por todos os meus irmãos, mas nenhum outro homem me tratou assim, o Rosseau era frio comigo, acho que por isso que eu gostava dele, ele não me tratava como uma boneca de porcelana.

Mas... Vendo o cuidado como o Kilian me trata... É impossível não me sentir encantada por ele.

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